Minha reflexão sobre o conto “A Terceira Margem do Rio” – Guimarães Rosa

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Helga Marte Carvalho Pacheco

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Aug 22, 2011, 9:15:37 AM8/22/11
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No conto diz que o pai era homem quieto de severo que era, de não se entender. Meu pai nada dizia e nada fazia, nossa mãe quem regia e que ralhava no diário com a gente. Nessa parte do conto fica claro que o pai era um homem triste que não trabalhava e resolve mandar fazer uma canoa para partir, não diz uma palavra, deixando o filho sem nada entender, sem saber se iria voltar ou nunca mais voltaria. Em minha opinião o pai partiu para a morte e a canoa feita sobe medida me parece como se fosse um caixão.

Sua mãe deixava sobras para alimentar as esperanças do filho que acreditava que o pai ainda pudesse estar vivo, pois veio padre, soldados, homens do jornal e nunca encontraram canoa nem corpo não podendo o filho elaborar o luto do pai, ficando como as mães que os filhos somem e ficam a vida inteira esperando-os.

O filho ainda diz “Não do nosso pai não podia ter esquecimento” e se perguntava se não tinha afeto, se ele não se lembrava, não queria saber de nós, gerando culpa por não ser motivo para o pai voltar.

Sua irmã teve filho e foi embora, seu irmão foi embora e sua mãe foi morar com sua irmã, só ele ficou de resto, não casou e permaneceu só com as “bagagens” da vida, e diz “Meu pai, eu não podia malsinar, sou homem de tristes palavras, do que eu tenho tanta culpa?”.... “Se o meu pai sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio, o rio-pondo perpétuo.” Novamente essa parte do conto demonstra que mesmo o tempo não foi capaz de fazer o filho superar o abandono, o desamparo, a rejeição, sua culpa e a elaboração do luto do pai.

Quando já velho se pergunta “-E ele? Porque? Ele estava lá, sem minha tranqüilidade. Sou culpado do que nem sei de dor em aberto no meu foro”... “Porquanto que ele me pareceu vir da parte de além. E eu estou pedindo, pedindo, pedindo, pedindo um perdão...”

O filho ficou a margem de si mesmo, não conseguiu fazer sua travessia, ficando na terceira margem do rio, ficando ao meio, meio vivo, meio morto.

Encontre o conto "A terceira Margem do Rio" em http://helgapacheco.blogspot.com/

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