Texto Áureo: 1 Samuel 24.6
Verdade Prática: Mesmo
estando ungido a mando do Senhor para ser o rei, Davi soube esperar o tempo de
Deus para ocupar o trono de Israel.
Leitura Bíblica: 1
Samuel 24.4-8
Lição 04
INTRODUÇÃO
Uma das
grandes lições na história de Davi é a sua paciência para esperar o momento
certo de ascender ao trono de Israel. Apesar de ter sido ungido para ser rei
sobre Israel quando ainda era bem jovem. Davi esperou muitos anos para vir, de
fato, a sê-lo. Neste seu período de espera, não vemos em nenhum momento Davi
maquinando Golpe de Estado, manobras escusas e procedimentos vis para destituir
Saul e ocupar o seu lugar. E em todo o tempo de suas provações, Davi era ciente
de que Saul havia sido rejeitado por Deus. O exemplo de Davi deve ser seguido
por todos aqueles que têm aguardado as promessas de Deus, andam segundo a sua
Palavra e vivem conforme a sua vontade.
I.
DAVI ESPERA
O TEMPO DE DEUS EM
MEIO AS AMEAÇAS
- A lança
do rei: O capítulo 18 de 1 Samuel narra o início da perseguição
que Davi passaria a sofrer por parte de Saul, movido por inveja e cobiça
de origem não somente natural, mas também diabólica (1 Sm 18.6-9). Daquele
dia em diante, Saul não via a Davi com bons olhos (v 9). Quando esses
fatos ocorreram, Davi era um militar a serviço do rei (v 16). Nessa época,
Davi gozava de grande aceitação e popularidade diante de todo o povo. Não
era difícil nesse momento valer-se de sua posição, promover uma rebelião
contra Saul e ocupar o trono. Contudo, Davi nunca se valeu de sua posição
para derrubar Saul. Enquanto pôde permanecer no palácio real, mesmo sendo
perseguido, Davi manteve a postura de um servo humilde que reconhece tanto
a bondade e misericórdia divinas, quanto sua justiça e retidão em todas as
coisas. O livro de Salmos, em várias vezes, retirando-se secretamente da
presença de Saul, como esta registrado nos capítulos 19, 20,21 e 22 de 1
Samuel.
- A espada
dos filisteus: Tendo falhado em matar Davi com
suas próprias mãos, Saul orquestra um novo plano: usar os filisteus – os
piores inimigos de Israel -, para acabar com Davi através deles. O
estratagema é ardiloso e envolvia uma negociata com as filhas do próprio
rei. Primeiramente Saul ofereceu sua filha Merabe a Davi exigindo em troca
apenas que ele guerreasse “as guerras do Senhor” (1 Sm 18.17). Essa seria
uma excelente oportunidade para Davi ascender socialmente, vindo a
tornar-se genro do rei. Todavia, o filho de Jessé não demonstra ambição e
esquiva-se da primeira proposta do rei, alegando que não passava de um
simples camponês (1 Sm 18.18). Posteriormente Saul oferece Mical a Davi,
querendo apenas a vida de alguns filisteus como dote. Humanamente falando
não seria essa uma excelente oportunidade para fazer parte da família
real? Quantos caem porque no seu dia-a-dia também recebem propostas
semelhantes a essa. Esperar o tempo de Deus, muitas vezes, significa
perder aparentemente excelentes oportunidades. Posteriormente Davi se
casou com Mical (1 Sm 18.27,28), mas manteve-se firme em não tomar
decisões movido por torpes e indignos interesses.
II.
OS LOCAIS DE
REFÚGIO DE DAVI DURANTE A ESPERA DO TEMPO DE DEUS
- Na escola
profética de Samuel: Davi larga o comando militar na corte de Saul
e foge para Rama, onde Samuel residia e dirigia uma casa de profetas (1 Sm
19.18-20). É compreensível que Davi, vendo-se pressionado por Saul,
procurasse o profeta Samuel, o destacado homem que Deus usou para ungi-lo.
Ninguém melhor do que o “homem de Deus” (1 Sm 9.6) para entender e
aconselhar Davi nesse difícil momento de sua vida. Anteriormente, Davi já
contara com o ombro amigo de Jônatas, mas agora enfrentava uma pressão
psicológica e espiritual, que dependia de uma ajuda espiritual. Samuel era
um excelente conselheiro e, por isso, o texto sagrado, declara que Davi
contou a ele “tudo quanto Saul lhe fizera” (1 Sm 19.18).
- Na casa
do sacerdote Aimeleque: O ministério profético estava relacionado
à inspiração divina, enquanto o ministério sacerdotal, à instrução. O
sacerdote cuidava do caminho de ida para Deus, isto é, representava o povo
diante de Deus, enquanto o profeta cuidava do caminho de volta, isto é,
representava Deus perante o povo. Davi buscou refugio na escola profética
de Samuel e, embora o texto sagrado não nos diga os detalhes desta visita,
certamente ela trouxe refrigério à alma aflita de Davi. A unção tem o
poder de quebrar o jugo (Is 10.27).
Pode acontecer
de um crente estar esperando o tempo de Deus e assim mesmo ocorrerem problemas,
fraquezas e dificuldades, como foi o caso ocorrido quando da visita de Davi ao
sacerdote Aimeleque (1 Sm 21.1-9; 22.6-22).
III.
DAVI
CONTINUA ESPERANDO O TEMPO DE DEUS
- Entre os
filisteus e na caverna de Adulão: Naqueles dias de provocações,
Davi não se sentia seguro em nenhum lugar de Israel e, por isso, procurou
abrigo em território inimigo (1 Sm 21.10-15; 27.1-7). Amparar-se ou buscar
asilo no território inimigo não é a melhor alternativa; isso mostra o
quanto é possível perder a lucidez quando se está em perigo. Sua
experiência mostra-nos que devemos pensar bem antes de tomar qualquer
atitude e decisão, principalmente quando estamos sob forte pressão (1 Sm
22.1-5).
Sendo
descoberto pelos filisteus, o filho de Jessé foge para a caverna de Adulão,
local que, pelas defesas naturais, proporcionava-lhe proteção. Naquele lugar os
familiares de Davi sentiram-se seguros em visitá-lo (1 Sm 22.1). Recebendo
apoio da família, Davi evidentemente se sentiu fortalecido. Ao longo das
Escrituras, constatamos que a família desfruta de destaque especial nos
desígnios de Deus para a humanidade. Além do seu papel de coesão, inclusive social,
a família provê também apoio emocional e espiritual para seus membros. Todos
nós de alguma forma necessitamos também de nossa “caverna de Adulão”, isto é,
um local de refúgio, inclusive familiar.
- Nas
cidades, desertos, vales e montes: As fugas de Davi cobrem um
longo período de tempo e durante essa época, como registra a Escritura,
ocorreram muitos fatos. Nesse ponto de seus apertos a caminho do trono,
Davi declara: “[...] até que saiba o que Deus há de fazer de mim” (1 Sm
22.3).
Os capítulos
24 e 26 de 1 Samuel mostram duas situações diferentes, onde Davi prova que não
estava interessado em
eliminar Saul. No primeiro momento Davi se encontrava no
deserto de En-Gedi, onde Saul, juntamente com três mil homens, monta-lhe o
cerco. Apesar de ter tido a oportunidade de matar Saul, quando este se
encontrava em uma caverna, Davi não o fez. Pelo contrário, Ele sentiu até seu
coração doer quando cortou parte das vestes de Saul (1 Sm 24.5). Bastava Davi
sair daquela caverna com a cabeça de Saul, e tudo estaria terminado. Mas que
conseqüências isso iria trazer? Davi por certo estava consciente da unção real
sobre ele, mas ascender ao trono daquela forma não o agradava. Ele preferiu
esperar o tempo de Deus.
Em outra
ocasião, quando novamente tece oportunidade de matar Saul, Davi mais uma vez
declara: “O Senhor me guarde de que eu estenda a mão contra o ungido do Senhor”
(1 Sm 26.11). Os capítulos finais de 1
Samuel mostram a rota de fuga de Davi que ora se encontra nos desertos, ora nos
vales e montes, ora entre os inimigos (1 Sm 27.1-12). |A grande lição para nós
é que, em todos esses terríveis momentos, o filho de Jessé soube esperar em
Deus (Sl 40).
CONCLUSÃO
Davi esperou
pacientemente no Senhor, e Ele ouviu a sua voz. Esperar o tempo de Deus é a
garantia de não agirmos precipitadamente. É o segredo de quem quer fazer a
vontade do Senhor. A Escritura diz que os nossos pensamentos não são os
pensamentos de Deus, nem tampouco os nossos caminhos são os caminhos dEle (Is
55.8). O tempo do Eterno, evidentemente, não é o nosso tempo (Sl 90.4).
Conhecedores desse fato, devemos confiar no Senhor e esperar nEle em todas as
situações.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 41º/2009
Comentarista: José Gonçalves
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: Davi – As vitórias e as derrotas de um homem de Deus
Páginas: 27 - 34