Aborto

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alessandro garcia

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Mar 24, 2012, 1:36:43 PM3/24/12
to Instituto Plínio Corrêa de Oliveira
DO EXTERMÍNIO DE CRIANÇAS AO ABORTO

Por. Alessandro Barreta Garcia
Fonte: www.alessandrogarcia.org

Na época clássica (séculos V e IV a/C), o fio condutor da educação
espartana se converteu somente a uma estrutura militar e seu objetivo
era a formação do hoplita (soldado). Esparta se priva de uma educação
completa, fecha-se em um totalitarismo desprovido de uma formação
integrada, e assim, não podendo se beneficiar dos tempos de paz.
Preocupava-se com as crianças mesmo antes de nascerem, pois, a eugenia
espartana selecionava os melhores, os sem defeitos, sem disformias e
os não raquíticos, nesse sentido, os “perfeitos” eram privilegiados
(GARCIA, 2011).
Esparta conforme Plutarco (s/d) esclarece-nos por meio da legislação
de Licurgo que as crianças eram educadas da seguinte forma:

Pois, logo que estes chegavam à idade de sete anos, ele os tomava e os
distribuía por grupos, para serem educados juntos e se habituarem a
brincar, aprender e estudar uns com os outros; depois, escolhia em
cada grupo aquêle com aparência de ser o mais avisado e mais corajoso
no combate, ao qual dava a superintendência de todo o grupo.
(PLUTARCO, s/d, p. 226).

Submetidas desde cedo aos treinamentos físicos, um em cada grupo era
escolhido como líder, e sua tarefa era supervisionar os demais. Além
do escolhido como líder do grupo, os mais velhos supervisionavam
todos, inclusive os lideres. Muitos debates eram impostos para testar
as decisões dos jovens espartanos, e quem não se apresentasse
dispostos a julgar com convicção eram castigados pelos lideres
(PLUTARCO, s/d).
As crianças que não servissem ao fim militar eram jogadas do
precipício, e aquelas aptas a suportarem ao serviço militar sofreriam
castigos como terem seus dedos mordidos pelos supervisores. Não é de
hoje que os homens tentam eliminar seus semelhantes, em Esparta as
crianças que não servissem ao serviço militar eram eliminadas,
exterminadas da cidade-estado. Com o tempo as constituições foram se
alterando e a defesa das crianças passa a ser uma preocupação
constante ou deveria ser.
No entanto, em nosso tempo as leis não interessam mais ao coletivo,
sendo assim, as que existem funcionam para minar as últimas bases da
moral conservadora. Legitimar o direito do individuo em detrimento do
direito supremo, do bem comum a toda coletividade é hoje uma agenda
internacional.
Hoje em dia, um gigantesco plano mundial tenta classificar o aborto
como legítimo, como resolução individualista, esquecendo-se da
inexorável ideia de Aristóteles, a potência e ato. Uma semente é uma
árvore em potência. Um feto é uma criança em potência. Diferente de
ter potencial para engravidar, potência e a transição para o ato, ou
seja, é já o próprio crescimento e desenvolvimento da vida. Do
contrário, impotente é alguém que não goza da possibilidade de gerar
mudança específica, no caso engravidar. Para Aristóteles (2006)
“Impotência é a privação de potência, ou seja, a supressão do
principio que foi descrito” (p. 149). Ao abortar se mata um cidadão em
potência e em ato, podendo ser ato se respeitado o devir natural da
vida. Abortar é matar as potencialidades do suprassensível, da
tradição moral, filosófica, cívica e jurídica. Abortar é matar.
No Brasil observa-se uma justiça de valor relativo, e sendo essa a
nova ética, a moral clássica tão valiosa perde seu esplendor, até
mesmo seu significado. Nesse mundo, tudo é a busca do prazer, pelo
útil individual e isolado dos bens supremos. Dessa forma, recuperar
seu significado é uma tarefa árdua, de poucos, se comparado ao
ambiente decadente ao redor. Sendo assim, nos resta ensinar, pois o
ensino é ainda a forma mais hábil de se conduzir a morada das ideias e
da defesa das constituições.

REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. Metafísica. Bauru, SP: EDIPRO, 2006.
GARCIA, A. B. Aristóteles nos manuais de história da educação. 1.
Edição, São Paulo: Clube de Autores, 2011.
PLUTARCO. Licurgo. In. As vidas dos homens ilustres. Trad. Brasileira
de: Aristides da Silveira Lobo, São Paulo: Editora das Américas, s/d.

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