A Prática do Impraticável

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Imprensa Revista zaP! Elizabeth Misciasci

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Oct 8, 2011, 11:27:19 PM10/8/11
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NEWS zaP!   Caso não consiga visualizar, Clique Aqui http://www.eunanet.net/beth/images/brasil.png Por Elizabeth Misciasci

64.860 exemplares 08/10/2011

Revista zaP!

- "Este descomprometimento com a lei e o descaso de tantos, já desencadearam inenarráveis historias, sendo o agente transformador á converter o covarde em valente"... 

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Imagem Mulheres Encarceradas - Crédito da foto: Elizabeth Misciasci

A Prática do Impraticável

Por: *Elizabeth Misciasci

- Quando a Reação se separa da Razão... 

 

Exageradamente carregada de preconceitos e obrigações domésticas, algumas mulheres se limitam sem vislumbrar outro amanhã. 

Atendendo as normas disciplinares como regras de condutas que lhe foram invocadas desde a infância, muitas agem e reagem de forma limitada, ou seja, dentro de uma desigualdade social e moral, que são reflexos de seus valores precocemente atribuídos e totalmente comprometidos. 

Assim, não encontrando opções para externarem desejos ou opiniões, nem tão pouco, sentindo-se à vontade para responderem aos quesitos da vida como qualquer "pessoa normal", há muitas que criaram suas próprias rotinas e se adequaram a estas, uma vez que pouco restou... 

-Isso não é passado! 
Falo de casos atuais, onde a mulher que foi delineada para viver e ser apenas o retrato da submissão esquiva-se, como fruto de uma cultura arcaica que grotescamente imposta, é desleal e na maioria das vezes cruel.

A rigidamente tenebrosa formação feminina passou por muitas lutas às conquistas, e assim foi se mudando um cenário, que "aparentemente" começou a se mostrar menos doloroso e perverso, com o passar dos tempos. Numa mudança gradativa, onde o passado próximo era regido apenas pelo homem e para o homem, deu-se início a novos conceitos e atitudes...

Com a emancipação feminina, também começou um rompimento maior e mais célere na instituição familiar, demonstrando que a mulher, se preparava para enfrentar desafios e sofrer por eles, numa nova visão e consequente postura. Contudo, nem sempre tendo "aval, conivência, ou aceitação" dessa evolução, pelo sexo masculino.

No entanto, algumas não conseguiram se libertar das regras impostas pelo patriarcado ditatorial,permanecendo então mantidas, sob as "regras" à que foram submetidas, desde o berço... 

Enquanto isso, outras mulheres, foram (e ainda são) duplamente "massacradas"... Submetidas a uma somatória cruel, englobada impiedosamente, pela retrógrada rigidez das autoridades absolutas, feitas de severas e permanentes normas, as reduzindo às proporções morais, físicas, psicológicas e sociais mínimas; deixando-as "literalmente" em estado de "escravidão" e vergastadas mais dores vindas de mãos em que "colocaram-se ou foram "colocadas"... Mãos de índoles maldosas, comportamentos anômalos e mentes doentias, onde resistindo, remanescentes, como numa continuação da espécie domesticada, não conseguiram, ou conseguem, até os dias atuais, serem donas de suas vidas e proprietárias de seus destinos. 

Porém, as exceções marcam uma nova era, numa época, em que nem todas encontram as maneiras legalmente corretas para driblarem o cotidiano e aniquilarem as violências ora passadas e ainda vividas. 

Com marcas indeléveis, mulheres emocionalmente fragilizadas, silenciam, permanecendo assim, até o final de seus dias, enquanto outras, movidas por inúmeras razões, (que podem ir de um ressentimento acumulado em mágoas, ou o desenvolvimento de uma doença, até o desabrochar de um desequilíbrio psicológico) em contrapartida aos sofrimentos vividos, se rebelam e acabam na prática do "impraticável". 

Na maioria das vezes, a reação ou "surto", se dá repentinamente e a "vítima" quase sempre é o companheiro, algoz, ou alguém que represente a figura próxima de seu "carrasco". 

São muitos os casos de mulheres, que na tentativa de se defenderem, acabaram por acidente, revoltas ou mesmo por "opção" cometendo uma ação delituosa... 

Sabemos que hoje, o que poderia ter sido evitado (tanto para homens como para mulheres) com alertas registrados em delegacias especializadas, não recebeu (como nem sempre recebe) precaução, providencias ou as imediatas, urgentes e necessárias atenções

Estes despercebidos alarmes, tragédias anunciadas, pedidos de socorro, bem como, os casos que poderiam ser analisados e julgados em instâncias criminais como legítima defesa; resultados de Doenças adquiridas, (principalmente os transtornos de personalidade), e vitimologias, não foram, nem são olhados e tratados com os cuidados exigidos...
Assim sendo, resultando em tragédias, destruição de famílias e filhos comprometidamente sequelados. 

A reação que resulta dos anos de violências sofridas, já jogou e ainda joga muitas mulheres atrás das cortinas de ferro...

Há uma realidade dramática, onde a experiência adquirida em meio a socos, murros e pontapés, ou o pânico alimentado em conta-gotas de indiferenças, realça com destaque a inexistência de garantias de se "continuar com vida" depois de uma queixa ou denuncia. 
Este descomprometimento com a lei e o descaso de tantos, já desencadearam inenarráveis historias, sendo o agente transformador á converter o "covarde em valente"... 

Obvio, resultando em instrumento condutor, á serviço de instrução para uma sentença penal condenatória de muitas mulheres... 

No palco, aonde a tragédia é o pano de fundo, a maioria das mulheres que fazem parte deste drama, ainda somam nas estatísticas, engrossando uma grossa camada da sociedade. 

Esses casos são mais comuns do que se pensa, e embora não seja uma regra, o maior índice de ocorrências, chegam de situações, onde aquela que na condição de filha, ao defender a mãe das violências do pai/padrasto, reage às brutalidades no ímpeto. 

Diversas são as denuncias em processos crimes deste seguimento, mostrando que a acusada, empregando gestos rápidos, impensados e sem reflexos, atingiram de forma fatal "a ora vítima" que antes, era o temido agressor. 

Neste episódio em que a razão se separa da ação, a cratera se abre, e o precipício, vai lentamente transformando o contexto. Os valores já opostos substituem identidades, coloca vítimas nos bancos dos réus e os quatro cantos do universo, ganham nova cor e tamanho... 

O que antes era um pesadelo vivido (quase sempre por apenas um) passa a ser tragédia para muitos... 

Assim como muitas ocorrências, que após serem ignoradas, ou, não tratadas com o devido rigor, cautela, atenção e cuidado, levam pra sempre, as verdadeiras vítimas... 

O que hoje, e a cada dia mais, transformam ou já se transformaram em incontáveis casos de mulheres"sacrificadas", ingênuas, que sem reação diante "da força", cercadas de inseguranças, desprotegidas, desamparadas, ignoradas, desrespeitadas, e barbarizadas ficaram (e ficam) à mercê dos antigos parceiros, dos que as cobiçam, dos incontrolados, mas, todos, portadores de "instintos assassinos"... 
Daquele que se compraz em fazer sofrer ou ver sofrer, o inexorável... Tiranos, selvagens, que imolaram inúmeras vítimas... Mulheres que "eles" profligaram, destinadas e jogadas ao "irreversível" fim, ao óbito sem Adeus...

Por fim, não estamos incitando nenhum tipo de ação violenta, ou reação impensada! Não trato aqui, de mulheres psicopatas que não gostam de serem contrariadas, nem tão pouco possuem traços de psicopatia feminina, aqueles que coincidem com os traços encontrados nos homens como insensibilidade, violência e agressão sem que isso implique em culpa. 

Não estou falando nem tratando dos episódios premeditados. Sem referir-me aos casos daquelas em que suas emoções são superficiais e achatadas, mas sim, das que trazem cicatrizes imperceptíveis, àquelas que sobreviveram no inferno, silenciando cada gota de sangue, nutridas das próprias lágrimas derramadas e que, ou pelo medo, ou pela falta de respaldos, providencias, garantias e sem nortes, erraram tudo! 

Uma vez que, muitas, infelizmente, acabam reagindo impetuosamente 

Reagindo no impulso, para se mostrarem presentes e vivas, tentando se manterem distantes das vergonhas, das marcas externas e internas, das brutalidades vividas, tanto quanto, das sentidas perversidades inarráveis que em segredos, e, por anos foram abafados nos escuros de seus quartos ou fundos do que "antes seriam lares"... Mulheres "sobreviventes", acabam por se condenarem e se auto-sentenciarem á penas máximas, condenações estas, que além de colocá-las entre as grades, submetem-nas á punições que, (em 90% dos casos) perdurarão perpetuamente.

Por: Elizabeth Misciasci
impr...@revistazap.org
Falo de Mim
www.revistazap.org
Da Redação Revista zaP!
Based on a work at www.revistazap.org.


*Elizabeth Misciasci - Jornalista, Humanista, Escritora, Pesquisadora. Presidente do Projeto zaP!
.Embaixadora Universal da Paz no âmbito do Círculo Universal dos Embaixadores da Paz! (Cercle Universel Des Ambassadeurs De La Paix - Suisse/France)

.Membro Correspondente da Governadoria da INBRASCI no Estado de São Paulo- Instituto Brasileiro Culturas Internacionais -

.Membro Efetivo AVSPE.
·Prêmio Frente Nacional dos Direitos da Criança em 2010

.Honra ao mérito - Clube Brasileiro da Língua Portuguesa - título Humanista Honoris Causa, em Língua Portuguesa, em razão da excelência de sua obra a favor dos Direitos Humanos.

.Delegada para e Estado de São Paulo (Brasil) do CEN- Intercâmbio Brasil Portugal.

.Coordenadora de imprensa do Proyecto Cultural Sur Paulista

.Indicada ao "Prêmio Clara Mil Mulheres" Nobel da Paz

.Certificação de Empreendedor Social pelo Apoio na Campanha Páscoa Solidária 2010

na Categoria Parceiros e Personalidades pela Cia. Loucos do Tarô e o CICESP – Centro de Integração Cultural e Empresarial de São Paulo, realizado em parceria com a Fundação Cafu, Fundação Edmilson, Casa da Sopa de Limeira e Associação Amigos do Amor Maior, em 2010.
.Empreendedora Social pelo Apoio na Campanha Páscoa Solidária 2011.

.ALB Cadeira vitalícia 02, Academia de Letras do Brasil Estado de São Paulo.

.Doutora em Filosofia Univérsica - Ph.I. Filósofo Imortal 'Honoris Causa', por indicação do Presidente da respectiva Academia Professor e Dr. Mario Carabajal.
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