Ministério Público concluiu investigação sobre a
construção de uma estação de tratamento de lixo na Cova da Beira.
António José Morais foi acusado pelo Ministério Público de
crimes de corrupção e branqueamento de capitais no âmbito do inquérito sobre a
construção de uma estação de tratamento de lixo na Cova da Beira. Neste
processo, segundo informações recolhidas pelo Expresso, foram constituídos cinco
arguidos, mas o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa
determinou alguns arquivamentos.
O ex-professor de José Sócrates na
Universidade Independente esteve ligado à construção do aterro sanitário, em
1996, através do seu gabinete de engenharia o GEASM que preparou o projecto, o
programa do concurso, o caderno de encargos e avaliação técnica das propostas. O
gabinete de António José Morais foi representado por Ana Simões Morais, a sua
ex-mulher, uma vez que ele estava à frente do Gabinete de Estudos, Planeamento e
Instalações (GEPI) do Ministério da Administração Interna.O dono da obra foi a
Associação de Municípios da Cova da Beira e o projecto foi executado pela
empresa HLC.
Só em 1999, após uma denúncia anónima, a
Polícia Judiciária começou a investigar as suspeitas de corrupção denunciadas. O
inquérito arrastou-se no tempo devido ao atraso nos pedidos de colaboração
internacional feitos pelas autoridades portuguesas que procuravam o rasto de
dinheiro que terá circulado em contas bancárias de alguns dos intervenientes
neste processo.
José Sócrates, à altura dos factos
secretário de Estado do Ambiente, nunca foi ouvido no inquérito no qual foram
constituídos cinco arguidos. Além de Morais e da sua ex-mulher, foram ainda
constituídos como arguidos Silvino Rui Alves, Horácio Luís de Carvalho (dono da
empresa HLC) e Jorge Cruz Pombo, antigo presidente da Câmara da Covilhã. O
Expresso não conseguiu apurar sobre quais destes arguidos é que foi proferido
despacho de arquivamento.