Se
no Brasil, a estratégia para a TV Digital não está definida no Governo
Dilma Rousseff, na Argentina, as autoridades estão dispostas a assumir o
controle de todas as atividades ligadas à digitalização de TV, após a
decisão de adotar o ISDB-T, o padrão nipo-brasileiro.
Os planos
envolvem, além da construção de uma rede nacional de fibra óptica para
sustentar a oferta de novos serviços, entre eles, o IPTV, especialistas
trabalham numa versão própria do middleware de interatividade para
avançar na oferta de aplicativos.
As iniciativas fazem parte do
projeto Argentina Conectada, que começa a ser divulgado pelas
autoridades do setor de Telecomunicações. A proposta inclui ainda a
criação do BACUA - Banco Audivisual de Conteúo Universal Argentino), com
a missão de desenvolver soluções para serem ofertadas nas TVs públicas.
É nesse contexto que se insere o interesse em ter um Ginga -
middleware de interatividade - próprio - o que pode mais à frente
provocar um embate entre Brasil e Argentina. O Ginga, aplicação 100%
brasileira, foi criado para permitir a interatividade e fomentar o
desenvolvimento de soluções, entre elas de TV-Banking, por exemplo, para
serem feitas por meio do ISDB-T.
O conteúdo a ser produzido pelo
BACUA - considerado ponto estratégico no projeto de TV digital - será
coordenado e produzido pela Universidade de San Martín e pelo INCAA -
Instituto Nacional de Cinema. Este último, inclusive, criará um canal de
TV digital com programação baseada em filmes argentinos, ofertada por
meio de VOD(vídeo sobre demanda). Também trabalha ofertas para partidas
do campeonato argentino de futebol, cujos direitos o governo possui para
a TV pública.
A rede nacional para sustentar todos os planos
deverá contar com 12 mil quilômetros de fibra óptica e terá 50
servidores, distribuídos por pontos de presença - 16 até o final deste
ano e 50 até o final de 2012, de acordo com o cronograma, divulgado pelo
Next TV Latam, publicação especializada argentina.
Numa
estratégia diferenciada da brasileira, o governo da Argentina usa a TV
digital para levar serviços de comunicação - Internet e TV - para as
classes de menor poder aquisitivo, inclusive com a distribuição gratuita
de conversores e a possibilidade de acesso à Internet - universalização
da banda larga.
Já no Brasil, a estratégia da TV digital está no
'limbo' desde a posse da presidenta Dilma Rousseff. As gestões para a
adoção da tecnologia estavam no governo Lula sob o comando da Casa
Civil. Com a mudança de comando, a TV digital passou para o Ministério
das Comunicações, mas até o momento, não houve a divulgação de qualquer
diretriz específica para a área.
Nesse meio tempo, o padrão
SBTVD, o ISDB-T, depois de angariar o apoio de países latino-americanos,
sofreu um revés na sua luta para ser um padrão mundial - não conseguiu
vencer o embate com o DVB, europeu, nos países africanos.