A Simulação no Processo de Construção Ideológica

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sgsouza

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May 10, 2007, 5:03:30 PM5/10/07
to Grupo de Estudos de Hermenêutica Jurídica
A Simulação no Processo de Construção Ideológica

Após ler o último material da Professora Lisa, A Garota da Carona,
achei importante a discussão sobre um tema atual, que está presente no
cotidiano de nossas cidades, em casa, no ônibus, no trabalho, na
escola e nas reuniões entre amigos, - discutem, conversam e
experimentam seu comportamento, medos e anseios sobre uma plataforma
virtual, uma proposta de comportamento construída na irrealidade para
ser assimilada pela realidade, na verdade a construção da ideologia do
poder pelo controle das massas de manobra e a própria decadência da
dignidade humana.

Umas férias programadas, duas semanas em uma cidade distante do
cotidiano de um casal de amigos.

O motorista um rapaz de vinte e oito anos com uma profissão que toma
a maior parte de sua vida, invade sua intimidade e vai com ele para
casa. Com a mente totalmente dedicada à sua rotina profissional pensa
que duas semanas é pouco tempo para desligar-se dos compromissos e
tirar umas férias de si mesmo. No entanto vive satisfeito com sua
realidade, seu trabalho e o prazer que desfrutou ao longo de sua
carreira e na companhia de muitas mulheres, agora feliz por estar em
férias na companhia de uma amiga até então somente ligados por uma
amizade e um relacionamento de afinidade que é compartilhado em alguns
momentos de amor na cama. Mas tem a certeza de que encontrou a mulher
ideal, pois ao contrário das outras ela é recatada, transparente, e
fiel, um pouco ciumenta, mas não a ponto de abalar o relacionamento.

Na carona uma mulher de vinte e dois anos, que também possui uma
profissão, e ao contrário do rapaz, é muito introvertida, e dona de um
pudor que nem mesmo ela consegue suportar as vezes. Consciente da sua
juventude e sensualidade mas insegura do seu relacionamento com o
motorista ao lado. Não tem a certeza de que encontrou o homem certo,
pois teme a sua infidelidade ou um desinteresse prematuro, pelos
varios relacionamentos que ele teve com tantas outras.

Ambos apaixonados e desfrutando deste amor, mas talvez a insegurança
da garota ainda não permitiu que este relacionamento se transformasse
em algo mais sério.

Acontece que ao parar o carro em um breve momento da viagem a mulher
desce, e como que simplesmente para satisfazer um prazer, o rapaz
aproveitanto-se do pudor da amiga, pergunta-lhe onde vai. Mais uma vez
a mulher constrangida desce do carro sem responder, pois ela jamais
diria que estaria indo para atrás dos arbustos para fazer uma
necessidade. Porém quando ela retorna para o carro ele é surpreendido
por uma mudança de comportamento de sua amiga, pois ela antes de
embarcar pergunta: - Para onde o senhor vai?. Ele imediatamente toma
isso como um teatro, e uma proposta para uma nova forma de
comportamento a ser tomada pelos dois. Ela finalmente poderia viver
todos os seus medos, saber o que ele realmente tem em seu caráter e
ser a mulher que ela mais teme. Então ele inicialmente aceita a
brincadeira que começa por um jogo de conquista e sedução que caba por
tomar grandes proporções, fazendo-os repensar seus conceitos um sobre
outro. Ele não acreditando que estava com a mesma mulher que vinha
viajando durante todo tempo, dada a tamanha demonstração de
vulgaridade e ela supreza com todas as armas que o rapaz utiliza para
levar uma mulher para cama e que poderia ainda serem usadas mesmo com
a aquela nova personagem ao seu lado. Ambos levaram esta mudança de
comportamento tão a sério que resolveram seguir a dianta somente para
saber do cada um é capaz.

Assim que o rapaz mudou o destino da viagem e levou a garota da
corona, para outro hotel, lá a suposta personagem ao contrário de sua
atriz, pediu bebida alcólica, pronunciou palavras vulgares enquanto
conversava com seu amigo e encinuou-se com um balançar de quadriz
para um grupo de homens que a observavam equanto dirigia-se ao
banheiro. Tal comportamento fez com o rapaz a tratase com desrespeito
por acreditar que sua admirada agora era uma mulher vulgar que admitiu
na sua frente que faria amor com ele e todos aqueles homens juntos.

Pensou ele em levar tudo ao extremo e convidou-a para subir até o
quarto, o que ela prontamente aceitou por acreditar que ao chegarem lá
toda a farça terminaria e que poderiam ser eles mesmos novamente.
Porém não ocorreu como ela imaginou, na verdade ele tirou dinheiro da
carteira e continuou com aquele teatro. - Acho que cinquenta pagam
pelos seus seriviço, tire a roupa. Disse o rapaz para aquela mulher
deplorável a sua frente. Ela ainda tentou desfazer tudo, após ficar
nua a sua frente, pediu um beijo, ao passo que ele respondeu que só
beija a quem ama, ainda pediu a ela que subisse até a mesa pois queria
vêl-a transformada sobre todos os ângulos. Com olhos cheios de
lágrimas ela cedeu aos seus desejos, tiveram uma noite de amor e ele a
possuiu de uma forma diferente para ambos.

Pela manhã ele acordou com uma voz ao seu lado que repetia por varias
vezes, "sou eu, sou eu, sou eu....", era sua velha amiga que voltara,
com todo o pudor que lhe era próprio, umilhada e pedindo para serem
como antes. Ele no entanto precisou de muita força para pegar a sua
mão e entender que tudo não passou de uma simulação e que ainda eram
os mesmos, embora com uma cicatriz que não sairá nunca mais.

Vejo desta forma que as vezes podemos estar sendo submetido à um tipo
de simulação na qual não estamos preparados, e entramos apenas por
curiosidade, diversão ou outro motivo qualquer, por acreditar que
experiência pode terminar a qualquer momento. Na verdade podemos pagar
um preço muito alto por isso, pois ao propormos uma simulação da vida,
estamos adimitindo a sua prática por uma suposta realidade, que não
estamos interiamente dispostos a admitir e menos ainda soubemos das
suas reais consequências. Geralmente a simulação não é somente a
tomada por uma hipotética situação, mas pode sim, e é assimilada
dentro da nossa realidade e passsa a alterar comportamentos e
atitudes, prestando serviço para uma nova ideologia.


Um abraço a todos, e espero encontrá-los logo, aqui no grupo de
hermenêutica para discutirmos este ou outro tema.

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