A apreensão de 202 quilos de cocaína, esta manhã, na marina de Lagos, resultou de uma operação do novo organismo policial europeu de combate ao narcotráfico marítimo, revelou hoje a Polícia Judiciária.
O Centro de Análise e Operações Contra o Narcotráfico Marítimo (MAOC) integra
sete países da União Europeia (Portugal, Espanha, França, Itália, Irlanda, Reino
Unido e Holanda), todos com costa marítima e tem por missão a troca de
informações para agilizar os meios navais que permitam a intercepção de navios
suspeitos.
Em conferência de imprensa, José Ferreira, coordenador da
Direcção Central de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, explicou que a
apreensão, realizada às primeiras horas da manhã, “resultou do trabalho conjunto
dos países que integram o MAOC, e que tem vindo a ser desenvolvido há vários
meses”.
O organismo, que já se encontra em funcionamento, vai ser
oficialmente inaugurado no segundo semestre deste ano, depois de designados o
presidente do Conselho Executivo e o director executivo do centro.
Na
próxima segunda-feira, o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos e a
Polícia Judiciária celebram um protocolo para cedência de instalações para a
nova entidade, em Lisboa.
Por seu lado, o coordenador do Departamento de
Investigação Criminal de Portimão considerou que esta apreensão representou
“duro golpe na rede” de narcotráfico, adiantando que as investigações “vão
prosseguir com vista ao desmantelamento da actividade criminosa".
Gonçalo Amaral explicou que os mais de 200 quilos de cocaína estavam
dissimulados no interior do veleiro apreendido na marina de Lagos, tripulado por
apenas um homem, com cerca de 30 anos. O responsável revelou que o detido “é um
europeu” suspeito de pertencer a “uma rede internacional de tráfico de
estupefacientes por via marítima”.
"Pensamos que a droga continuaria por
via marítima até ser integrada nas redes de distribuição na Europa", disse o
inspector, sublinhando que se trata de uma "rota tradicional, fazendo Portugal
parte dessa placa giratória".
O suspeito foi apresentado esta tarde ao
juiz de instrução criminal do tribunal de Portimão, para primeiro
interrogatório, ficando a aguarda julgamento em prisão preventiva.