Triste. Só fiquei sabendo agora.
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Boa noite, amigas e amigos.
TAVITO (*26/01/1948 - +26/02/2019)
Triste,
Apesar de saber a existência provisória.
Voltastes para a tua sonhada casa no campo.
Início de viagem para além dos limites do corpo.
Tempo novo de ficar do tamanho da paz.
Outros discos, livros e amigos te esperam. . .
Por JL Semeador de Poesias, em 27/02/2019
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Partiu no dia de ontem, terça-feira, aos 71 anos, o grande compositor e cantor, Luís Otávio de Melo Carvalho ou, simplesmente, TAVITO.
Integrante, na década de 70, do Clube de Esquina e da Banda Som Imaginário, compôs em parceria com Zé Rodrix o seu maior sucesso "Casa no Campo"; em parceria com Aldir Blanc compôs o Jingle que marcou as transmissões televisivas da Copa de 1994, "Coração Verde e Amarelo"; e, a minha preferida "Rua Ramalhete", em parceria com o desconhecido Ney Azambuja.
Em homenagem a TAVITO, honra e glória da Música Popular Brasileira, e inspirado na letra de sua Casa no Campo, escrevi um acróstico, que transcrevi acima.
Que O Pai o acolha em Sua Infinita justiça e misericórdia.
... via
https://bit.ly/3pwLz8W
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A Rua Ramalhete era uma ruazinha de Belo Horizonte composta de um quarteirão só. Começava na Rua do Ouro, no alto da Serra, bairro de classe média onde a família de Tavito residia – e terminava num córrego cristalino que corria onde hoje é a extensão da Rua Estêvão Pinto. Havia o costume entre a meninada que estudava no Colégio Estadual (Sucursal Serra), de se sair das aulas à tardinha e varejar pela Rua Ramalhete. Explica-se; a rua era povoada por moças, lindas todas, naquela idade em que se adolesce – e o coração dos moços adoece. Não havia trânsito de automóveis na Rua Ramalhete. Aos domingos, as meninas estendiam a rede de vôlei de lado a lado, jogava-se o dia inteiro, e os carros que se danassem. As noites sempre eram sonorizadas por rodas de violão entremeadas de castos namoricos furtivos. Aos sábados, festinhas onde se dançava coladinho ao som da boa música da época, Beatles e bossa-nova, Luiz Eça e Herman's Hermits. Isso tudo ficava a poucos quarteirões do vetusto Colégio Sacré Coeur de Marie, severo que só, com suas freiras de cenho franzido e hábitos negros como a noite negra. Esse colégio despejava na rua, duas vezes por dia, magotes de moças ensolaradas e sonhadoras, com suas saias de madras enroladas na cintura para que os moços pudessem ver seu joelhos (quem sabe a primeira sugestão das coxas), tudo dentro dos limites do combinado como "linha da decência". Esse trajeto Sacré Coeur / Rua Ramalhete constituía o dia-a-dia de Tavito e sua turminha de garotos normais, na fase mais doce da vida, tão doce que às vezes não nos apercebemos dela – a não ser anos mais tarde. Nesse território, Tavito e seu violão eram absolutos."