Seminários do NTL
Dia: 27/06/2025
Hora: 14h30
Evento híbrido: Presencial na UnB e remoto pelo Teams (link ao final)
Palestrante
Diego Leite de Oliveira (UFRJ)
Professor associado da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na graduação, leciona língua russa. Na pós-graduação, tem ministrado disciplinas teóricas em Linguística Baseada no Uso, tipologia de línguas naturais, contato linguístico e estrutura informacional. Seus temas de pesquisa consideram a relação forma-função na expressão da estrutura informacional da sentença, a análise contrastiva entre línguas e aspectos teóricos e práticos da tradução. É professor colaborador da Southern Federal University de Rostov on Don (Rússia), editor da SLOVO - Revista de Estudos em Eslavística e um dos autores do livro “Conhecimento em Rede: laços e entrelaços da língua em uso”, publicado em 2024, pela editora Pimenta Cultural.
Palestra
Para uma tipologia da: considerações iniciais
Resumo: Neste trabalho, apresentam-se as linhas gerais de um projeto de pesquisa de pós-doutorado que está sendo realizado na Universidade de Brasília e que se debruça sobre as estratégias utilizadas para marcar foco em línguas indígenas faladas no território brasileiro. Partindo de contribuições de base funcional, identificam-se as possibilidades de marcação, nos planos fonológico e morfossintático, do que vem sendo mais especificamente caracterizado como foco argumental, estrutura em que o foco identifica um argumento em uma proposição aberta pressuposta (Prince, 1986; Lambrecht, 1994, 2010; Van Valin e La Polla, 1997; Van Valin, 1999, 2016; Leite de Oliveira 2017, 2023). Nesse sentido, um ponto relevante para o presente trabalho refere-se ao postulado de Miller (2006) para línguas de famílias distintas faladas no continente europeu, segundo o qual, a maior rigidez na ordem de constituintes de algumas línguas faz com que elas recorram ao uso de sentenças clivadas para marcar foco. Por outro lado, as línguas com maior flexibilidade de ordem prescindem do uso de clivadas, marcando foco por meio da ordem de constituintes em si ou através do uso de partículas. O presente trabalho traz à baila essa discussão, explorando a diversidade de estratégias usadas pelas línguas indígenas brasileiras, e mostrando que as possibilidades de marcação de foco argumental nas línguas naturais extrapolam o uso de ordem, construções clivadas e partículas discursivas, no plano morfossintático.