Enquanto você não me espera,
eu também me des_espero.
Sigo de longe seus passos, sigo o
barulho
que escuto colando os ouvidos no chão,
aprendi vendo os índios norte-americanos,
os daqui,
de onde venho,
colam os ouvidos no ar e escutam, mas
eu não aprendi.
Aprendi no entanto a seguir
seus passos, muda e tonta,
fazendo às vezes outro caminho,
fazendo às vezes hora,
às vezes me fazendo de morta,
quem vê nem pensa,
até eu
nem penso, só sigo,
cega e tonta.
Você também segue.
Um dia vou arrancar das profundezas
um cristalino
tão lindo, tão cristalino,
que você há de se admirar.
Talvez então nesse dia você pare
e me espere.
Ou talvez eu me apaixone tanto
por ele, que eu pare
e pare de esperar
por uma emoção extraordinária
pela sua vinda.
E você venha.