REI DE FATO OU REI DECORATIVO? Recentemente, em março de 2009, tivemos no Brasil a visita do príncipe Charles, futuro rei do Reino Unido (Estado peculiar composto de quatro países, quais sejam: a Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte). Nós, brasileiros, estanhamos muito o fato de alguns países europeus ainda terem, em pleno século XXI, reis, rainhas, príncipes e princesas. Isso porque já faz 120 anos que a monarquia deixou de existir no Brasil, sendo totalmente extirpada da cultura brasileira. Os mais velhos hão de recordar o plebiscito que tivemos no Brasil em 1993. Naquela ocasião, se os cidadãos brasileiros quisessem, a monarquia poderia ter sido restabelecida no Brasil. Contudo, poucas pessoas se filiaram à realização de tal hipótese e as urnas só confirmaram isso: por esmagadora maioria de votos, o regime republicano foi o escolhido em vez do monárquico. Até o século XIX, as monarquias européias possuíam muito poder e, por conseguinte, tornaram-se despóticas, absolutistas e totalitárias. Em razão disso, houve necessidade de controlá-las, destituindo-as de poder. Tamanho foi o controle que a monarquia de hoje, existente nos diversos países europeus desenvolvidos, é meramente decorativa, ou seja, os reis ou rainhas não possuem nenhum poder político governamental. Suas manifestações sobre política e economia são meramente opinativas, não atingindo efetivamente o viver das pessoas. Por exemplo, no Reino Unido, há muito tempo, quem governa e tem poder de fato é o primeiro-ministro e não a rainha Elizabeth II. As famílias reais subsistem até hoje tão-somente em razão da simbologia que possuem e em respeito a uma tradição cultural sedimentada há séculos na Europa. Podemos aplicar essa breve retrospectiva histórica a nossa situação como cristãos. A Bíblia nos mostra que Jesus Cristo é o Rei dos reis, Senhor dos senhores (1 Timóteo 6:15; Apocalipse 17:14; 19:16), Rei eterno (1 Timóteo 1:17), Soberano dos reis da terra (Apocalipse 1:5). A Ele foi dada toda a autoridade no céu e na terra (Mateus 28:18). Esses versículos mostram um fato incontestável: Cristo é o Reis mais poderoso do universo, inigualável. Nós, cristãos, portanto, temos um Rei invisível e majestoso, que é Jesus Cristo. Ele quer ter um povo que não só conheça Sua vontade, mas faça Sua vontade eterna, que é trazer o reino dos céus para a terra. Para tanto, o Senhor poderia certamente nos obrigar a curvar-nos a Seus pés, forçando-nos a trabalhar para Ele, tal como fez Faraó quando escravizou o povo de Israel. Todavia, mesmo com tanto poder, o Rei Jesus não é autoritário, absolutista. Muito pelo contrário, ao lermos os quatro evangelhos, vemos que Ele é o Rei mais humilde e mais amoroso de toda a história da humanidade. O Senhor quer nos conquistar com amor. Nós amamos porque Ele nos amou primeiro (1 João 4:19). Se formos conquistados, trabalharemos voluntariamente para Ele em Seu propósito eterno. Portanto, como cristãos, podemos nos comportar de duas formas diante do Rei Jesus. O primeiro tipo de cristão é aquele que vive para si mesmo, lembrando-se do Senhor somente em momentos esporádicos de sofrimento ou na hora do culto de domingo, alegando não ter tempo de invocar o nome do Senhor, de ler a Palavra ou de ir às reuniões da igreja. O Senhor Jesus, nesse caso, é no máximo um rei decorativo, simbólico, que não tem poder de influência efetivamente no viver desse cristão. Por outro lado, existem cristãos que diariamente se negam, tomam a cruz, a fim de conhecerem e fazerem a vontade do Senhor; buscam Cristo nas orações, na leitura da Palavra, nas reuniões da igreja durante a semana; humilham-se constantemente e pedem perdão a Deus quando são iluminados. Já nesse caso, o Senhor Jesus é de fato um Rei real, que reina na vida desses cristãos, guiando-os em todo seu proceder. Diante de tudo isso, cabe a nós escolhermos hoje: queremos um rei Jesus decorativo ou um Rei Jesus de fato, efetivo? Texto extraído da secção "Corre e Fala a este Jovem" da edição 199 do Jornal Árvore da Vida (www.arvoredavida.org.br/jav) |