“Os são não precisam de médico, e sim os doentes. Pois não vim chamar justos, e sim pecadores.” Mateus 9.12,13, sel. NAA
Uma historinha. Tempos atrás, numa igreja na Inglaterra, o pastor notou um ex-assaltante ajoelhado para receber a Ceia do Senhor ao lado de um juiz da Suprema Corte. O juiz, anos antes, havia condenado o assaltante à prisão. Após o culto, enquanto o juiz e o pastor caminhavam juntos, o juiz perguntou, “Você viu quem estava ajoelhado ao meu lado durante a Ceia?” “Sim”, respondeu o pastor. “Mas eu não sabia que você o havia notado”. Os dois homens caminharam em silêncio por alguns momentos. Daí o juiz disse, “Que milagre da graça!” O pastor concordou. “Sim, que milagre maravilhoso da graça”.
Daí o juiz perguntou, “Mas você se refere a quem?” O pastor respondeu: “É claro, à conversão do assaltante.” O juiz falou “Mas eu não estava pensando nele. Estava pensando em mim mesmo.” “Como assim?” Indagou o pastor.
O juiz respondeu, “O assaltante sabia o quanto ele precisava de Cristo para salvá-lo dos seus pecados. Mas, olhe para mim. Eu fui ensinado desde a infância a ser um cavalheiro, a cumprir a minha palavra, fazer minhas orações, ir à igreja. Eu passei por Oxford, recebi meu diploma, fui advogado e tornei-me juiz. Pastor, nada, a não ser a graça de Deus, podia ter me levado a admitir que eu era um pecador igual àquele assaltante. Deus usou muito mais graça para me perdoar por meu orgulho, minha confiança em mim mesmo, e me levar a reconhecer que não sou melhor aos olhos de Deus do que aquele assaltante que eu mandei à prisão.” *
Recentemente no culto lemos o texto de Mateus com os versículos acima. Eles e a história nos fazem refletir sobre a maravilhosa a graça de Deus para conosco. Que mesmo nos julgando justos, não somos; mesmo não tendo cometido pecados como o descrito na história, continuamos carentes da graça de Deus. Pois somos pecadores por natureza. Mesmo assim, encontramos a graça de Deus em Jesus Cristo, que assumiu a nossa culpa, a de todos aliás, para que, por graça, eu e você fossemos salvos e recebêssemos por fé a vida eterna. Deus nos dê a mentalidade daquele juiz e nos mantenha certos da sua maravilhosa graça. Jesus veio salvar pecadores, eu e você.
Fiquem com Deus. Abençoada Semana.
*E que maravilha a graça é. Adap. de - Steven J. Cole, Not the healthy but the sick WORLD (March 1, 1997).
Rev. José Daniel Steimetz
Vestir o que?
Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês. E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12.1,2)
Quem nunca parou na frente do seu guarda-roupa e se perguntou: “o que eu vou vestir?”
Dependendo da ocasião, experimentamos, mudamos e, quanto mais especial for o evento, mais difícil será escolher a roupa. Para ir no mercado, aquela boa e velha camiseta (que já para em pé sozinha) e um chinelo havaianas (com prego) servem. Mas para uma festa importante, ternos serão tirados dos cantos escuros dos roupeiros e vestidos serão testados para verificar se ainda cabem... Enfim, dependendo da ocasião, nos vestimos melhores ou piores. Tudo normal.
O problema é que, metaforicamente, isso invade o campo da fé. Dependendo da situação, agimos como cristãos ou não. Escolhemos nos “vestir” de cristianismo ou de outra coisa, quando convém. Em dia de culto, pensamos: “Bem, hoje eu vou na igreja, então eu serei um cristão convicto e agirei como tal”. No outro dia, volta-se com o chinelo e a camiseta do mundo. É como se classificássemos quando ser cristão ou não. Aí nos vestimos de acordo com a ocasião.
Bem, é exatamente contra isso que Paulo está falando em Romanos 12.1,2. Deus não te quer apenas um dia da semana. Ele te quer sempre. Ele não quer que tu seja luz e sal do mundo apenas nos domingos, na igreja. Ele quer que tu ilumines e salgues a terra todo o dia, em todos lugares. Por isso, ele diz que a vida do cristão é um sacrifício vivo: não apenas um momento, uma situação... mas a vida inteira!
O fato é que Jesus nos deu vestes novas. Vestes dignas de um banquete na presença do Rei. Ele nos revestiu com seu manto de justiça e, com esta veste, podemos nos apresentar diante de Deus e ser acolhido em seus palácios. Por isso, lembremos sempre do que disse Davi: “Mudaste o meu pranto em dança, a minha veste de lamento em veste de alegria, para que o meu coração cante louvores a ti e não se cale.” (Sl 30.11,12). Não nos contentemos com os trapos que o pecado oferece, mas vivamos como um filho redimido e amado de Deus, que ganha roupas novas todo dia para estrear.
Rev. Jordan Gowert
Madia
Tema: Um legado para os tempos do fim.
A um deu cinco talentos, a outro deu dois e a outro deu um, de acordo com a capacidade de cada um deles; Mateus 25:15
Neste mês a AELCA completou 55 anos. A Congregação da Cruz, fará 90 anos. A IELB, a nossa igreja, tem 119 anos. O luteranismo no Brasil fará 200 anos em 2024, considerando a chegada dos alemães em 1824, embora o primeiro luterano que se tenha notícia de estar no Brasil foi o sr. Heliodoro Eobano, em 1532, filho de amigo de Lutero. Já o cristianismo ao qual pertencemos tem 2023 anos. E as promessas divinas do Antigo Testamento para nós, tem muitos anos mais.
O que fazemos com todo esse legado recebido? O que deixaremos para as futuras gerações? Aqui não falo de questões sociológicas e ambientais do tipo: que mundo deixaremos para nossos filhos? Até porque, talvez a pergunta melhor seja: “que filhos deixamos para o mundo? Afinal, do que adianta deixarmos um mundo maravilhoso, se não forem responsáveis com este legado?
Falo aqui em termos de Igreja. O que estamos fazendo dela e com ela? Claro, e para não deixar dúvidas, a Igreja não é nossa, nem depende de nós. É de Cristo, guiada pelo Espírito Santo. E as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Mas essa consoladora verdade bíblica nos compromete, ou seja, não permite que vivamos como se só usufruíssemos da igreja. Sem nos comprometermos com ela. De onde vem isso?
De Jesus no Evangelho. Em Mateus 25 Jesus nos envolve profundamente no ter, ser e viver a Igreja neste mundo. Um dia tudo passará. É a ênfase dos capítulos 24 a 25 em Mateus. Aliás, estamos no fim do ano da Igreja. E cada dia que passa, o fim da igreja neste mundo também chega. “E o que tens preparado, para quem será?”
O Evangelho traz ensinos de Jesus em sua última semana de vida. Um detalhe que passa despercebido, mas é importante, é que Jesus não deixa de fazer a sua parte, não deixa de ensinar, nem deixa de ser o que veio ser, o nosso Salvador. Mesmo prestes a deixar o mundo aqui ele cumpre tudo o que é necessário, deixa seu legado. E quando tudo está consumado, entrega o espírito para o reaver na ressurreição. Hoje você é a Igreja. O que fazemos com o legado recebido?
Vemos que o bom uso do legado é recompensado. Já a negligência, a falta de comprometimento, o se esconder, fugir das responsabilidades, nos deixa sob o risco de ouvir também: servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Onde haverá choro e ranger de dentes.
Para tanto, estejamos atentos ao legado recebido. Ao bom uso feito dele. E a boa administração de nossa vida de fé, de modo a produzirmos bons frutos, a 100 por um. Ou neste caso, os dois primeiros receberam talentos diferentes, mas produziram da mesma forma. Cientes da confiança recebida pelo seu Senhor, produziram, foram elogiados e contemplados com a bem-aventurança eterna. E é isso que queremos. Então, se fiel até a morte e dar-te ei a coroa da vida eterna. Abençoada semana.
Pr José Daniel Steimetz
Estamos as portas do Natal e Ano Novo. Já vem à cabeça aqueles pensamentos de retrospectiva. E nos perguntamos: Valeu a pena pessoal, familiar e congregacionalmente esse tempo até aqui? Não é fácil concluir positivamente. Dadas as dificuldades de cada um, de cada família, de cada grupo e congregação, corremos sempre o risco de concluir que tudo tinha de ter sido diferente. E nos desiludimos! Pena!
Acontece que tal pensamento abafa a realidade dos fatos. Bem como o resultado da ação de Deus em nossa vida. Nesse sentido o Salmo 126 vale muito. Ele é um salmo de peregrinação. O povo de Deus, por causa do seu pecado, havia sido deportado pelo próprio Deus para que aprendesse a dar ouvidos a Deus. E a não negar os seus feitos. Após compreenderem o que Deus havia feito, eles celebram a volta a sua terra. E reconhecem “as grandes coisas que o SENHOR fez por eles”. E nós, compreendemos? Percebemos? Celebramos?
Não falarei por mim porque não devo. Nem do que não conheço em relação a cada irmão. Mas citarei dois feitos do SENHOR facilmente reconhecidos entre nós. Embora, por vezes vistos apenas como resultado de nossos esforços. Não são! São fruto da graciosa ação de Deus entre nós.
Na congregação temos as reformas encaminhadas, recursos disponíveis, e as ofertas que continuam. Culminando com a bênção de celebrarmos os nossos 90 anos de nossa congregação. Todos, grandes feitos de Deus em nossa Congregação. Nem nos nossos melhores sonhos, pensávamos estar assim.
Já na vida cotidiana temos a bênção de Deus ter recebido em seus braços nessa semana a Dna. Gertha Weber. Mais uma ação graciosa de Deus por seus filhos, por seu povo. Mas isso é bom, Pastor? Sim! Na nossa peregrinação, chegarmos ao fim em fé, é excelente. Vermos a misericórdia de Deus sobre ela e sobre aqueles que permanecem em fidelidade é maravilhoso. Deve ser essa a nossa esperança sempre. Para testemunharmos e vivermos isso, somos Congregação da Cruz. Naquilo que humanamente estamos impedidos, aprendemos e cremos que Deus age com sua misericórdia e graça. Sem dúvida grandes feitos do SENHOR a serem celebrados entre nós.
Por fim, neste período, lembramos o grande feito de Deus entre nós. Dele ter enviado seu filho naquela manjedoura de Belém. E mesmo nas correrias e agruras da vida, celebremos o fato de através de Jesus, o SENHOR ter restaurado a sorte do seu povo. E enchamos nossa boca de riso. Ceifemos em júbilo e alegria o que Deus nos deu nesse ano. Certos que, mesmo as vezes semeado com lágrimas nessa vida, Jesus, o Messias prometido que veio e virá, nos enxugará dos olhos todas elas. Grandes coisas fez o SENHOR por nós. E continuará a fazer. Fiquemos firmes e celebremos o seu amor e graça neste Advento e Natal. Amém. Abençoada semana.
Rev. José Daniel Steimetz