A Justiça é branca, masculina e podre de rica!

4 views
Skip to first unread message

Vanderlei Machado

unread,
Nov 20, 2018, 4:16:24 AM11/20/18
to adauto locatelli Taufer Português CAp, Adriana História UFRGS, Aimberê, alceano luiz, Aldairis Pereira da Silva, Alessander Kerber História UFRGS, Alessandro 16 1, Alessandro Güntzel, alexandre antonio sobral de oliveira sobral, Alexandre Bica Pires, Alexandre Fábio Gaia, alice trusz, Aline Dos Santos Fraga, Amarílis Barcelos, Amorim Marido Lucileide, ana colling, Ana Fuchs Teatro CAp, Ana Paula Zini De Abreu, Ana Paula GEO EJA, Ana Veiga, andré Filosofia CAp, André Lapolli, Andreia Perius, Anelice Bernardes, Anita Natividade, Arthuro Grechi, Augusta, Beatriz Alves de Sousa Sousa, Benice Antunes Tristão de Oliveira UFRGS/EJA, Benitos Bisso História/UFRGS, BERNARD GOULART PRIETTO, Bernardete Flores, Betomha ED. Física, Boulos FTD, Bruna Krob, Bruno Chepp, Carina Gomes, Carla Hirt, Carmem Gil, Carla W. NOPE, Carmen Teatro, carmen tornquist, Carola UNESC, Carolina N. Barreiro - Mulheres na Id Mé, Caroline Orientanda Cristina, Caroline Pacievitch FACED, Cássio masc Bahia, Castrogiovani, celso - bolsista IC memória, Centro Acadêmico de História UFRGS, Claricia Otto, Clarícia Otto CED/UFSC, Claudia - História, Cláudia Alves Freitas Arroio do Meio, Claudia Mauch, Claudira FAPA, Clevi Elena Rapkiewicz, Cristiane Bahy, Cristiani Bereta da Silva, Cristina Scheib, Daiane Martins Bocasanta, Daniel Caon Alves Filosofia, Daniela Fracasso, Daniela Vallandro de Carvalho, Dante Guimaraens Guazzelli, Danusa CA, Dari R, Deivison Campos Jornalismo, Demetrius Avila Mjonito Socilogia 11, Desirée Idaliette Orientanda Lucileide, Diamar Ruoso, Diego de Vincenze ex-etagiário, Diego Pesquisa Humanidades, Dionathas Boenavides Mulheres Med., Dirce Gimarães, Dominique da Silveira Quevedo, Dora - HST 09, Dorval Nascimento, Dulce União da Vitória, eder pesquisa sobre militante PCBR, Edson Dorneles Canadá, Edson Lindner Química/CAp, Eliane Debus, Elenice Favarin, Eliane Turismo, Elisabete Leal anpuh-rs, Elisabete Santos FTD, Emerson Flores Gracia, Estela Ed. Física, Estela Maris História da Educação, Ester Salete Tonial Simões, Eunice Sueli Nodari, Evandro Filosofia, Evelin Biondo, Fabi Serres, Fabiana Serres Matemática CAp, Fábio Parise, Fani Prática Ensino FAPA, Felipe Aline/ester, Felipe Lohmann Arend, Filipe Lerias, Felipe Monitor Castro, Fernanda Britto, Fernanda Grassen, Fernanda Knecht - Inglês cap, Fernanda Rodeghero, Fernando Botton estudos sobre masculinidade, Fernando Lamas História Cap Juiz de Fora, Fernando Seffner, Fernando Vojniak, Flávia Caimi Universidade Passo Fundo, Franciele Cap, Francisco Rüdiger, Fraya Bergamini, Gabriel Binot PIBID Filo, Gabriel Corrêa de Menezes, Gabriel dienstmann, gabriela castro, Gabriela Hoffmann Lopes Alemão CAp, Gabriela LDs UFSC, Gabriela NOPE 90, Gabrielle Werenicz Alves, Giancarlo Ed. Continuada Castro, Glaucia CAp UFSC, Glaucia Costa, Graça colega Integral Loreiro, Graziele Corso, Guilherme Lauterbach Palermo, Gustavo da Silva Kern, Henrique Geo, Henry Espanhol, Henry Espanhol CAp, Hernán Ramírez, Hilda Jaqueline Fraga, historiog...@googlegroups.com, Ingrid Kuchenbecker, Isabela Bolsoni, Isadora Librenza, Ítalo CAp, Ivan Livindo de Senna Corrêa, Ivana Ferreira Programa Formação Continuada, Ivonete Pereira, Ivonete Pereira 09, Jakson pesquisa masculinidade, janaína Athaydes Contreiras, Jandir Francisco Dall Piaz, Jaqueline Zarbato, Jeremyas, jessica filo est, Joana Vieira Borges CED UFSC, João Bitencourt, João Victor Câmara, Juliano estagiário, Júlio Bolsista Castro, Karen Nodari, Larissa Fagundes, Laura tradução espanhol, Lauren Valentim, leonardo Porto Estágios Filosofia, Libânica Silva Arquivo Público da Bahia, Lisandro Moura, Lisandro Moura Sociologia, Lisinei Fatima Dieguez Rodrigues, Lucas, Lúcia CA, Luciane Alfas, Lúcio Fernandes, luiz Mazzei, Marcelo Argenta Câmara, Marcelo Dantas monitor 2009, Marcelo Geo/EJA, Marcelo Gláucia, Marcelo Scarparo, Marcelo Teodoro, Márcia Prática de Ensino PUC, Márcia Eliza Oliveira da Silva, Marcia Espig, Marcio Farias Museu Afro Brasil, Marcio Marchi, Marcos Machry, Marcos Montysuma, maria aparecida veiga rodrigues, Maria de Fátima Sabino, Maria Helena de Lima Música - CAp, Maria Lurdes SAE/CAp, Mariana HST AMÉRICA UDESC, Marina Araújo, Mário História Cultural Masc, Marise Silveira, Marla B. Assumpção, Marlei Rossoni, Marlene Fávero, Marlusa da Rosa, Martha Costa Guterres Paz, Martha Ramirez-Gálvez, Mirian Branco, Monica CAp, Monica Lima, Natália sociologia CAp, Natasha fragoso garagem floripa, Noberto Dallabrida, Núcia Oliveira HST, Olívia Rangel, Otávio Geografia, Paola bolsista Pesquisa Humanidades, Patríca de Freitas, Paula Pinhal, Paula Ribeiro, Paulo Moreira, Natália Barros CAp Pernambuco, Profa. Dra. Eliane Martins de Freitas, Rafael Santos Abreu - estagio História14, Rafael Silva da Música, Raquel bolsista CEU, Renata Coutinho Ferreira, Ricardo Geo-ufrgs, Ricardo Serres História, Rita Português CAp, Rivaair Macedo, Rivadávia Padilha Vieira Jr, Roberta Franz, Roberta Madeira De Melo, Rodrigo Sociologia/CAP, Romeu Algusto Bezerra, Rosa pacheco/CAp, Rosalia Lacerda, Roselane Zordan Costella, Rosita Alemão/Cap, Sandra Geo-CAp-UFSC, Sandra Helena Figueiredo Macie, Sílvia Arend, Silvia Aulras, Sirlei Ensino de História Unisinos, Steffen Vieira Miriam, Stela Maris Ed. Física CAp, Tadeu Revista CA, Taiane Lopes, Taís Frizzo, Thaise Mazzei, Thiago Bolsista Sociologia, Vitor Química CAp, Vivian Ignes, Walter Günther Rodrigues Lippold, Zita Possamai

 

A Justissa é branca, masculina e podre de rica!

Conrado Hübner: ela mora no 0,1% mais rico, com auxílio e tudo...
publicado 19/11/2018
bessinha (1).jpg

O Conversa Afiada reproduz da revista Época artigo de Conrado Hübner Mendes, doutor em Direito e Professor da USP:

O baile da magistocracia


O baile da irresponsabilidade fiscal promovido pela magistocracia acaba de conceder um aumento de 16% aos juízes de todo o país. Na melhor tradição da baixa política, o Judiciário mais caro do mundo não recebeu o polpudo acréscimo num contexto qualquer, mas em meio a uma das maiores crises econômicas da história. No javanês judicial, seus salários estavam “defasados”. Preserva, assim, sua morada no 0,1% mais alto da pirâmide social brasileira e dá mais uma contribuição à crise. O patrocínio veio dos partidos que sustentam a “nova ordem” para “limpar” a política.

A vocação rentista não teve disfarces nem meias palavras. Enquanto o aumento não vinha, o STF resolveu se autoconceder, em 2014, o auxílio-moradia por meio de liminar monocrática e passou a pagar o benefício ilegal de quase R$ 5 mil por mês a todo juiz. Livre de impostos. A torpeza corporativa retorceu a letra da lei para afirmar que a prática estava dentro da legalidade.

Consolidada dias atrás a vitória do aumento, o presidente do STF foi sincero: “Agora poderemos enfrentar o problema do auxílio-moradia”. Prometeu conversar com o ministro relator que, por mais de quatro anos, impediu o plenário do tribunal de decidir a respeito. Vamos acompanhar quanto tempo o tribunal precisará para cumprir a promessa. Não se anime, pois o diabo mora nas finanças: o gasto anual com auxílio-moradia é de R$ 1,5 bilhão; o impacto orçamentário do aumento salarial se aproxima dos R$ 5 bilhões. Não se assuste ainda, pois associações de juízes demandam a volta do adicional por tempo de serviço e ameaçam convocar greve. A sociologia dá nome para essa prática, e esse nome leva multidões às ruas para derrubar presidentes.

Temos urgência por um Judiciário democrático, mas contra ele luta a magistocracia. A magistocracia é a fração da magistratura que hegemoniza a cultura e arquitetura judiciais e exibe cinco vocações: é autoritária (pois viola direitos), autocrática (pois patrulha juízes ideologicamente), autárquica (pois se isenta de controle e prestação de contas), rentista (dispensa explicações) e dinástica (porque quer incluir a família no baile).

Como disse a juíza Susanne Baer, do Tribunal Constitucional Alemão, em palestra na Faculdade de Direito da USP, Cortes “devem ser desenhadas para a diversidade” e assim representar os pontos de vista de uma sociedade plural. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou semanas atrás o Perfil sociodemográfico dos magistrados brasileiros, que quantifica os padrões demográficos, sociais e profissionais da corporação. Uma radiografia não surpreendente: a magistratura é também predominantemente branca (80,3%), masculina (mulheres correspondem a 38%, desembargadoras a 23%) e oriunda de estratos sociais privilegiados (mais da metade tem pai ou mãe com diploma universitário).

O relatório é valioso por dar números ao que o senso comum intui e oferecer um diagnóstico a partir do qual reformas podem ser imaginadas. O retrato é indispensável, mas ainda insuficiente. Democratizar o judiciário passa por enfrentar a magistocracia e, entre outras coisas, pelo reconhecimento de que há privilégios injustificáveis e que privilégios não são direitos fundamentais, mesmo quando embrulhados para presente nessa nobre linguagem.

A liderança poderia vir do STF e do CNJ, mas precisam ter coragem de se emancipar dos laços magistocráticos. Se o príncipe da magistocracia, o juiz Sergio Moro, que assume seu primeiro cargo político depois das férias, recebeu gratuitamente da sociedade brasileira o manto da infalibilidade, os barões da magistocracia alcançaram o inverso: entre obstruções, arquivamentos e prescrições, após anos de desgoverno institucional e de soberba individual, o mais generoso sentimento que ministros do STF despertam tem sido a desconfiança. Para se fazer respeitar nesta nova era que se inicia, em que nossas liberdades estão sob a mais aguda ameaça dos últimos 30 anos, resta-lhes rejuntar os cacos da autoridade moral perdida. Precisam parar de bailar.



Vanderlei Machado

Professor de História CAp UFRGS

Blog: direitoshumanosemsaladeaula.wordpress.com


Livre de vírus. www.avast.com.

--
Você recebeu essa mensagem porque está inscrito no grupo "LEGH" dos Grupos do Google.
Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um e-mail para legh+uns...@googlegroups.com.
Para mais opções, acesse https://groups.google.com/d/optout.
Reply all
Reply to author
Forward
0 new messages