A ESTAÇÃO DA SIMPATIA
Quando chega o tempo dos simpáticos de estação, ficamos sem saber como agir.
O porteiro que sempre o tratou com indiferença fica atencioso.
O entregador invisível de jornais quer ser visto e manda cartão.
O carteiro sisudo, de sorriso raro, parece outra pessoa.
O vizinho, silencioso até no elevador, lhe convida para ver seu apartamento natalinamente decorado, onde você nunca entrou.
As mãos mendigas esperam mais.
Os caixas dos supermercados sugerem que olhemos para uma caixa de papelão com uma abertura no alto, própria para gratificações.
Os transeuntes agradecem os cumprimentos, mesmo que discretos.
Que fazer com os que nos prestam serviços todos os dias do ano?
Como agir com o vizinho só agora interessado em comunhão?
Vamos oferecer aos mendigos o que sempre lhes recusamos?
Deixaremos alguns trocados nas caixinhas dos caixas e companheiros?
Vamos sorrir mais porque esperam isto de nós?
O Natal é uma estação de reflexão sobre a nossa generosidade.
E generosidade não deve vir por obrigação, mas deve chegar do coração.
A generosidade de dezembro deve nos acompanhar porque o Espírito Santo nos habita não porque nos percorra um vago espírito de natal, vento leve de estação.
Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo