Meu pobre pobre-diabo
voltou alguns anos mais novo,
embora com a cabeça branca,
encrespado das coisas do mundo,
acuado. Fugitivo.
Esperava no portão lutando em falso
com ninguém e
apanhava.
Não, Totó, não corta
as pontas dos meus dedos.
Não faz isso comigo, Totó.
Ai, meu Deus, me ajuda.
E Deus não ajudava
o pobre
diabo.
Era uma luta de Jacó
contra o anjo e eu vi tudo.
O anjo
que eu não via, eu via
exauria o velho homem,
bêbado, indigno, imundo
e maledicente,
até que veio uma luz e a voz
dos céus imperou:
Eu vou chamar a polícia!
Era Deus. Podia ser Deus, em seu
auxílio,
com suas linhas
tão tortas quanto o andar trôpego
do pobre diabo
que, num átimo,
parou.
Despossuído do anjo.
Despossuído de tudo.