Groups keyboard shortcuts have been updated
Dismiss
See shortcuts

Escrituras

0 views
Skip to first unread message

Patrícia Reis Alvim

unread,
May 27, 2010, 8:35:23 AM5/27/10
to patricia_...@hotmail.com
 
 
Livro aberto é ilusão.
Meu nome é escritura.
 
A moça que me ensinou:
morre-se, mas perpetua-se
na consciência.
 
Mas e se não.
Se a vida é que for consciência.
 
Morre-se e perpetua-se,
só.
 
No lugar da consciência,
a existência,
pura e simples,
como os bichos em flor.
 
Como os ventos.
 
Tão mais leve que o sabido.
Ou saber: outra ilusão.
 
No paraíso perdido, tínhamos a mesma estirpe.
Depois é que veio o inferno e os bichos ganharam jeito de instinto
primitivo.
 
(Já eram os bichos enxergados
sob a luz da consciência.)
 
Gosto de ser mais que velha.
Primitiva.
 
Gosto de ter garras.
E, de quarenta em quarenta anos, arrancá-las com o bico.
Depois quebrar o bico na pedra.
Antes de tudo, arrancar minhas penas, ficar nua,
nua e só, lá no fundo
da caverna -
como ave
de rapina.
 
Muita luz cega tanto quanto a treva.
Muita luz fere a vista e fere a alma.
 
Esta é uma desilusão.
 
 
 
Reply all
Reply to author
Forward
0 new messages