Reverendo
Hernandes Dias Lopes
Diretor
executivo da LPC (Luz Para o Caminho)
O
evangelho é a melhor notícia que já ecoou nos ouvidos da história.
É a boa nova da salvação vinda de Deus a pecadores perdidos. É o
transbordamento do amor divino aos filhos da ira. É a graça sem par
a pessoas indignas. É a misericórdia estendida a indivíduos
arruinados. O evangelho é o novo e vivo caminho que Deus abriu desde
o céu para o céu. Esse não é o caminho das obras, mas da graça.
Não é o caminho do mérito, mas da oferta gratuita. Não é o
caminho da religião, mas da cruz. A salvação é uma obra exclusiva
de Deus, trazendo libertação aos cativos, redenção aos escravos e
vida aos mortos.
Com
respeito ao evangelho, precisamos estar alertas sobre alguns perigos.
Tanto no passado como no presente, ataques frontais foram e ainda são
feitos para esvaziar o evangelho, distorcer o evangelho e substituir
o evangelho por outro evangelho, que em essência, não tem nada de
evangelho. Quais são esses perigos?
Em
primeiro lugar, o perigo de substituir o evangelho da graça pelo
evangelho das obras. O mundo odeia o evangelho, porque este é um
golpe fatal em seu orgulho. O evangelho anula completamente qualquer
possibilidade de o homem se vangloriar. Reduz o homem à sua condição
de completo desamparo. Mostra sua ruína absoluta, sua depravação
total, sua escravidão ao diabo, ao mundo e à carne, sua corrupção
moral e sua morte espiritual.
A
tentativa do homem chegar-se a Deus pelo caminho das obras é tão
impossível como tentar construir uma torre até o céu. O apóstolo
Paulo diz aos judaizantes que estavam perturbando a igreja e
pervertendo o evangelho, induzindo as pessoas a praticarem as obras
da lei para serem salvas, que isso é outro evangelho, um evangelho
falso, que desemboca na ruína e na perdição.
Em
segundo lugar, o perigo de substituir o evangelho da cruz pelo
evangelho da prosperidade. Proliferam em nossos dias os pregadores da
conveniência, os embaixadores do lucro em nome da fé.
Multiplicam-se neste canteiro fértil da ganância, homens
inescrupulosos que mercadejam a Palavra de Deus, fazendo da igreja
uma empresa, do púlpito um balcão, do evangelho um produto híbrido,
do templo uma praça de negócios e dos crentes consumidores. O vetor
desses obreiros da iniquidade é o lucro.
Pregam
para agradar. Pregam para atrair as multidões com uma oferta de
riqueza na terra e não de um tesouro no céu. Torcem as Escrituras,
manipulam os ouvintes, enganam os incautos, para enriquecer. Sonegam
ao povo a mensagem da cruz, a oferta da graça, a mensagem da
reconciliação por meio do sangue de Cristo. Embora esses pregadores
consigam popularidade, estão desprovidos da verdade. Embora reúnam
multidões para ouvi-los, não oferecem aos famintos o Pão do céu.
Embora se vangloriem de suas robustas riquezas acumuladas na terra,
são miseravelmente pobres na avaliação do céu.
Em
terceiro lugar, o perigo de se pregar o evangelho sem o poder do
Espírito Santo. Se a pregação do falso evangelho das obras e da
prosperidade é uma negação do genuíno evangelho, a pregação do
verdadeiro evangelho sem o poder do Espírito é uma conspiração
contra o evangelho. O evangelho é o poder de Deus para a salvação
de todo o que crê. Nele se manifesta a justiça de Deus. Não
podemos pregá-lo sem a virtude do Espírito Santo.
O
pregador precisa ser um vaso limpo antes de ser um canal de bênção.
Precisa viver com Deus antes de falar em nome de Deus. O pregador
precisa ser cheio do Espírito antes de ser usado pelo Espírito. Se
a pregação do evangelho é lógica em fogo, a mensagem do evangelho
precisa queimar no coração do pregador antes de inflamar os
ouvintes. Precisamos desesperadamente de um reavivamento nos
púlpitos. Precisamos voltar ao evangelho!