"Tudo indica que, mais uma vez, estão armando um golpe contra a enfermagem!".Com este desabafo, Pedro de Jesus, Presidente do novo Coren-RJ resume o sentimento dos profissionais da categoria que assistem da galeria ou pela TV Câmara, o adiamento da tão esperada votação do PL 2295/00, que reduz de 44 para 30 horas semanais a jornada de trabalho de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem em todo o País.
Por interferência do líder do governo da Câmara, Deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que pediu revisão de quórum, a matéria volta para votação em Plenário na Sessão Extraordinária das 15 horas desta quarta-feira.
Mas, é notória a indisposição do governo federal pelo PL 2295/00 e a orientação é de que os líderes aliados obstruam a votação retirando quórum do plenário.
Os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e de Relações Institucionais, Ideli Salvatti trabalham para convencer a base aliada a tirar a matéria da pauta, adiando mais uma vez a conquista de um direito esperado pela Enfermagem desde os anos 80 e que já foi concedida a assistentes sociais e fisioterapeutas.
O pretexto é de que a redução da carga horária traria prejuízos na ordem de R$ 7,2 bilhões ao ano. "O projeto é justo, mas o impacto é muito grande e abalaria o SUS e principalmente as prefeituras e as Santas Casa, segundo Coordenador da bancada da Saúde na Câmara, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). Já a ministra Ideli afirma que o governo é contra a proposta pelo impacto nas contas públicas em tempos de crise econômica internacional.
Para não ter aumentar os quadros da enfermagem em 30%, beneficiando a sociedade como um todo e não apenas a categoria, o governo federal quer impor mais esta derrota, frustrando milhares de profissionais em todo o Brasil.