Saudações!
Preciso de sua ajuda. Sou muito grato a todos leem e apreciam o que
escrevo, embora sejam poucos. Mas se você é um destes, conto com seu
apoio.
Assim que publiquei a crônica "SOU DELES, E ELES SÃO MEUS", um leitor
anônimo fez um comentário no blog. O que ele escreveu intrigou meus
dois neurônios, o tico e o teco, que ficaram sem entender o pensamento
do anônimo. Alem disso ele (ou ela) deixou uma pergunta provocante.
Por favor, seja o primeiro a ler o que ele (ou ela) escreveu, e dê sua
opinião para a pergunta que está lá carente de resposta. O link para
acessar é
http://hcaetano.blogspot.com/2011/06/sou-deles-e-eles-sao-meus.html
Dica de leitura:
A dica deste mês está na crônica. É o terceiro livro mais traduzido no
mundo, sendo o primeiro a Bíblia e o segundo o livro O Peregrino. Leia
"SOU DELES, E ELES SÃO MEUS" aqui ou no blog para descobrir qual é
esta obra.
Atenciosamente
Heron Caetano
Crônicas de 2 minutos
www.hcaetano.blogspot.com
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SOU DELES, E ELES SÃO MEUS
Em um fim de domingo bem caseiro, assisti novamente o filme O Pequeno
Príncipe. O livro é digno de ser lido mais de uma vez. É uma história
delicada e emocionante que ajuda-me a corrigir o grau dos óculos que
uso para ver o mundo e a vida. Bom remédio para os sintomas de rigidez
no trato com os que me cercam.
As frases que formam os diálogos entre os personagens jorram como uma
cachoeira de graça. Uma das mais marcantes é dita pela raposa ao
pequeno príncipe:
- Tu serás para mim único no mundo e eu serei para ti única no mundo.
O ritual de cativar e se deixar ser cativado desfila em cenas dignas
de um cerimonial.
A sensação de um mundo irreal e impossível de viver cresce a cada
cena. Não parece que encaixa bem nos dias atuais este desejo de se dar
ou de se deixar pertencer. Soa como cárcere. O oposto, ansiar ter o
afeto deste ou daquele cheira megalomania. Seria sim prisão, ou
despotismo, se o pertencer e se deixar pertencer não fosse um jogo de
amor. Os cárceres e tronos de vaidade ficam vazios quando se vive sem
o toma-lá dá-cá, combustível da maioria dos relacionamentos atuais.
Olhar para a aliança em meu dedo anelar esquerdo, ver minha foto no
crachá da empresa, mirar sinais meus em minhas filhas e tantas outros
elos comuns, percebo como toques da graça de Deus para não deixarem-me
esquecer que sou deles, e eles são meus.
Curiosamente foi nas aulas de matemática, na teoria dos conjuntos que
apresentaram-me ao tal pertencer. Alface pertence aos vegetais; numero
pertence aos numerais; gato pertence aos animais. Tão primitiva e tão
real, pertencer é noção que se espalha por todo universo, tanto
visivel como invisivel. É um paraiso do qual ninguem é expulso, mesmo
que escrevam com ouro que ninguem é de ninguem. Alias, até quem
acredita assim pertence a um conjunto: o conjunto vazio.
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