Minha adoção tardia
Marcia Silva
Olá, amigos!
Gostaria de contar um pouquinho da minha experiência com a adoção tardia. Sei que muitos sonham com a chegada de um bebê, e respeito cada um por isso. Mas existem muitas coisas boas na adoção tardia.
Meu nome é Marcia. Eu e meu marido estávamos no cadastro mais ou menos há uns 3 anos. Nosso perfil foi modificando ao longo dos anos, até que chegamos ao perfil de adoção de uma menina entre 6 e 8 anos, se não me engano.
Pois bem... No dia 17 de setembro de 2016, finalmente conheci minha filha. Visitamos um abrigo no RJ onde moramos, com objetivo de fazermos trabalhos voluntários. E lá estava ela! Uma menininha linda de 10 anos, prestes a completar 11.
Quando sentimos que havia a possibilidade em adotá-la, entramos em contato com a Vara responsável pelo abrigo, já que era diferente da nossa, para saber se existia algum impedimento. Depois disso, passamos por um longo processo de aproximação. Alguns meses de visita no abrigo, depois autorização para passarmos finais de semana com ela e finalmente, em julho de 2017, já com 11 anos, recebemos sua guarda provisória.
É claro que ainda estamos em processo de adaptação. Minha filha passou por muitos problemas e dificuldades. Ela precisa se organizar emocionalmente, apresenta dificuldades pedagógicas e comportamentais. Eu, que já tinha um filho biológico, tive que me reinventar. Era tudo muito diferente do que eu estava acostumada. Minha filha me tirou da área de conforto. Descobri que precisava ser mais flexível, tolerante, menos ansiosa, respirar fundo... kkkkkkk... Meu filho biológico é autista e todas essas questões são diferentes em relação a ela.
O que eu quero dizer é que não foi um processo de adaptação só dela, foi de toda a família!
Já podemos ver grandes mudanças em nossa menina. Ela se adaptou muito bem à escola, aos familiares e amigos. O acompanhamento psicológico tem sido de grande importância, pois a ajuda a organizar seus sentimentos.
Eu nunca conheci uma criança com tanta vontade de mudar de vida. A consciência que ela tem de que uma família é a coisa mais importante na vida de alguém, é surpreendente. A maturidade em algumas falas, nos deixa até chocados.
Hoje, fico imaginando, se eu não tivesse me dado a chance de conhecê-la, de adotá-la...? Como seria minha vida? Eu iria perder um pedacinho da minha razão de viver, por conta do medo em adotar uma criança que só tinha 11 anos!!!
Deem a oportunidade de conhecer essas crianças de verdade. Com amor, paciência e vontade, de ambas as partes, tudo ficar mais fácil. Deus não me mandou um manual ensinando-me a ser mãe de uma criança autista (meu filho biológico). Aprendi! Com garra e dor. Hoje, ver o carinho que minha filha tem pelo irmão, é a coisa mais emocionante do mundo!
Acredito que na adoção tardia, o mais prudente é a paciência. É a aproximação aos poucos dessa criança/adolescente, é a conversa, é a adoção de ambas as partes, dela e nossa!
A adoção virá a cada um de vocês!!
Um grande abraço em todos e boa sorte!
Marcia
Toni Reis
--
You received this message because you are subscribed to the Google Groups "Grupos de Apoio à Adoção do Rio de Janeiro" group.
To unsubscribe from this group and stop receiving emails from it, send an email to gaarj+un...@googlegroups.com.
To post to this group, send email to ga...@googlegroups.com.
Visit this group at https://groups.google.com/group/gaarj.
For more options, visit https://groups.google.com/d/optout.
