Síndrome do Polegar de BlackBerry é uma doença da modernidade.
Se você se não perde oportunidade para ficar em dia com nosso tempo,
fique alerta contra esta doença, pois só no tamanho do nome assusta.
E o que isso tem a ver a crônica deste més? Leia e confira em
"POLEGAR", que não tem nada a ver com extinta banda dos anos 80, e
muito menos com o antigo conto de fadas.
Para ler ou comentar no blog, o link é http://hcaetano.blogspot.com/2011/11/polegar.html
Aproveito para agradecer as ótimas dicas e revisão da leitora e irmã
de fé Mayra Camargo.
Boa leitura!
Heron Caetano
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enviarem um email para hcaetano+...@googlegroups.com
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POLEGAR
Sempre considerei o dedo polegar o mais folgado de todos os dedos da
mão. Esta impressão começou nas aulas de datilografia. Naquele tempo,
datilografar bem era apólice de seguro contra desemprego. Em qualquer
entrevista para emprego, de gari a presidente da república, o
candidato podia esperar a pergunta: Você tem datilografia? Se a
resposta fosse sim, havia chances, se não, só pela misericórdia de
Deus.
O feito de datilografar bem exige o uso dos dez dedos das mãos para
tocar as quase cinquenta teclas, sem contar as combinações para
maiúsculo, minúsculo e caracteres especiais. Esta tarefa era um
desafio para os dedos gravarem a posição (em média) de quatro teclas,
exceto os ociosos polegares. Enquanto até o dedinho fazia serviço de
dedo grande, os polegares repousavam em berço esplêndido sobre a barra
de espaço, ocupando-se apenas de trazer à vida os espaços entre as
palavras.
Ao repousar os polegares sobre a barra de espaço e os demais dedos
sobre as clássicas teclas a-s-d-f-j-k-l-ç, penso que eles ganhavam uma
inteligência superior. Veio-me esta sensação há pouco tempo, quando,
sem as mãos no teclado, procurei a tecla b. Quase o pânico tomou conta
de mim durante os infinitos segundos da procura. Lembrando-me do sábio
conselho “muita calma nessa hora”, deitei os dedos na sequência que
eles bem conheciam. Pronto! A memória do indicador esquerdo não
falhou: parado sobre a letra f, logo achou a letra b, velha amiga
tocada tantas vezes pelo fiel amigo.
Entretanto, atualmente noto algo estranho em relação ao uso do
polegar. Vejo crianças, jovens, e alguns colegas usando o tal dedo
como nunca usei para escrever desde os tempos da brilhantina.
Curiosamente, os celulares, iphones, ipods e outros "ais" da
modernidade, ainda dependem do formato de teclado com cheiro de
naftalina para manter a temperatura da febre de trocar mensagens.
Hoje, as teclas continuam as mesmas, mas o tamanho do teclado
encolheu. O conjunto de teclas cabe numa mão, mas as mãos não cabem
mais no teclado. Com isso, somente um polegar reina sobre as teclas e
suas combinações para povoar de mensagens terra, céus e mares. Será
que ele estava preparado para este reinado? Parece que a era da
comunicação hi-tech caiu nas mãos de um polegar.
Heron Caetano
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