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to guiedificacoes
Hoje tem mais um protesto pela federalização da Universidade Gama Filho
https://www.facebook.com/events/238262846345432/ UNIVERSIDADE GAMA FILHO: QUEM PAGA A CONTA DO SOCIAL? Como funcionário, tenho estado atento e participado dos debates em torno da situação a que chegou a Universidade Gama Filho, seu descredenciamento e seus desdobramentos. E percebo, claramente, que um detalhe tem sido esquecido por críticos de suas gestões, pelo Governo que a descredenciou acriteriosamente, por alunos, pelos aproveitadores de plantão, além dos inexoráveis “abutres de pirata” (normalmente usaria o termo “papagaios de pirata”, mas abutres se adéqua melhor ao que assistimos). Falo do custo social que as gestões da Galileu e o descredenciamento geraram. É incontestável que a condição de Entidade Filantrópica da Universidade Gama Filho trazia uma série incomensurável de benefícios sociais que estão sendo perdidos e que não entraram na conta que o Governo fez ao descredenciar e, com isso, decretar o fechamento da UGF. Falo dos atendimentos médico, odontológico, psicológico, fisioterápico, jurídico que seus milhares de funcionários e suas famílias tinham gratuitamente e que deixaram de ter. Falo da oportunidade de ascensão social que funcionários e seus filhos tinham pela possibilidade de estudar gratuitamente, e perderam. Sim, era assim a Universidade Gama Filho que as últimas gestões enterraram, e sobre a qual o MEC jogou a pá de cal. Professores, e funcionários e seus familiares desfrutavam da possibilidade de ter assistência médica ambulatorial de qualidade no Serviço de Medicina Comunitária, depois Centro Integrado de Saúde; de serviços odontológicos de toda ordem na Clínica Escola do Curso de Odontologia; de atendimento psicológico no Serviço de Psicologia Aplicada do Curso de Psicologia; de atendimento fisioterápico na Clínica Escola de Fisioterapia; de atendimento jurídico no Núcleo de Prática Jurídica do Curso de Direito, dentre outros que no momento não me ocorrem, mas os que lembro já bastam para demonstrar o prejuízo invisível que todos terão e que não é citado. Além disso, e mais importante, eram as bolsas de estudo – tanto as geradas por acordos sindicais, quanto pela benevolência dos antigos gestores – que permitiam a qualquer professor ou funcionário, mesmo os de nível elementar, alimentar esperanças de um futuro melhor para si e para seus filhos. O ensino fundamental e o ensino médio eram frequentados, em sua maioria, por filhos de funcionários, que depois viriam a vincular-se ao curso superior que desejassem. Tudo de graça. Se por alguma exigência tivessem de pagar, era sempre uma parcela ínfima do valor da mensalidade. Afirmo que os mais humildes seriam capazes de se sujeitar a trabalhar em troca unicamente do estudo para os filhos. Ainda na última vez que lá estive encontrei um colega que tinha o filho no curso de medicina. Preocupado, indaguei se o filho havia terminado o curso antes do caos instalado, ao que com um largo sorriso ele respondeu: ” - Graças a Deus.” Tudo isso, sem falar nas populações dos bairros do entorno - Piedade, Encantado, Engenho de Dentro, nas comunidades do 18, da Caixa d'água, Fazenda da Bica, que também eram beneficiárias diretas dos Serviços Comunitários que a UGF prestava. E não falo, também, dos comerciantes instalados dentro da Universidade, dos ambulantes e pequenos comerciantes que gravitavam à sua volta. Se há um prejuízo para a Educação, entendida aqui enquanto entidade promotora da melhoria das condições de acesso ao conhecimento, há um prejuízo muito maior que caminha na mesma direção, qual seja o da perda dessas oportunidades por milhares de funcionários e seus dependentes, que provavelmente não mais encontrarão condições favoráveis para sua ascensão no estrato social. Parece que esses fatores não entraram na avaliação do Governo, quando optou por descredenciar essa instituição que muitos consideram elitista e burguesa, mas em cujos bancos escolares/universitários sentavam-se, lado a lado, o filho do faxineiro e o filho do fazendeiro. Não cabe a mim avaliar o tamanho do prejuízo social que o fechamento da Universidade Gama Filho causa. Mas cabe-me a mim o direito e o dever de cobrar: QUEM VAI PAGAR ESSA CONTA?" Por: Jorge Bernardo Fabri