EDIÇÃO ESPECIAL: ANÁLISE DE REDES SOCIAIS EM AGLOMERAÇÕES (Clusters)
|
|
EDIÇÃO ESPECIAL: ANÁLISE DE REDES SOCIAIS EM AGLOMERAÇÕES (Clusters)
Editores Convidados:
Profa Dra. Mygre Lopes da Silva (Universidade Federal do Pampa - Brasil) Prof. Dr. Paulo Cassanego Jr. (Universidade Federal do Pampa – Brasil) Prof. Dr. Tiago Zardin Patias (Universidade Federal de Santa Maria - Brasil)
Para Newlands (2003), as principais pesquisas realizadas sobre aglomerações produtivas podem ser classificadas em 5 grandes correntes teóricas: 1) Teoria da aglomeração, que tem como início as pesquisas de Marshall (1982); 2) A escola Californiana de Custos de Transação, que tem seus primeiros passos com Scott (1988); 3) a Teoria da Especialização Flexível e Confiança, onde os primeiros expoentes foram Brusco (1982) e Granovetter (1985); 4) A Teoria do Ambiente Inovativo, que teve suas bases pesquisadas pelo grupo GREMI; e 5) a Economia Institucional Evolucionária, Corrente teórica desenvolvida por Amin e Thrift (1992) e Amin (1999).
Os principais conceitos utilizados para definir Aglomerações de 0rganizações, que são Distrito Industrial e Cluster, trazem como elementos importantes de sua concepção à proximidade e interações e o consequente aumento de retornos ou externalidades (positivas) para os atores participantes (Prats, Guia & Molina, 2008; Saether, 2014). Estes temas podem ser facilmente explorados por diferentes abordagens de pesquisa, como a utilização de Análise de Redes Sociais (ARS) (Junior, dos Reis Gonçalo, & Brandão, 2012). Este desenvolvimento de pesquisas utilizando-se de diferentes metodologias colabora para a criação de novas agendas de pesquisa na área (Lazzeretti et al. 2019).
Talvez a principal implicação gerencial da utilização de ARS seja a de permitir ao empresário identificar sua posição relacional no grupo de organizações e comparar a sua posição com os demais, de forma a traçar estratégias de desenvolvimento de relações no sentido de melhor se posicionar em termos relacionais (Junior, dos Reis Gonçalo, & Brandão, 2012). Por fim, a análise de redes, a partir de um reposicionamento de técnicas de análise estrutural, é uma alternativa que permite interlocução entre as ciências econômicas e sociais (Macías, 2002).
Além disso, a investigação sobre a liderança e o relacionamento entre os diferentes atores, organizações e regiões (Hoppe & Reinelt, 2010), as práticas adotadas pelas redes e o processo de internacionalização de empresas (Bulgacov et al., 2012) e as ações colaborativas e de sustentabilidade adotadas nos agrupamentos, em detrimento da visão centrada na empresa (Ryan, Mitchell & Daskou, 2012), os processos de aprendizagem organizacional por meio de mecanismos como a rivalidade e a cooperação (Martínez-Del-Río & Lorente, 2014), a governança estrutural e estratégica e os resultados de desempenho (Kano, Tsang & Yeung, 2020) podem contribuir para a discussão e o desenvolvimento de vantagens competitivas de longo prazo para as organizações integrantes.
Cabe considerar que a gestão destes agrupamentos, ou de seu pertencimento em quanto organização, torna-se desafiadora devido às dificuldades sanitárias, sociais e econômicas provocadas pela pandemia de COVID-19. Nestes períodos de incerteza, as discussões em ARS também podem identificar padrões, comportamentos e expectativas dos agentes diante do isolamento e distanciamento social.
Neste sentido, o objetivo é capturar insights sobre a Análise de Redes Sociais e de Redes Organizacionais, com o intuito de aprimorar e aprofundar o conhecimento dos estudos organizacionais.
Áreas de investigação podem incluir (Mas não estão limitadas a):
- Mapeamento de Redes de difusão de Conhecimento/ Inovação no aglomerado; - Análise de Relações Sociais entre empresários / trabalhadores; - Análise de Redes Sociais no mapeamento de relações na cadeia de suprimentos; - Relação entre relações sociais e ciclo de vida do agrupamento; - Mapeamento das estruturas de governança e seus resultados de desempenho; - O Papel das redes de agentes no desenvolvimento da criatividade no Aglomerado; - Proximidade organizacional, institucional, social e cognitiva no aglomerado e a colaboração entre organizações.; - Contribuição teórica sobre Análise de Redes Sociais e Redes Organizacionais; - A liderança nas Redes Organizacionais; - Internacionalização nas Redes Organizacionais; - Sustentabilidade em Redes Organizacionais; - Dinâmica das redes durante o surto de COVID-19 e perspectivas para o póspandemia.
Esta edição especial busca captar estudos originais, a partir de diversos enfoques, sejam eles teóricos, empíricos, quantitativos, qualitativos, entre outros. Os artigos podem ser enviados a partir do portal do usuário, respeitando as normas da revista.
Para participar da edição especial, envie uma versão do seu artigo para Paulo Cassanego Junior <paulo...@gmail.com> antes de 30 de outubro de 2020.
Referências
Bulgacov, S. et al. (2012). Internacionalização de Empresas Participantes de Clusters: Condicionantes e práticas relacionais. Redes. Revista hispana para el análisis de redes sociales, 23(7), 202-232.
Hoppe, B., Reinelt, C. (2010). Social Network Analysis and the Evaluation of Leadership Networks. The Leadership Quarterly, 21(4), 600-619.
Junior, E. R., dos Reis Gonçalo, C., & Brandão, C. N. (2012). Mapeando as relações sociais em aglomerados de empresas. Redes. Revista hispana para el análisis de redes sociales, 23(2), 178-201.
Kano, L., Tsang, E. W., & Yeung, H. W. C. (2020). Global value chains: A review of the multi-disciplinary literature. Journal of International Business Studies, 1-46.
L. Lazzeretti, F. Capone, A. Caloffi & S. R. Sedita (2019) Rethinking clusters. Towards a new research agenda for cluster research, European Planning Studies, 27:10, 1879-1903.
Macías, A. G. (2002). Redes sociales y" clusters" empresariales. Redes. Revista hispana para el análisis de redes sociales, 1(1).
Martínez-del-Río, J., & Céspedes-Lorente, J. (2014). Competitiveness and legitimation: the logic of companies going green in geographical clusters. Journal of Business Ethics, 120(1), 131-146.
Prats, L., Guia, J., & Molina, F. X. (2008). How tourism destinations evolve: The notion of tourism local innovation system. Tourism and Hospitality Research, 8(3), 178-191.
Ryan, A., Mitchell, I. K., Daskou, S. (2012). An interaction and networks approach to developing sustainable organizations. Journal of Organizational Change Management, 25(4).
Sæther, B. (2014). Socio-economic Unity in the Evolution of an Agricultural Cluster. European planning studies, 22(12), 2605-2619.
|
|
|
|
|
© 2020 Ecoinovar, Todos os direitos reservados.
|
|
|
|
|
|