Postal Identidade de Género
No 2º aniversário da morte de Gisberta, a rede ex aequo - associação
de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes
relembra a situação precária das pessoas transexuais em Portugal
através do envio simbólico do postal "Direito à Identidade de Género -
Direito a ser quem sou". Este postal encontra-se inserido na campanha
digital contra o preconceito que foi criada para unir todas as pessoas
que não concordam com a discriminação e o preconceito contra gays,
lésbicas, bissexuais e transgéneros.
Actualmente, o Estado português não reconhece a cidadania das pessoas
transexuais e a alteração dos documentos é um processo excessivamente
moroso e condicionado ainda pela realização de uma operação cirúrgica
de reatribuição de sexo também ela demasiado demorada. Seguem-se
assim, discriminações quotidianas graves que poderiam ser evitadas
caso houvesse concordância entre corpo e documentos, caso o Estado
português não ignorasse e marginalizasse as pessoas transexuais.
Cremos, pois, que é fundamental preencher a lacuna legal no
reconhecimento da identidade de género, bem como a introdução
explícita da categoria "identidade de género" nas provisões de não-discriminação da Constituição, do Código do Trabalho e do Código
Penal, por uma sociedade mais justa e igualitária.
Os maus-tratos a Gisberta foram perpetrados no parque de
estacionamento dum prédio inacabado, onde a transexual viria a ser
atirada para um fosso, morrendo por afogamento. As autoridades
imputaram os crimes a 14 jovens, a maioria internos da Oficina São
José, uma instituição de acolhimento de menores em risco, tutelada
pela Igreja Católica. Treze deles, menores de idade, já foram julgados
no Verão de 2006 no Tribunal de Família e Menores do Porto e
condenados por ofensa à integridade física qualificada, profanação de
cadáver tentada e, em alguns casos, por omissão de auxílio, com
medidas tutelares de internamento em centro educativo até 13 meses.
Outro encontra-se ainda em julgamento e é acusado de ofensa à
integridade física qualificada (três crimes, cada um punível com três
a 12 anos de prisão) e de um crime de omissão de auxílio, penalizado
com prisão até dois anos ou multa.
Apelamos a tod@s para não deixarem esta morte cair no esquecimento e enviarem este postal a todos os vossos amigos e conhecidos através deste link.
http://ex-aequo.web.pt/campanha
http://ex-aequo.web.pt/postais/compose.php?imageid=59