Saudações!
Alguém já disse que escrever é a arte de cortar palavras. A crônica
deste mês, para ser lida em dois minutos, provou esta máxima. Espero
que você goste de ler “PÁRA AI MOTORISTA” após a “lipo” de frases e
palavras.
Postei no blog uma pesquisa sobre transporte público. Gostaria de
saber sua opinião. Não é necessário identificar-se. Aguardo sua visita
e comentários em
http://hcaetano.blogspot.com/2011/05/para-ai-motorista.html
Segue após a crônica a dica de um livro que já vendeu mais de 12
milhões de cópias.
Obrigado, e tenha uma boa leitura.
Heron Caetano
www.hcaetano.blogspot.com
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enviarem
um email para
hcaetano+...@googlegroups.com
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PÁRA AI MOTORISTA
Existe cidade de todo tipo. Conheço uma comprida e estreita como um
riacho. Suas principais ruas são como nossas veias que vão da cabeça
aos pés. Um par de linhas de trem, como espinha dorsal, divide-a em
duas partes: norte e sul. Cada uma é servida por uma linha de ônibus
circular, que trafegam num vai e vem quase reto, feito boi no arado.
Os próximos parágrafos te levarão a um breve passeio por uma dessas
linhas.
A linha do lado sul dá duas alegrias aos usuários a cada vai e vem. A
primeira é quando o passageiro sobe no ônibus, já que a espera no
ponto acabou. A segunda é quando desce. Os que ocupam os lugares
próximos à saída do veículo são testemunhas disso. Assim que a teimosa
porta abre, não é raro ouvir de quem está saindo:
- Descer é melhor que subir!
Ritmado por solavancos, o veículo segue seu trajeto. A cada parada, os
sons e ruídos do ônibus para sair parecem cantar:
- Daqui não saio, daqui ninguém me tira.
A emoção não acaba por ai. Ela domina geral quando em notas altas,
ouve-se em coro os passageiros clamando:
- Pára aí motorista!
Pode ser um vovô, ou alguma mãe com crianças fora do ritmo do
condutor, tentando descer ou subir.
Justiça seja feita. Nem sempre o motorista perde o ritmo por causa de
quem paga para andar. Não é qualquer um que aguenta como ele tantas
horas sentado. Ainda mais sobre um banco apoiado por um pedaço de
madeira, que sabe-se lá, até quando o manterá sentado acima do chão.
Há de se tirar o chapéu também para o cobrador, que anda ausente nos
últimos dias. Sua falta permite ver melhor onde ele assenta-se, o que
faz pensar que conforto é uma sensação estranha naquele lugar.
Cada percurso tem seu tempero de gente e de situações. As conversas
são soltas, tanto com quem está ao lado, como pelo onipresente
celular. Ora são divertidas ou fugazes, e por vezes, dramáticas. De um
modo ou de outro, salvam do tédio qualquer um. É gente que trabalha,
estuda, sonha, paga conta e impostos. Quem sabe, com boa vontade de
quem manda, essa gente ganha transporte de gente. Mas decreto nenhum
pode fazer valer mais o que dá graça em cada viagem: a vida que corre
em cada um que vai e vem pelas veias dessa cidade.
Heron Caetano
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Dica de leitura:
"Se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar nosso
sofrimento?"
As respostas encontradas para esta pergunta no livro “A CABANA” motiva-
me indicar este livro. Tenho certeza que após ler este romance você
fará o mesmo com as pessoas que ama.
Sobre o livro “A CABANA”:
Durante uma viagem de fim de semana, a filha mais nova de Mack Allen
Phillips é raptada e evidências de que ela foi brutalmente assassinada
são encontradas numa cabana abandonada.
Após quatro anos vivendo numa tristeza profunda causada pela culpa e
pela saudade da menina, Mack recebe um estranho bilhete, aparentemente
escrito por Deus, convidando-o para voltar à cabana onde aconteceu a
tragédia.
Apesar de desconfiado, ele vai ao local do crime numa tarde de inverno
e adentra passo a passo no cenário de seu mais terrível pesadelo. Mas
o que ele encontra lá muda o seu destino para sempre.