Justiça_Estado X António Costa

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May 18, 2007, 5:01:35 AM5/18/07
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JorgeHumberto

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May 18, 2007, 5:28:28 AM5/18/07
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Publicação: 17-05-2007 21:04    |   Última actualização: 18-05-2007 08:10
Arquivo SIC
Ex-cabo da GNR tem julgamento marcado
António Costa é acusado de ter assassinado três adolescentes
O início do julgamento do antigo cabo da GNR acusado de ter assassinado três raparigas de Santa Comba Dão começa a 4 de Junho. António Costa está detido há quase um ano.
Há histórias que não se esquecem. A de António Costa é uma delas. Há quase um ano que o antigo cabo da GNR vive no Estabelecimento Prisional de Santarém. Quando ali entrou já era tratado por "serial killer" de Santa Comba Dão. Ganhou a alcunha depois da Polícia Judiciária o culpar pelo homicídio de três raparigas adolescentes.
Este caso será analisado à lupa a partir do dia 4 de Junho, no Tribunal da Figueira da Foz. A advogada do arguido solicitou ao tribunal que a audiência decorra à porta fechada, dada a gravidade dos factos que vão ser relatados.
António Costa está acusado de dez crimes, entre os quais os homicídios de Isabel Isidoro, Mariana Lourenço e Joana Oliveira.
O antigo cabo da GNR, que era tido como um cidadão exemplar em Santa Comba Dão, chegou a ajudar as famílias das vítimas nas buscas das raparigas desaparecidas. Quando foi detido pela polícia terá confessado os crimes, mas dias mais tarde tentou imputar os homicídios ao tio de uma das vítimas.
Os corpos das três raparigas adolescentes foram encontrados no mar da Figueira da Foz, na barragem do Coiço e na albufeira da Raiva, em Penacova.
O Ministério Público acredita que as adolescentes foram estranguladas antes de serem atiradas à água. António Costa já foi submetido a um exame de psiquiatria que o classificou como imputável.
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Jun 3, 2007, 5:56:48 AM6/3/07
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Julgamento começa amanhã
Ex-GNR de Santa Comba Dão já tem "a sentença lida" pelo povo
03.06.2007 - 07h38 Graça Barbosa Ribeiro
No lugar de Cabecinha de Rei, em Santa Comba Dão, António faz um gesto de desalento quando se apercebe da presença de jornalistas. "Não quero falar, não vou dizer nada. Eu ainda..." Não termina a frase.
Passa a mão pela barba, tapando a boca durante uns segundos. Depois, regressa a casa, sem voltar os olhos congestionados para a vivenda em frente, que pertence ao ex-cabo da GNR que amanhã começa a ser julgado no Tribunal da Figueira da Foz pela alegada prática de 10 crimes, dos quais três de homicídio qualificado de três raparigas adolescentes.
No primeiro andar da casa de António, uma jovem bonita sacode um tapete. Não têm conta as vezes que o pai se dirigiu ao ex-cabo pedindo-lhe que olhasse por ela e pelo filho mais novo, quando se ausentava: "Faz-me esse favor, se te aperceberes de alguma coisa estranha dá aqui um salto." Fê-lo muitas vezes. Tantas que, hoje, terá a certeza de que quando deixou os filhos entregues ao vizinho já Isabel Cristina, de 17 anos, e Mariana, de 18, estavam mortas. António saberá também que, se acusação se provar, a coisa mais estranha que ali se passou terá sido da responsabilidade daquele homem de 53 anos a quem, como várias pessoas da terra confirmam, "qualquer um confiaria as filhas".
Cabecinha de Rei está dentro da cidade de Santa Comba Dão, a escola secundária fica a cerca de um quilómetro. Mas, ainda assim, é um lugar relativamente isolado. As mais recentes vias de acesso a Tondela fizeram com que aquela estrada passasse a ser usada apenas, ou quase, pelos moradores. Pelos da rua onde vivem António e o ex-cabo da GNR; pelos que habitam no bairro de nove casas onde moravam duas das vítimas, Joana e Isabel Cristina; e pelos tios de Mariana, com quem esta morava, numa casa mais isolada.

Isolamento fatal
O isolamento terá sido fatal. De acordo com a acusação deduzida pelo Ministério Público, seriam cerca das 12h00 do dia 8 de Maio do ano passado quando Joana passou junto à casa do ex-cabo, vinda da escola onde frequentava o 11.º ano. A mesma confiança que o suspeito inspirava a António terá feito com que a adolescente aceitasse acompanhá-lo a uns terrenos próximos, para lhe mostrar "uma coisa".
Nada, ali, faz crer que aquele possa ser o lugar de um crime. Mas terá sido sob árvores frondosas, num cenário idílico, que Joana negou um beijo ao agressor. E que lhe bateu com a mochila e que o arranhou nas mãos e nos braços, antes de o suspeito, forte e ágil, lhe ter passado um braço à volta do pescoço apertando-o com força, até a rapariga sufocar. Presume-se que, depois de morta, Joana tenha sido despida pelo agressor, que se denunciou ao enfiar-lhe as duas pernas por uma das perneiras das cuecas, ao vesti-la, antes de a envolver em sacos e de aatirar o seu corpo, preso a uma viga de betão, ao rio, junto à Barragem do Coiço.
Joana foi a última a desaparecer. Mas é como se tivesse sido a primeira. "Se quando a Cristina e a Mariana desapareceram a família se tivesse mexido, a Joana não estaria morta", lamenta o seu tio, Vasco Borges. "Quando a Mariana desapareceu, nem nos passou pela cabeça que isso pudesse estar relacionado com o desaparecimento da Cristina. Os pais diziam que ela telefonava de França...", explicava, horas depois, Luís Gomes, um dos tios com quem Mariana, órfã de pai, foi criada.
Nem o tio de Joana nem o de Mariana mostram raiva. "Como é que ele foi capaz de fazer aquilo a três raparigas que viu nascer e crescer? Como foi capaz de nos perguntar se tínhamos notícias da Joana depois de a ter matado?", pergunta Vasco. Ao seu lado, João António reage à emoção do amigo: "Era entregarem-no ao povo! Eu até me consolava, havia de o fazer sofrer tanto quanto fez sofrer as raparigas!" O tio de Mariana não pedia tanto. Pousa as mãos sobre o balcão da ourivesaria de que é proprietário e deixa as lágrimas correr. "Só queria estar frente a frente com ele para lhe fazer uma pergunta. Mas ele havia de me responder." A pergunta era: "Porquê?"Mariana foi a penúltima a morrer, diz a acusação. Havia ingressado no ensino superior, em Oliveira do Hospital, mas tinha ido a casa, naquele dia, 14 de Outubro de 2005. Terá sido a primeira a seguir o caminho onde Joana seria morta, seis meses mais tarde. Também ela negou o beijo, também ela foi sufocada até à morte, também ela acabou no Mondego. Diz o tio que terá sido o cabo a pôr a correr a versão de que Mariana tinha ido para o Brasil, "com gente da sua religião". Por isso, a angústia dos familiares directos não provocou sobressalto na comunidade, que também julgava que Isabel Cristina, desaparecida seis meses antes, a 24 de Maio de 2005, estava em França.

"Quando sair, matam-no"
Isabel Cristina era menos sossegada que as outras. Assim a descreve a avó, Maria Alice: "Era muito alegre, fazia-nos rir." Já tinha fugido várias vezes, uma delas para França. Segundo a acusação - em grande parte sustentada na confissão e na reconstituição dos factos pelo próprio arguido -, Isabel terá aceite ter relações sexuais com o ex-cabo, como forma de pagamento pelos 25 euros que este lhe emprestara. Foi morta junto a um pinhal das redondezas, depois de ameaçar que acusaria o suspeito de violação. Muito depois de o seu corpo, não identificado, ser encontrado por um pescador, no mar da Figueira da Foz, ainda os familiares, "por vergonha", diziam que ela telefonava regularmente de França.
Com Joana foi diferente. A miúda não dava um passo sem ligar à mãe. E os irmãos, mais velhos, não precisavam de saber que era a terceira a desaparecer para terem a certeza de que algo de muito grave se tinha passado. Foram directamente a Coimbra, à PJ, que invadiu a vila e, passo a passo, relacionou os três desaparecimentos e centrou as investigações na pessoa mais insuspeita da comunidade.
No dia 23 de Julho o ex-cabo da GNR foi preso. Hoje, passado quase um ano, não há gritos nem choros públicos, mas sobrou a revolta, por muitos confessada a coberto do anonimato. Sousa Guedes, director do quinzenário Voz do Dão, confirma que é esse o sentimento geral. Ele próprio sente, "nalguns momentos, ódio" pelo homem com quem, em menino, disputou a bola no recreio da escola. "Não defendo a pena de morte e acredito na justiça. Mas nem dez penas de morte eram suficientes para castigar crimes tão hediondos", diz.
Amanhã começa o julgamento. Para alguns, não importa. "Dizem que ele já tem a sentença lida: quando o apanharem cá fora matam-no", explica, num sussurro, Clara Ribeiro, tia-avó de Mariana.
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Jun 4, 2007, 6:15:18 AM6/4/07
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Publicação: 04-06-2007 10:12    
Serial killer começou a ser julgado
O antigo cabo da GNR é acusado da morte de três jovens de Santa Comba Dão
O julgamento do homicídio de três jovens em Santa Comba Dão começou hoje no Tribunal da Figueira da Foz. O único arguido é um antigo cabo da GNR.
SIC
Está a decorrer esta manhã a primeira sessão do julgamento do serial killer de Santa Comba Dão, como ficou conhecido António Costa, de 53 anos, casado, pai de dois filhos, católico fervoroso e ex-cabo da GNR.
À chegada ao tribunal, o arguido, que viu o seu pedido de julgamento à porta fechada ser negado, foi insultado pelas pessoas que já se encontravam no local.
Toi, como era tratado pelos conhecidos, é acusado da morte de Mariana, de 18 anos e de Isabel Cristina e Joana, ambas de 17 anos. Segundo Almeida Rodrigues, sub-director nacional da Polícia Judiciária, o homicida "não iria parar".
Para além dos crimes de homicídio qualificado, ocultação e profanação de cadáver e coacção sexual, o arguido vai responder também por um crime de denúncia caluniosa, por ter acusado um tio de uma das vítimas de ter sido o autor das mortes.
Quando foi preso, em Junho do ano passado, António Costa confessou a autoria dos três homicídios mas acusa agora a Polícia Judiciária de o ter agredido e coagido a confessar os crimes.
António Costa conhecia as vítimas e chegou a participar nas buscas. Com Isabel Cristina terá chegado a ter relações sexuais consentidas mas, quando a jovem ameaçou fazer queixa à GNR por violação, Costa agrediu-a e tentou sufocá-la. A autópsia concluiu que a vítima estava ainda viva quando foi lançada à água, do alto de uma falésia. O corpo foi encontrado no porto da Figueira da Foz.
Mariana e Joana foram mortas com um intervalo de seis meses e terão sido ambas surpreendidas junto à casa de António Costa. Segundo a confissão, as raparigas aceitaram ir com ele a uns barracões no meio do mato. Tentaram fugir quando ele tentou beijá-las mas não conseguiram. As autoridades encontraram vestígios das vítimas no carro e em casa de António Costa.
O corpo de Mariana apareceu desmembrado no rio Mondego. O corpo de Joana estava perto mas apenas foi encontrado com as indicações do homem que as terá assassinado.

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Jun 4, 2007, 10:31:54 AM6/4/07
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Julgamento hoje na Figueira da Foz
Relatórios médicos de ex-cabo da GNR acusado de assassinato em série divide técnicos
04.06.2007 - 14h45 Lusa
O início do julgamento do ex-GNR de Santa Comba Dão, acusado do homicídio de três jovens, foi dominado pela análise do relatório que conclui pela sua imputabilidade, com opiniões divergentes de técnicos ouvidos pelo tribunal da Figueira da Foz.
António Costa, 53 anos, responde por 10 crimes, três de homicídio qualificado, três crimes de ocultação e um de profanação de cadáver, dois de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa, incorrendo na pena máxima de 25 anos, em cúmulo jurídico.
Carlos Fernandes, psicólogo e professor universitário, foi o primeiro a ser ouvido pelo tribunal, afirmando que alguns dos testes utilizados na definição da personalidade do arguido "não têm validade científica" e "nunca deviam ser utilizados".
O juiz presidente, Jorge Loureiro, interrogou Carlos Fernandes sobre se a utilização de testes sem validade científica, como disse o técnico, pode distorcer o resultado final, ao que o psicólogo respondeu afirmativamente.
O segundo técnico, o psiquiatra Marques Pinto, considerou que o relatório final da perícia médico-legal "não tem base de sustentação e enferma de vários males", classificando-a de "ligeira".
O médico, que defendeu a sua análise com base "em mais de 200 relatórios de psiquiatria forense", por si já elaborados, considerou "absolutamente necessário confrontar o indivíduo (o arguido) com os factos que lhe são atribuídos".
"Isso não consta na perícia, é extremamente grave", frisou.
Marques pinto apontou ainda a forma como as perícias médico-legais são efectuadas em Portugal, sublinhando que são distribuídas "aleatoriamente" a departamentos psiquiátricos pelo país, por alegada falta de capacidade de resposta às solicitações por parte do Instituto de Medicinal Legal (IML).
Frisou que a perícia sobre o ex-cabo da GNR foi atribuída a um psiquiatra "que não trabalha com [doentes] inimputáveis", aconselhando o tribunal a pedir uma nova perícia ao IML, em Coimbra.
Já Isabel Batista, psicóloga do Instituto de Reinserção Social (IRS) de Lisboa, contrariou as declarações de Carlos Fernandes sobre os testes de personalidade, apontando a sua validade científica.
"Na minha opinião tem validade", disse, aludindo a um dos testes em análise, frisando que está "aferido para a população portuguesa".
O julgamento, sob fortes medidas de segurança, levou até ao tribunal da Figueira da Foz cerca de 20 jornalistas e várias dezenas de populares, entre os quais familiares das três jovens adolescentes, Isabel Isidoro, Joana Oliveira e Mariana Lourenço.
O acesso à sala de audiências está limitado a familiares das vítimas e profissionais da comunicação social, que dividem os 40 lugares disponíveis para o público.
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Jun 4, 2007, 4:19:29 PM6/4/07
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Figueira da Fox
Ex-cabo da GNR de Santa Comba Dão manifesta-se «inocente»
O ex-cabo da GNR de Santa Comba Dão António Costa, acusado do homicídio de três jovens, manifestou-se hoje «inocente» relativamente aos crimes que lhe são imputados, os quais atribui ao tio de uma das vítimas.
 
António Costa, cujo julgamento começou hoje no Tribunal da Figueira da Foz, disse também que foi «coagido» pela Polícia Judiciária para assmir a autoria dos crimes em causa, responsabilidade que negou, realçando que está «inocente».
Quanto a escutas telefónicas, que alegadamente comprovam que António Costa assumiu em conversa com familiares próximos ter morto as três jovens, o ex-cabo da GNR disse não se lembrar, quando confrontado pelo juiz.
Esta alegada contradição de António Costa originou burburinho entre a assistência, o que levou o juiz a avisar que mandaria evacuar a sala se o barulho se mantivesse.
António Costa, que está detido preventivamente, residia em Cabecinha  de Rei, Santa Comba Dão, próximo das três jovens assassinadas: Isabel Isidoro e Joana Oliveira, ambas de 18 anos, e Mariana Lourenço, de 19. 
O ex-militar acusou hoje no tribunal um tio de Mariana de ser o autor material dos crimes de homicídio, repetindo uma afirmação que já tinha feito à comunicação social.
Durante a manhã foi analisado o relatório da perícia médico-legal, que conclui pela imputabilidade do arguido, acusado de ter cometido 10 crimes, três de homicídio qualificado, três de ocultação de cadáver, um de profanação  de cadáver, dois de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa,  incorrendo na pena máxima de 25 anos. 
O relatório médico foi contestado por um psicólogo e professor universitário,  Carlos Fernandes, e por um psiquiatra, Marques Pinto, que estão no julgamento como consultores técnicos. 
O relatório foi defendido por uma terceira testemunha, Isabel Baptista,  técnica do Instituto de Reinserção Social de Lisboa. 
O testemunho de Isabel Baptista foi interrompido, continuando à  tarde. O arguido está a ser julgado por um colectivo de três juízes, presidido por Jorge Loureiro.

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Jun 4, 2007, 4:32:22 PM6/4/07
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Santa Comba Dão
Tribunal aponta «contradições insanáveis» no depoimento do serial killer
 O presidente do colectivo de juízes que julga o ex-GNR acusado da morte de três jovens adolescentes apontou hoje «contradições insanáveis» no depoimento do arguido, que se diz «inocente» e acusa o tio de uma das vítimas
«Sei que estou acusado, mas estou inocente«, disse o militar reformado António Costa, levando o juiz a apontar «contradições insanáveis» ao arguido, que, anteriormente, terá confessado os crimes.
António Costa, 53 anos, responde por 10 crimes, três de homicídio qualificado, três de ocultação e um de profanação de cadáver, dois de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa, incorrendo na pena máxima de 25 anos, em cúmulo jurídico.
O ex-GNR, que começou a depor esta tarde no Tribunal da Figueira da Foz, alega ter sido «coagido» a confessar pela Polícia Judiciária (PJ), durante o interrogatório de que foi alvo, a autoria dos crimes.
«Há documentos assinados por mim não sei como. Nem me leram os meus direitos e os meus deveres», disse em tribunal. Afirmou ter sido «agredido, coagido e massacrado» pela PJ, dizendo que durante o interrogatório lhe foi apontada «uma pistola à testa».
«Queriam à força que dissesse que fui eu», argumentou António Costa, sustentando ter mentido no depoimento à PJ e à juíza de instrução por, alegadamente, ter sido ameaçado de morte por aquele que diz ser o verdadeiro autor dos homicídios, Rogério Ferreira, tio de uma das vítimas. 
Confrontado pelo juiz com escutas telefónicas, nomeadamente contactos com a mulher, o filho e um cunhado, onde assume ter morto as raparigas, o militar reformado disse não se lembrar dessas declarações.
Nas escutas, entre outra argumentação, António Costa diz não ter violado as raparigas, assumindo, no entanto, ter confessado a autoria da morte das três adolescentes, Isabel, Joana e Mariana, pelas alegadas provas existentes contra si.
O conteúdo das escutas telefónicas levou o juiz a pedir uma «explicação razoável» para as contradições no depoimento do militar reformado, frisando que este, ao telemóvel com os familiares, falou sobre os alegados crimes de livre vontade.
«Não estou aqui para esconder nada, não me recordo», respondeu o arguido.
Por várias vezes manifestou-se «completamente inocente», afirmando que jamais cometeria crimes «tão horrorosos».  As declarações de António Costa levaram o Ministério Público a requerer ao tribunal a audição das escutas telefónicas.
Já o advogado da família de Mariana Lourenço disse aos jornalistas que as acusações sobre o envolvimento de Rogério Ferreira
«são totalmente falsas».
«Esta estratégia não tem o mínimo de credibilidade. É preciso um grande esforço para ouvir aquele depoimento», desabafou João Pereira, considerando as próximas sessões do julgamento «determinantes» para o apuramento da verdade.
O julgamento continua quarta-feira, com o depoimento do arguido, estando arroladas cerca de 70 testemunhas.
Entretanto, a análise da perícia médico-legal que deu o arguido como imputável, hoje realizada, depois da defesa ter apresentado um requerimento para nova perícia, ainda não teve decisão do tribunal.
O Ministério Público e os advogados dos familiares das vítimas consideraram inútil tal procedimento, tendo o presidente do colectivo de juízes reservado a sua posição para mais tarde. 
Não se registaram problemas em redor do julgamento, que decorreu sob fortes medidas de segurança, com a presença de quase trinta agentes da PSP da Figueira da Foz e do Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais.
Lusa/SOL

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Jun 6, 2007, 2:51:26 AM6/6/07
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'Serial killer' de Santa Comba declara-se inocente
António Costa, à entrada para o tribunal da Figueira da Foz, onde começou hoje a ser julgado pelo alegado homicídio de três jovens de Santa Comba Dão
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Jun 6, 2007, 6:11:55 AM6/6/07
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O alegado assassino pode incorrer numa pena de 25 anos de prisão
No Tribunal da Figueira da Foz
Julgamento de ex-cabo da GNR acusado do homicídio de três jovens continua hoje
06.06.2007 - 10h10 Lusa
O julgamento do ex-cabo da GNR de Santa Comba Dão António Costa, acusado do homicídio de três jovens, prossegue hoje com a realização da segunda sessão no Tribunal da Figueira da Foz.
No primeiro dia de julgamento, na passada segunda-feira, António Costa manifestou-se "inocente" relativamente aos crimes que lhe são imputados, os quais atribuiu ao tio de uma das vítimas.
O ex-cabo da GNR disse que foi "coagido" pela Polícia Judiciária para assumir a autoria dos crimes em causa.
Quanto a escutas telefónicas, que alegadamente comprovam que António Costa assumiu em conversa com familiares próximos ter morto as três jovens, o ex-cabo da GNR disse não se lembrar, quando confrontado pelo juiz.
António Costa, que está detido preventivamente, residia em Cabecinha de Rei, Santa Comba Dão, próximo das três jovens assassinadas: Isabel Isidoro e Joana Oliveira, ambas de 18 anos, e Mariana Lourenço, de 19.
No primeiro dia do julgamento foi analisado o relatório da perícia médico-legal, que conclui pela imputabilidade do arguido, acusado de ter cometido 10 crimes, três de homicídio qualificado, três de ocultação de cadáver, um de profanação de cadáver, dois de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa, incorrendo na pena máxima de 25 anos.
O relatório médico foi contestado por um psicólogo e professor universitário, Carlos Fernandes, e por um psiquiatra, Marques Pinto, que estão no julgamento como consultores técnicos.
O relatório foi defendido por uma terceira testemunha, Isabel Baptista, técnica do Instituto de Reinserção Social de Lisboa.
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Jun 6, 2007, 7:52:24 AM6/6/07
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Crimes de Santa Comba Dão
Tribunal solicita nova perícia psiquiátrica ao arguido
Por Liliana Garcia, na Figueira da Foz
O presidente do colectivo de juízes, que está a julgar o ex-cabo da GNR, solicitou uma nova perícia psiquiátrica ao arguido, correspondendo a uma pretensão da defesa
Para além da nova perícia psiquiátrica, ficou ainda entendido que poderão ter lugar novos testes de personalidade, uma vez que o Tribunal da Figueira da Foz solicitou à equipa do Instituto de Medicina Legal que avaliou António Costa que entregue valores quantitativos referentes ao quociente de inteligência (QI) do arguido.
Anteriormente, a equipa de peritos tinha indicado que António Costa apresentava um QI «abaixo da média», embora sem apresentar um valor quantitativo.
Neste momento, o tribunal está a ouvir escutas das conversas telefónicas mantidas entre o arguido António Costa e os seus familiares.

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Jun 6, 2007, 9:05:28 AM6/6/07
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2.º dia do julgamento do 'serial killer' de Santa Comba
Escutas incriminam ex-cabo Costa
Hugo Franco
O julgamento prossegue esta tarde no tribunal da Figueira da Foz, onde a manhã ficou marcada pela decisão do juiz de levar a cabo uma nova perícia médico-legal ao arguido.
Rui Duarte Silva
O mediático julgamento do 'serial killer' de Santa Comba Dão está rodeado de fortes medidas de segurança
Na segunda sessão do julgamento do ex-cabo da GNR António Costa, no Tribunal da Figueira da Foz, foram ouvidas quatro gravações de conversas telefónicas entre o arguido e seus familiares. As conversas tiveram lugar a 22 e 23 de Junho de 2006, altura em que o ex-cabo foi detido pela Polícia Judiciária.
Durante a conversa fez várias revelações: “não as violei, pedi-lhes só um beijo mas fiz asneira”; “matei-as porque elas iriam fazer queixa de mim e não tinha outra hipótese”. Ainda durante as mesmas gravações, António Costa diz que os agentes da PJ “até tinham sido porreiros” consigo e até o aconselharam a fazer um exame psicológico para servir de defesa.
Perante estes factos, o juiz do tribunal pôs o arguido à prova, uma vez que na primeira sessão do julgamento – que decorreu na passada segunda-feira – Costa havia referido que tinha sido maltratado pelos inspectores da PJ. O ex-militar corroborou as suas palavras denunciando até o nome de um dos agentes da PJ de Coimbra (o inspector Domingos).
Num discurso visivelmente confuso, António Costa desabafou estar “desorientado”, mas continua a acusar a PJ de Coimbra de não lhe ter dado acesso a um advogado e de o ter tratado mal.
Às 11h10, contudo, a pedido da advogada de defesa, o ex-GNR decidiu não fazer mais declarações.
Ouvidas as primeiras testemunhas de acusação
A defesa tem, no entanto, um trunfo já que o juiz do tribunal da Figueira da Foz decidiu fazer uma nova perícia médico-legal (e que inclui testes de personalidade) a António Costa. Só então o tribunal decidirá se o alegado «serial killer» é imputável ou inimputável.
No final da manhã foram ainda ouvidas as primeiras testemunhas de acusação, entre elas os pais de Isabel Cristina, a primeira vítima do assassino de Santa Comba Dão, morta a 24 de Maio de 2005.
Roldino Isidoro, o pai, garante que a filha nunca saiu com António Costa. “A relação deles baseava-se nos bons dias e boas tardes quando a Isabel Cristina passava pela moradia do Costa”.
A segunda sessão do mediático julgamento, hoje com menos populares à porta, continua durante a tarde.
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Jun 7, 2007, 1:39:09 PM6/7/07
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António Costa foi deixando pistas
«Justificações por antecipação» suscitaram desconfiança da PJ
Por Liliana Garcia
O director nacional adjunto da Polícia Judiciária foi ouvido na segunda sessão do julgamento do ex-cabo de Santa Comba Dão. Pedro Carmo revelou as pistas que lançaram suspeitas sobre António Costa
A pedido do Ministério Público, o director nacional adjunto da Polícia Judiciária (PJ), Pedro Carmo, explicou todo o processo de investigação criminal do caso de homicídio das três jovens de Santa Comba Dão. E evidenciou que o comportamento de António Costa, durante as averiguações da PJ, foi suspeito.
Durante uma das diligências da Polícia Judiciária, em Cabecinha de Rei, António Costa fez questão de dizer à inspectora de serviço que se tinha arranhado a cortar umas silvas e que, por isso, receava a existência de partículas do seu sangue no local. Segundo Pedro Carmo, este comportamento de prestar «justificações por antecipação» motivou a desconfiança da PJ. Suspeição que se foi agravando com o correr da investigação criminal, até se reunirem as provas que indiciam António Costa como suspeito dos homicídios de Isabel Cristina, Mariana e Joana.
Pedro Carmo relatou   , no Tribunal Judicial da Figueira da Foz, que durante as investigações um cabo da GNR de Santa Comba Dão contou ter encontrado o ex-cabo num supermercado, um dia a seguir ao desaparecimento de Joana e que este nada perguntou sobre as diligências da GNR. Sendo António Costa militar na reserva e vizinho da jovem desaparecida, este comportamento suscitou a desconfiança de Pedro Carmo.
Quando a PJ se deslocou, pela primeira vez, a casa de António Costa, a primeira pergunta do ex-cabo foi se o corpo da jovem encontrada na barragem seria o da Joana. Nessa altura, mencionou Pedro Carmo, a informação ainda não era do conhecimento público, estando restrita à PJ. O militar justificou-se dizendo que tinha sabido disso num jantar em Mortágua.
Em conversa, Pedro Carmo questionou-o sobre o que ele, um militar com experiência, suspeitava ter acontecido às jovens. «Disse que não sabia», indicou o responsável da PJ. Perante a insistência da questão, Costa acaba por exprimir que «sem provas» não saberia dizer.
Para desviar as atenções da PJ sobre si, António Costa chegou a dizer que, nas proximidades de sua casa, perto dos barracões onde terão ocorrido os homicídios de Mariana e Joana, costumavam juntar-se toxicodependentes. A PJ acabou por verificar a inexistência de vestígios de consumo de droga no local.
Numa fase mais avançada da investigação, o inspector Vitalino Domingues – que António Costa acusa de o ter coagido a confessar os crimes – encontrou sangue no carro do ex-cabo. Segundo o relato do director da PJ, o arguido começou por afirmar que seria de carne que comprou no Intermarché, para depois dizer que, se o sangue fosse humano, teria sido ele a cortar-se. E quando o inspector o questionou sobre a possibilidade do sangue ser da Joana, o militar respondeu que costuma deixar o carro na rua e que qualquer pessoa podia ter pegado na viatura.
A próxima sessão de julgamento realiza-se a 13 de Junho, às 14h00, na Tribunal da Figueira da Foz.

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Jun 7, 2007, 1:41:20 PM6/7/07
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Justiça
PJ refuta acusações de que coagiu ex-cabo da GNR de Santa Comba Dão a confessar homicídios
O director nacional adjunto da Polícia Judiciária, Pedro Carmo, refutou hoje a acusação do ex-cabo da GNR de Santa Comba Dão de que foi obrigado por inspectores da PJ a confessar o homicídio de três jovens
 
Hoje de manhã, mesmo depois de ouvir escutas telefónicas onde admitia ter assassinado Isabel Isidoro, Mariana Lourenço e Joana Oliveira, e onde não fazia qualquer referência negativa à actuação dos inspectores da PJ, António Costa manteve a versão de ter sido coagido a confessar os crimes.
Durante a tarde, Pedro Carmo, que é responsável pela Directoria de Coimbra da PJ, foi confrontado pelo Procurador do Ministério Público com o facto de o arguido ter sido «muito peremptório nas declarações» em que dizia que um inspector lhe apontou uma pistola à cabeça, o enxovalhou e injuriou.
Pedro Carmo admitiu que chegou às instalações da PJ já depois do interrogatório do ex-cabo, mas que este ainda estava presente, contando que, nessa altura, o sub-director Almeida Rodrigues o informou de que ele tinha confessado os crimes.
«Mas não aparentava estar maltratado física ou psicologicamente», garantiu. Por outro lado, ainda que Pedro Carmo esteja no topo da hierarquia da PJ, o arguido não aproveitou a ocasião para lhe apresentar qualquer queixa.
«Tendo esta investigação sido muito cuidada do princípio ao fim, seria absolutamente inqualificável que inspectores da PJ, depois de tanto esforço e ansiedade, e com tanta experiência, deitassem tudo a perder», assumindo «uma postura que constituiria desde logo crime, além de inquinar a investigação», considerou.
O responsável disse que os inspectores presentes no interrogatório «têm uma folha de serviço exemplar» e muito tempo de serviço.
Pedro Carmo prestou depoimento durante cerca de duas horas e meia, onde deu a conhecer ao tribunal todos os passos da investigação, que acompanhou no terreno desde a primeira hora, porque a possibilidade de serem três crimes cometidos pela mesma pessoa tornou «a situação excepcional, que exigia uma resposta excepcional».
Mostrou-se convicto de que António Costa teve «uma intenção obviamente sexual» na abordagem às três jovens, que levou à sua morte, que considera ter concretizado sozinho, porque tem «pujança física suficiente», é «fibra do princípio ao fim».
Na sua opinião, houve «um contacto físico muito próximo» com as vítimas, «fazendo inevitavelmente com que o arguido tenha sentido de forma muito próxima o seu último suspiro».
Pedro Carmo realçou a atitude pensada que defende que  António Costa teve em vários momentos, nomeadamente «corrigindo o erro» de ter atirado a primeira vítima, Isabel Cristina, ao mar, na Figueira da Foz, depois de o seu corpo ter sido encontrado.
As duas últimas vítimas foram encontradas nas águas da barragem, Mariana por um «golpe de sorte», por ter sido apanhada por uma turbina seis meses depois de ter desaparecido, e Joana por indicações dadas pelo arguido.
Esclareceu que a suspeita sobre António Costa foi ficando mais clara conforme ia decorrendo a investigação: as jovens desapareciam em dias da semana, perto da hora de almoço, quando ele se encontrava sozinho em casa, a que se juntou a imprevisibilidade da altura em que as jovens passariam na rua junto ao quintal onde costumava andar a trabalhar.
Também as suas declarações, dizendo que não tinha visto Joana passar na estrada como habitualmente porque tinha ido fazer o almoço mais cedo ajudaram às suspeitas.
«O arguido surge na consequência do cruzamento de toda a informação dos três desaparecimentos», frisou.
Durante a tarde, foram também ouvidos os pais de Joana, que contaram episódios entre a filha e o ex-cabo, nomeadamente o de ele ter molhado a sua filha e uma prima com água de uma mangueira num dia de calor e de ter pedido a Joana para lhe dar uma opinião sobre o jardim, ao que a jovem acedeu.
Nesse dia, segundo o que a jovem contou à mãe, António Costa ter-lhe-á dito: «Obrigado Joana, se for preciso mais alguma coisa volto a chamar-te».
Por ouvir, ficaram ainda vários responsáveis da Polícia Judiciária.
O julgamento de António Costa, acusado de ter cometido 10 crimes e que incorre na pena máxima de 25 anos de prisão, prossegue no dia 13 de Junho, às 14h00.
Lusa/SOL

PZUR

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Jun 14, 2007, 3:29:58 AM6/14/07
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Caso Santa Comba Dão
PJ defende-se negando coacção física ao ex-GNR acusado
Os elementos da PJ negaram as acusações de coacção física que lhes foram imputadas, frisando que António Costa confessou os crimes em conversa com o sub-director nacional adjunto, Almeida Rodrigues
A terceira sessão do julgamento do ex-GNR de Santa Comba Dão, alegado autor da morte de três jovens, decorreu hoje no tribunal da Figueira da Foz com a audição de responsáveis de Polícia Judiciária (PJ) de Coimbra.
Ao tribunal os elementos da PJ que participaram na investigação do caso negaram as acusações de coacção física que lhes foram imputadas pelo arguido na primeira sessão, frisando que este confessou os crimes em conversa com o sub-director nacional adjunto, Almeida Rodrigues.
A confissão, para além das provas recolhidas, levaram o responsável da PJ, que presta serviço na directoria de Coimbra, a considerar não ter duvidas de que o ex-cabo António Costa praticou os crimes.
«Havia uma série de pequenos indícios, provas circunstanciais, a prova faz-se de pequenos nadas. Congregando esses pequenos nadas não há dúvida nenhuma que o autor do crime é este homem» disse hoje Almeida Rodrigues.
Sobre a forma como ocorreu a confissão de António Costa, o sub-director nacional adjunto da PJ revelou que o ex-GNR foi primeiro inquirido por dois inspectores e só veio a confessar o crime depois de levado à sua presença.
«Tem de saber como quer ser recordado, alguém que mata sem razão ou que tem uma falha e comete o crime» afirmou Almeida Rodrigues, citando o que disse a António Costa.
Segundo o depoimento que prestou, o militar reformado ter-lhe-à respondido querer ser recordado «como um homem bom que teve uma quebra», acabando por confessar ter matado as três jovens adolescentes.
Confrontado com a acusação proferida pelo arguido, na primeira sessão, em que este acusa os inspectores da PJ o terem ameaçado fisicamente pelos inspectores que primeiro o interrogaram e a quem diz ter confessado o crime, Almeida Rodrigues frisou que o ex-militar «não se queixou de nada».
«A PJ respeita em absoluto os direitos dos arguidos. [António Costa] Foi tratado com toda a deferência e sabe-o. Tivemos todos os cuidados na obtenção de prova, partimos do princípio de que não ia confessar. A confissão era coisa que não esperávamos», sublinhou Almeida Rodrigues.
Disse ainda que o ex-militar «chorou sem lágrimas», durante meio minuto, um tipo de choro que o responsável da PJ classificou de «fingido».
No depoimento, Almeida Rodrigues aludiu a diversos aspectos da investigação, incluindo as buscas domiciliárias, análises periciais e escutas telefónicas, que levaram à detenção do antigo militar da GNR de Santa Comba Dão.
Referiu ainda as reconstituições feitas pelas autoridades, referindo que «tudo o que está no processo foi dito pelo arguido».
«Ele é que indicou os locais e a forma como cometeu os crimes. O corpo de Joana [uma das três jovens] só foi descoberto graças às indicações que o arguido nos prestou», esclareceu.
Questionado sobre as motivações dos alegados crimes, disse que elas se coadunam «com as de índole sexual, mas também com a presunção do prestígio social» do ex-GNR.
Classificou António Costa como «um homem inteligente», que possui «consciência daquilo que fez». «Avança sempre explicações, por mais inverosímeis que sejam. Isso a nós não nos surpreendeu, só credibiliza a investigação», disse Almeida Rodrigues.
O responsável da PJ de Coimbra sublinhou ainda que os elementos recolhidos apontavam para o perfil de um assassino em série, nomeadamente a periodicidade dos crimes - cerca de seis meses entre cada um - três ou mais vítimas e alguém que guarda um objecto pertencente às vítimas.
Disse que António Costa possuía uma caneta de Isabel Isidoro e que foi o ex-militar que explicou onde esse objecto se encontrava.
Questionado pela advogada de defesa Almeida Rodrigues negou a hipótese de António Costa possuir um cúmplice. «Não é crime que necessite de preparação, não contempla cúmplices. São jovens que conhece desde criança e que têm confiança nele», afirmou.
De entre as várias hipóteses avançadas nos raciocínios de investigação, Almeida Rodrigues apontou o local onde o ex-cabo reside, sobranceiro ao caminho onde foram encontrados indícios. «Se alguém quisesse praticar um crime ali seria difícil porque ali mora um GNR. Difícil para outrem, mas não para ele próprio» frisou.
A sessão de hoje teve início pelas 15h e terminou mais de cinco horas depois, com a audição do inspector-chefe Domingues, presente no primeiro inquérito a António Costa.
Domingues negou qualquer coacção física ao arguido, recusando, igualmente, que António Costa tenha pedido a presença de um advogado. «É mentira, não aconteceu nada disso. O ambiente era completamente pacífico, tanto que ele não confessou [os crimes] a mim», frisou.
Adiantou que foram lidos os direitos de António Costa e, perante a insistência do procurador do Ministério Público, que quis saber se o inspector se enervou durante o interrogatório, voltou a recusar ter existido qualquer tipo de violência sobre o militar reformado. «Não, nem pensar nisso, não houve um mínimo de violência» disse.
Também presente no primeiro interrogatório a António Costa, o inspector Sineiro disse que leu os direitos e constituiu António Costa arguido, negando, igualmente, qualquer agressão ao ex-GNR.
Num dia em que a sala de audiências voltou a encher, com a presença de cerca de 20 advogados estagiários que assistiram à sessão, para além de familiares das vítimas e jornalistas, no exterior só a presença dos carros de directos das televisões denunciavam o mediático julgamento.
Ao início da tarde, à chegada do arguido, registou-se um incidente com um familiar de Mariana, uma das três jovens assassinadas, que apelidou António Costa de «assassino», sendo afastado do local pela PSP.
A próxima sessão está agendada para as 10h de 20 de Junho, quarta-feira, um dia após o arguido ser sujeito, no Instituto de Medicina Legal de Coimbra, a nova perícia psiquiátrica determinada pelo tribunal.
António Costa, 53 anos, responde por 10 crimes, três de homicídio qualificado, três crimes de ocultação e um de profanação de cadáver, dois de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa, incorrendo na pena máxima de 25 anos, em cúmulo jurídico.
Lusa/SOL

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Jun 15, 2007, 4:01:45 AM6/15/07
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Julgamento de Santa Comba Dão
PJ não tem dúvidas de que António Costa é o autor dos três homicídios
Por Liliana Garcia
Durante a terceira sessão de julgamento do ex-cabo de Santa Comba Dão, a PJ refutou ter coagido o arguido a confessar a autoria dos crimes. O militar na reserva terá admitido os homicídios das três jovens porque «queria ser recordado como um homem bom, que a determinada altura teve uma quebra»
 
Local tranquilo, com pouco movimento de pessoas. «Este é o lugar que eu escolheria se fosse um assassino».
O caminho de acesso aos barracões onde terão sido cometidos os homicídios de Mariana e Joana, em Santa Comba Dão, tem, no entender do sub-director da Policia Judiciária, duas virtualidades: «era extremamente fácil atrair as vítimas àquele local e facilitava a remoção dos cadáveres».
Só havia uma peça que não encaixava no puzzle: como é que alguém ousava cometer um crime à porta de casa de um GNR? «Quem tinha as condições ideais para praticar o crime era o arguido», asseverou, no Tribunal Judicial da Figueira da Foz, Almeida Rodrigues.
Vários «pequenos nadas» conduziram o responsável da PJ a uma evidência: «O autor dos crimes é este homem, não tenho qualquer dúvida».
A confissão da autoria dos homicídios de Isabel Cristina, Mariana e Joana foi motivada por uma pergunta feita por Almeida Rodrigues a António Costa: «O senhor quer ser recordado como um assassino em série ou como um homem bom que num período de doença cometeu estes crimes?».
A resposta do arguido foi pronta: «Quero ser recordado como um homem bom, que a determinada altura teve uma quebra».
Durante a terceira sessão de julgamento do ex-cabo da GNR de Santa Comba Dão, o sub-director nacional da PJ evidenciou que as motivações do alegado homicida seriam de «âmbito sexual, mas também de preservação da posição social, de homem religioso».
Os inspectores Vitalino Domigues e Manuel Sineiro refutaram terem ameaçado ou coagido António Costa a assumir-se como autor dos crimes. «Se ele estivesse a ser maltratado, queixar-se-ia nos telefonemas feitos à família», reforçou Vitalino Domingues.
Os três elementos da PJ, ouvidos em tribunal, foram unânimes num ponto: o arguido nunca revelou emotividade ao falar das três vítimas.
Almeida Rodrigues referiu que, quando confessou o homicídio de Isabel Cristina, António Costa chorou, mas porque ficava bem chorar: «Ele chorou, mas não foi um choro sentido».
Manuel Sineiro destacou que o arguido «não mostrou arrependimento, é uma pessoa absolutamente fria».
«Nos homicídios encontramos pessoas em que se mata por isto ou por aquilo, aqui nem ódio, nem vingança, nem arrependimento», relatou Vitalino Domingues.

PMEG

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Jul 4, 2007, 2:30:52 PM7/4/07
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Santa Comba Dão
Primeira vítima morreu afogada
Isabel Cristina, a alegada primeira vítima do ex-GNR de Santa Comba Dão, cujo corpo foi retirado do mar, morreu por afogamento
«É inequívoco que [a morte] foi por afogamento», disse ao tribunal Cristina Mendonça, a perita médico-legal, aludindo à autópsia realizada ao corpo de Isabel Cristina. 
Questionada pelo procurador do Ministério Público sobre se a jovem de 18 anos terá sido estrangulada antes de o corpo ser atirado ao mar, no Cabo Mondego, a perita médico-legal sustentou não existirem sinais externos de um quadro de estrangulamento. 
«Não se pode dizer que houve constrição externa do pescoço antes de ser deitada à água», frisou. 
Confrontada com a possibilidade de a jovem estar aparentemente morta, mas ainda viva, antes de ser atirada à água, a perita disse que o corpo podia estar «inerte» e que só «um exame mais atento» podia revelar que a vítima estava viva. 
Aludindo ao estado de decomposição do corpo, frisou que era compatível com um cadáver que estivesse no mar há «dois dias sem protecção ou até sete com protecção», nomeadamente envolto em sacos, como sustenta a acusação. 
Isabel Isidoro terá sido a primeira vítima do antigo cabo da GNR: a jovem desapareceu a 24 de Maio de 2005, mas os pais não comunicaram o sucedido às autoridades, por pensarem que tinha emigrado para França.
O cadáver foi encontrado a 31 de Maio de 2005 na praia da Figueira da Foz e sepultado no cemitério da mesma cidade, na zona destinada aos corpos não identificados.
Posteriormente, em Julho de 2006, o corpo de Isabel foi exumado do cemitério daquela cidade balnear (onde o ex-GNR possui uma casa), sendo depois transportado para Santa Comba Dão, onde foi sepultado.
Durante a manhã da quinta sessão do julgamento foram ainda ouvidas outras quatro testemunhas, vizinhas do antigo militar da GNR e amigas das jovens assassinadas. 
Casimira Alves, colega de trabalho da mulher da António Costa, descreveu uma peregrinação a Fátima, realizada por etapas, que começou a 05 de Maio de 2006 - três dias antes de Joana Oliveira desaparecer - e onde o António Costa, apesar de convidado, não participou. 
 «Disse que não podia ir, tinha tido um acidente de mota e doía-lhe o joelho», revelou. 
A 12 de Maio o militar reformado já fez parte do percurso, mas, disse Casimira Alves, «ia muito agasalhada», de fato de treino e luvas, facto que chamou a atenção.
A testemunha aludiu ainda a uma ligação de automóvel, entre Santa Comba Dão e Condeixa, antes de mais uma etapa da peregrinação, onde o cabo Costa terá justificado os arranhões nos braços afirmando que tinham sido feitos numas silvas. 
«Ia com a conversa dos arranhões nas silvas e que andava com medo que [a Polícia Judiciária] encontrasse algum sangue ou cabelos dele» disse a testemunha. 
Joana Oliveira foi a última das três alegadas vítimas de António Costa a desaparecer, alegadamente no percurso entre a escola onde estudava e a sua residência, a 08 de Maio de 2006, tendo o seu corpo sido encontrado a 24 de Junho, no rio Mondego, na barragem da Aguieira.
António Costa, 53 anos, responde por 10 crimes, alegadamente cometidos no espaço de um ano, entre Maio de 2005 e 2006: três de homicídio qualificado, três crimes de ocultação e um de profanação de cadáver, dois de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa, incorrendo na pena máxima de 25 anos, em cúmulo jurídico. 
Detido preventivamente em Santarém, o militar reformado residia em Cabecinha de Rei, Santa Comba Dão, próximo das três jovens assassinadas: Isabel Isidoro, Joana Oliveira e Mariana Lourenço. 
O corpo de Mariana Lourenço - a segunda jovem a desaparecer, em Outubro de 2005 - foi encontrado no rio Mondego, na zona de Penacova: uma parte a 01 de Junho de 2006 e as pernas a 28 do mesmo mês.
Lusa / SOL
 

PBET

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Aug 11, 2007, 8:13:07 AM8/11/07
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Julgamento do ex-militar de Santa Comba Dão
Tio de Mariana nega autoria dos crimes
O nervosismo demonstrado por António Costa durante a investigação dos três crimes fez aumentar a desconfiança dos militares da GNR de Santa Comba Dão, foi hoje referido na 4.ª sessão do julgamento do ex-militar que ficou ainda marcada pelo depoimento do tio de Mariana.
Rui Duarte Silva
Decorreu hoje mais uma sessão do julgamento do ex-militar de Santa Comba Dão que ficou marcada pelo depoimento do tio de uma das vítimas
Rogério Ferreira, tio de Mariana, uma das três jovens alegadamente assassinadas pelo ex-GNR de Santa Comba Dão, negou hoje em tribunal ser o autor dos crimes, refutando as acusações do arguido.
"O que ele diz é tudo mentira", afirmou Rogério Ferreira quando confrontado pelo tribunal com cartas escritas pelo militar reformado e pelo próprio testemunho deste em tribunal, onde se disse inocente dos crimes, culpando, ao invés, o tio de Mariana.
Questionado pelo procurador do Ministério Público sobre as cartas – escritas a 25 de Julho de 2006 a partir do estabelecimento prisional de Santarém, onde o ex-GNR se encontra detido, e endereçadas à Polícia Judiciária – em que, "de forma pormenorizada", António Costa acusa o tio da jovem de ter assassinado as três raparigas e escondido os corpos, Rogério Ferreira negou, repetidamente, a acusação.
Recusou, igualmente, outras descrições incluídas nas cartas, nomeadamente que teria pedido, por três vezes, sacos de ração ao arguido e, pelo menos de uma das vezes, cordão azul para os atar. "Nunca lhe pedi nada, nada. De certeza absoluta, tenho lá centenas de sacos em casa", replicou.
A alusão aos sacos – alegadamente usados para envolver os corpos das três jovens, dois deles recuperados no rio Mondego e um no mar da Figueira da Foz – levou o juiz a dirigir-se à testemunha e ironizar com as declarações de António Costa.
"Cada vez que desaparece uma garota, [o senhor] vai para casa de um cabo da GNR pedir sacos, que é uma coisa discreta. É uma coisa que não dá nas vistas. Ou o senhor é tolo ou ele não sabe o que está a dizer. Porque se referiu a si?", inquiriu.
Rogério Ferreira disse não fazer "a mínima ideia" mas acrescentou que "talvez por ter contacto com duas vítimas [é tio de Mariana e primo direito de Isabel Cristina, outra das jovens desaparecidas]. Talvez eu fosse uma pessoa a quem a calúnia se fosse ajustar".
Ao longo de cerca de duas horas o familiar de Mariana foi inquirido sobre o porquê das deslocações a casa de António Costa, em duas ocasiões, que justificou com a "compra de pássaros" que um familiar do arguido possuía.
Negou, igualmente, que numa dessas visitas ao militar reformado lhe tenha pedido o carro emprestado. De acordo com António Costa, esta seria a justificação para o facto de ter sido encontrado sangue em plásticos dentro da viatura.
"Nunca tive essa conversa com ele. Não lhe pedi o carro emprestado, nunca lhe pedi nenhum favor", sustentou o familiar de Mariana.
Recusou ainda ter mantido um relacionamento amoroso com Isabel Cristina ou ter ameaçado de morte o ex-GNR e familiares próximos deste para, supostamente, esconder os crimes de que é acusado por António Costa.
"É pura mentira. Nunca tive conflito nenhum com o homem. A minha vida foi toda investigada, mostrei a minha casa toda à Judiciária", desabafou Rogério Ferreira.  
Nervos denunciaram Costa
Da parte da manhã o tribunal ouviu inspectores da Polícia Judiciária, um operador de máquinas que resgatou parte do corpo de Mariana numa mini-hídrica em Penacova e elementos da GNR de Santa Comba Dão.
Um dos militares da GNR frisou que aquela força policial suspeitou de António Costa durante as investigações e que comunicou a desconfiança à PJ.
"[O arguido] mostrava-se preocupado com a investigação da Judiciária e perguntava se a PJ já suspeitava de alguém" afirmou o sargento-ajudante Mateus, responsável do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Santa Comba Dão.
Segundo o militar do NIC, António Costa mostrava-se "nervoso" e "fartou-se de justificar arranhões que tinha", sem que tal lhe fosse perguntado, o que adensou as suspeitas da GNR.
António Costa, 53 anos, responde por 10 crimes, alegadamente cometidos em 2005 e 2006, entre os quais os homicídios de Isabel Isidoro e Mariana Lourenço, ambas de 18 anos, e Joana Oliveira, de 17, e ainda por três crimes de ocultação e um de profanação de cadáver, dois de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa, incorrendo na pena máxima de 25 anos, em cúmulo jurídico.
O julgamento continua dia 27 de Junho, pelas 10 horas.
Lusa
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