DEUS, FAMÍLIA,
IGREJA
A ordem das coisas na vida de um crente
tem que ser: primeiro Deus; em seguida a família; em terceiro lugar a
igreja.
Nada mais falso que essa afirmação. Onde
está isso na Palavra de Deus?
"Por que me chamais Senhor, Senhor, e
não fazeis o que eu vos mando?"
1) Porque a minha mulher não deixa
não.
2) Porque as minhas responsabilidades de
pai de família não me permitem.
3) Porque tenho uma agenda
lotada.
4) Porque não quero causar desavenças
com os meus pais.
5) Porque é minha responsabilidade
atender a família antes.
6) Porque não é a igreja que paga as
minhas contas e não é ela que se deita comigo de noite.
7) Porque tenho tradições a
zelar.
Então, na filosofia politicamente
correta da educação religiosa moderna, DEUS não passa de algo abstrato, de um
ideal meramente simbólico, de um ícone apenas espiritual e sem muito sentido.
Porque, caso fosse real, causaria um desconforto enorme, haveria conflito de
poderes e de prioridades:
1) PRIMEIRO DEUS - Ele diz: "quem amar
mais A SUA FAMÍLIA (pai, mãe, filhos etc) não é digno de mim". E agora? Primeiro
Deus ou primeiro o meu pai, a minha mãe, os meus filhos etc? Isto não significa
ABANDONO da família, pois daí seria incompatível com as Escrituras (Mas, se
alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a
fé, e é pior do que o infiel. 1Tm 5:8)
2) PRIMEIRO A FAMÍLIA - Diz a Palavra:
"não deixeis de congregar-vos; ou não abandoneis as vossas congregações", mas a
família diz: "não iremos à igreja e você não irá nessa igreja, sua família vem
primeiro". O que fazer? A quem atender? Um rapaz disse: "Deixa-me primeiro
enterrar o meu pai (viver com ele até que morra, assim cumprirei meu compromisso
familiar). O Senhor disse: "Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa os mortos
sepultar os seus mortos. (Mt 8:22). Aqui não está um convite à insensatez, mas o
estabelecimento de uma legítima PRIORIDADE BÍBLICA.
3) IGREJA SÓ POR ÚLTIMO - O valor da
igreja é o menor na escala de valores dos politicamente corretos. Então
precisaríamos condenar os cristãos primitivos que, por amor à igreja, que era
uma expressão do seu amor por Deus, deram a vida, foram espoliados, saqueados,
esquartejados etc. Por amor às igrejas Paulo dava a sua vida, sofria prisões. E
seu amor pela igreja tinha uma razão: AMAVA A DEUS E ISSO PRESSUPUNHA AMAR A
IGREJA DE DEUS.
Quem ama a Deus colocando-o em primeiro
lugar de sua vida não faz essa hierarquia mental de valores, DEUS, FAMÍLIA,
IGREJA. Ela não se sustenta diante da contradição entre TRÊS AMORES DISTINTOS.
Seriam três senhores do coração e ninguém pode servir a três senhores. Essa
filosofia é pagã.
A maneira bíblica de se encarar DEUS,
FAMÍLIA E IGREJA É: O MEU AMOR ÚNICO AO SENHOR e, por causa disso, atenderei à
demanda que Ele desejar que eu atenda. E isso Ele me mostrará na Palavra dEle,
nos sinais evidentes de minha vida, na necessidade do bom testemunho, no meu
cumprimento de Sua vontade. E, claro, Ele já estabeleceu papéis familiares
distintos aos quais os que o amam devem apegar-se; papéis para esposas, para
maridos, para filhos, para pais. Ele não se contradiz, mas na Sua hierarquia é
capaz de dizer: "sai da tua terra e da tua parentela... Gn
12.1)
Por amar a Deus eu amo a minha família.
Mas se a minha família quiser impedir-me de amá-lo, servi-lo e submeter-me à sua
vontade, eu o escolherei e optarei pela sua vontade e não a da minha
família.
Por amar a Deus eu amo a Igreja do
Senhor. Ela não será minha última opção. Eu não vivo igreja como um clube de
cristãos; igreja é a Noiva do Cordeiro. Logo, igreja para mim é prioridade.
Servir ao Senhor em amor, congregar, repartir dons, ser fiel, tudo isso é
prioridade em minha vida, porque Deus é prioridade para mim. Não cocheio entre
"FAMÍLIA E IGREJA", para mim igreja é família de Deus, e a minha família faz
parte de tudo isso.
Quando vejo os heróis da obra
missionária de dois séculos atrás, deixando filhos na Inglaterra enquanto davam
as suas vidas no campo missionário; quando vejo maridos ou esposas morrendo na
Obra do Senhor na igreja onde serviam, nos povos a serem alcançados, quando ouço
testemunhos dos nossos pioneiros no campo paulista gastando dois meses nos
sertões a semear o evangelho e pregar a Palavra de Deus, regressando de quando
em quando para rever família e trocar as malas de roupas, então eu vejo o
que é a verdadeira prioridade de valores diante do Senhor.
Primeiro DEUS. Depois DEUS. Em seguida
DEUS. E isto me basta.
Assim, por ter DEUS como centro, a
Igreja do Senhor terá o meu afeto e serviço e não a verei como CONCORRENTE COM A
FAMÍLIA, pois uma família cristã integra-se amorosamente em sua igreja.
No coração de um crente verdadeiro as
instituições têm plena harmonia. No coração de um liberal, igreja é concorrente
com a família e nessa disputa a família vem primeiro. Deus, no topo, não passa
de um cabeçalho educado e emblemático, não uma realidade imanente.
Finalizando: foi por amor ao Senhor e
por me envolver na igreja que tive, em 1980, que optar pelo amor e o afeto de
minha mãe, meu pai e meu irmão ou o amor de Deus e de sua igreja. Ao
converter-me desfiz-me dos ídolos. Minha mãe chorou e desfiliou-me de seu
coração. O meu pai prometeu descarregar um 38 em meu peito caso eu me batizasse;
o meu irmão deu-me um bofetão e disse que eu não era mais seu irmão. Optei por
contrariá-los todos: converti-me, integrei-me na igreja e em 27 de abril de 1980
fui batizado. Resultado: por ter escolhido DEUS e não outras prioridades, meu
pai, meu irmão e minha mãe converteram-se a Cristo e a nossa família tornou-se
FAMÍLIA DE DEUS. Papai morreu salvo; mamãe também. Meu irmão serve ao Senhor
comigo na igreja. E somos felizes!
É o que penso.
Wagner Antonio de
Araújo