Saudações!
Sou surpreendido às vezes por pessoas agradecendo-me pelo envio das
crônicas. São poucas, mas como você, fazem parte dos 100 leitores que
aceitaram receber meus textos, como este que escrevi para o
Informativo da Unipac.
Sinto quase uma obrigação em apurar para o seu paladar cada linha que
escrevo. Espero que as palavras provoquem um sabor cada vez mais
agradável ao tocar seus sentimentos.
Agradeço ao pessoal do Informativo da Unipac, leia-se Flávia e Rebeca,
por aceitarem minha colaboração em suas edições. O desafio de falar
sobre seu Nishimura foi um exercício e tanto para o “tico e teco”, mas
creio que Deus abençoou e eles ficaram mais espertos.
Tenha uma boa leitura e excelente semana.
Heron Caetano
Ops...ia esquecendo...se tentar entrar no blog
www.hcaetano.blogspot.com,
não estranhe. Você não bateu em porta errada. Estou tentando dar uma
repaginada nele, mas dá pra registrar seu comentário se quiser.
Heron Caetano
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O DESFILE
Por várias vezes, sentei e fiquei olhando para a página em branco no
computador tentando escrever este texto. Sentia-me diante de um
deserto a ser atravessado com palavras. A tarefa de falar do Sr.
Shunji Nishimura para o Informativo* deixou-me apreensivo e inseguro.
Pois, se corro o risco de não ser justo ao falar de quem conheço,
quanto mais do mito Nishimura. Explico o porquê: o mais próximo que
estive dele foi em seu próprio velório.
Buscando ideias, revirei a internet. Quase me perdi entre as mais de
17 mil matérias que encontrei sobre a vida e feitos do Sr. Nishimura.
Não seria difícil parafrasear uma delas, quase todas bem escritas.
Mas, não está no meu DNA artifícios deste tipo. Além disso, a memória
do seu Nishimura é digna de ser honrada por hábeis escritores. Eles
são capazes de talhar com palavras a vida como um escultor faz com sua
obra.
Mas, “se quem vê o filho, vê o Pai”, como afirmou Jesus, quem vê a
obra, vê seu criador. Os feitos de Shunji Nishimura discursam sobre
ele sem ajuda de palavras. Olhar para eles nos põe mais perto deste
grande homem de pequena estatura. Sua trajetória é um contraste
marcante na história da nossa geração.
Se fizermos um desfile de seus feitos numa avenida, nossas pernas
seriam fracas para manter-nos em pé até o final da exibição. Passariam
diante de nós milhares de alunos e técnicos. Todos formados no
conhecimento e no caráter, pelas escolas construídas e mantidas por
ele. Seguiriam outros milhares de máquinas. Cada uma delas, criadas
para ajudar a produzir mais alimentos em quase todo mundo. Guardada
pelos filhos, em um grande carro, estaria sua mais cara herança:
gratidão, trabalho e honestidade. Encerrando o desfile, haveria uma
multidão de pessoas e famílias que desfrutam de suas empreitadas. Uma
destas famílias seria a minha, e quem sabe, a sua também.
Heron Caetano
www.hcaetano.blogspot.com