Luc, muito boa tarde.
Estava aguardando a sua manifestação pois sei que dá sua parte sempre vem chumbo grosso.
Por favor me diga no item 6 qual dos itens se encaixa na tua resposta pois fiquei sem poder contar com ela na estatística.
Realmente a internet é uma ferramenta muito útil no estudo do CW pela facilidade de se obter uma grande quantidade de informações mas ao mesmo tempo se corre o risco de se perder no meio de tanta informação.
Sobre as categorias que você listou para o CW eu acrescentaria mais alguma coisa:
1 - CW para passar na prova - até 10 ppm - é uma realidade para a qual não podemos fechar os olhos
2 - CW para QSO
3 - CW para conteste
4 - CW para bater papo
Note que eu só coloquei limite no único item aonde existem limites declarados pois os demais o limite está apenas na mente do operador.
Como bem disse Ayrton Senna limites existem para serem quebrados.
Quanto aos seus "post script" ao adicionaria um PS3 dedicado aos profissionais Radiotelegrafistas.
Conheci alguns, trabalhei com poucos e posso te dizer que vi e vivi situações que não são comuns no meio radioamadorístico.
A grande maioria desconhece a rotina operacional e vou fazer uma breve descrição de como era o meu batente:
- Transceptor Tecnasa a cristal com 100W
- TX REB (made in BH) com 250 W (uma paulada na época)
- antenas dipolo de meia onda
- a estação central do sistema localizada no RJ utilizada nas frequências mais altas em torno de 13.4 MHz yagi 3 el.
- Recepção das mensagens era com uma máquina de escrever IBM elétrica (aquela da cabeça rotativa).
- Operadores se identificavam pelas iniciais (eu utilizava JM e trafegava muito com atual PY1IAM Ivair que era o IV)
- As identificações nem eram necessárias porque nos conhecíamos a QSD de cada um e era só o operador transmitir que já sabíamos quem estava do outro lado apenas pelo QSD. Todos utilizavam vibroplex e desta forma a manipulação de cada um era igual ao timbre de voz: bastava uma ou duas letras e já sabíamos quem estava do outro lado. Eu era da ala jovem, hihihi, e já operava comum eletrônico da Spectrum.
De manhã após assumir a estação um QSO típico era assim
PSE486 de PVW819 k (Isso era eu chamando estação central no RJ)
Resposta do outro lado: JM/IV BD 73 QTC 60
E eu respondia IV BD 73 QTC 40
Agora imagina receber 60 mensagens sendo algumas quilométricas.
E tudo na máquina de escrever elétrica com cópias em carbono, o numero de cópias dependia da quantidade de destinatários, pois receber manualmente e datilografar era uma perda de tempo.
Nos fazíamos um troca/troca (sem libertinagem) tipo 10/10 que significava que eu recebia 10 mensagens e enviava 10.
Todos os operadores da rede do meu batente eram FERAS e o mais munheca era eu.
Dava gosto ver eles trabalhando e não tinha nada de QRS, o pessoal só andava QRQ senão o trabalho não rendia pois existiam várias estações na rede.
Luc, tu sabes quando lembrei disso?
Lembras do ARRL DX na PT2CM quando você começou a usar dois pontos ao invés de TU no término de um QSO?
Era assim que trabalhávamos, numa pontuação do texto (PT ou PTVG) a gente parava e transmitia ?
Se tudo OK quem estava recebendo só dava um toque Di Di aí repetíamos a última palavra transmitida e a coisa continuava.
Depois o terceiro ou quarto QTC o mais comum de acontecer é que era ao invés do Di Di o operador que estava recebendo falava no microfone: mais rápido, mais rápido. Depois de passado período de aquecimento a coisa pegava fogo mas velocidade era uma coisa que ninguém estava preocupado nem ficavámos monitorando mas todos eram muito rápidos para receber.
Rápido eu quero dizer acima de 50 e recebendo mensagens super complexas sobre assuntos que muitas vezes não entendiamos.
As mensagens padrão essas eram transmitidas muito mais rápido porque só mudavam alguns itens.
O que eu quis dizer com essa estória?
Fazer 2 ou 3 qsos por dia não vai dar proficiência para ninguém.
Os profissionais do CW eram muito rápidos por necessidade e porque recebiam muitas mensagens todos os dias.
Limite de velocidade só existe na mente de cada um e na realidade cada um terá que estabelecer o seu limite.
Convertendo isso para o ambiente amador significa que se não se dedicar não existirá retorno.
Não tem como adquirir velocidade de RX sem treino a não ser que o operador seja um super dotado.
Ôpa, já falei demais.
Bom FDS e happy Xmas para todos.