14/05/2007 FUTEBOL
FC
Porto
Julgamento de venda de terrenos nas Antas suspenso até 25 de
Junho
O Tribunal Cível do Porto iniciou hoje o julgamento do caso da
venda de terrenos da Quinta do Salgueiral, nas Antas, mas a sessão foi suspensa
até 25 de Junho, data em que será ouvido o presidente do FC Porto, Pinto da
Costa.
O julgamento teve início pouco depois das 10:20
na 3ª Vara Cível do Porto, mas a sessão acabou por ser suspensa pelo juiz Jorge
Seabra cerca de 30 minutos depois, na sequência de uma longa reclamação
apresentada pelos advogados dos autores deste processo, a família Jaime
Santos.
"Trata-se de uma reclamação extensa, que implica
o estudo do processo", afirmou o juiz, dispensando Jorge Nuno Pinto da Costa,
que aguardava a altura de prestar o seu depoimento sentado no banco dos réus, na
sua qualidade de presidente do FC Porto.
A reclamação apresentada pelos advogados dos
autores do processo, com uma dezena de pontos, abrange várias questões, na maior
parte dos casos implicando a alteração dos quesitos.
Pinto da Costa, que chegou ao Palácio da Justiça
às 09:40, não prestou qualquer declaração aos jornalistas, tendo aguardado
sozinho pelo início do julgamento.
A espera apenas foi acompanhada quando chegou
Nuno Cardoso, ex- presidente da Câmara do Porto, com quem o presidente do FC
Porto ficou a conversar, depois de se terem cumprimentado
efusivamente.
Quem não compareceu foram o empresário Américo
Amorim, o ex- presidente da Câmara do Porto, Fernando Gomes, e o actual titular
do cargo, Rui Rio, todos testemunhas neste processo, que apresentaram
justificações consideradas válidas pelo juiz.
No final da curta audiência, Jorge Nuno Pinto da
Costa evitou os jornalistas, não prestando qualquer declaração, enquanto Nuno
Cardoso aceitou falar, mas para dizer que não conhece nada deste
processo.
"Eu nem sequer conhecia a quinta (do Salgueiral),
nunca tinha ouvido falar dela", afirmou o ex-autarca, frisando, no entanto, que
o Plano de Pormenor das Antas (PPA) "foi importantíssimo para a cidade" do
Porto.
Nas breves declarações que prestou aos
jornalistas, Nuno Cardoso salientou ainda que, enquanto foi presidente da Câmara
do Porto, "todos os proprietários (envolvidos no PPA) foram chamados a
participar".
"Foi tudo transparente e equitativo", frisou o
ex-autarca.
O julgamento que hoje começou tem origem num
processo movido pela família Jaime Santos, que pretende reaver pelo preço que
vendeu as parcelas da Quinta do Salgueiral, com uma área total de cerca de 5.500
metros quadrados, cedidas em 1956 e 1968 ao FC Porto para instalações
desportivas anexas ao Estádio das Antas.
Em alternativa à reversão, a família reclama uma
indemnização de valor correspondente à diferença entre o valor da venda e o
montante por que poderia ter vendido os terrenos com a mudança de uso do solo,
de instalações desportivas para um empreendimento imobiliário.
Este é apenas o primeiro processo que chega a
audiência pública de julgamento de entre as quatro acções que a família Jaime
Santos moveu na sequência da aprovação do PPA pela Câmara do Porto, em 2002, que
permitiu ao FC Porto revender para empreendimentos imobiliários terrenos que
tinha comprado para instalações desportivas.
Uma acção idêntica à que agora chega a tribunal
refere-se à venda ao clube, em 1987, de outra parcela da Quinta do Salgueiral,
já parcialmente ocupada pela Alameda das Antas, o principal acesso ao Estádio do
Dragão.
Numa terceira acção, os mesmos ex-proprietários
reclamam a reversão do terreno onde foi construído o Estádio das Antas, por lhes
ter sido expropriado para um fim de utilidade pública que deixou de existir após
a aprovação do PPA.
As famílias Jaime Santos e Manuel Santos têm uma
quarta acção em tribunal em que pedem a impugnação do Plano de Pormenor das
Antas, por terem sido excluídas da repartição da capacidade construtiva prevista
no PPA, quando são proprietárias de duas moradias já expropriadas ao abrigo do
mesmo plano.
Fonte: Lusa
Venda de terrenos
Pinto da
Costa senta-se hoje no banco dos réus
O presidente do FC Porto vai sentar-se
hoje no banco dos réus da 3ª Vara Cível do Porto no início de um julgamento em
que ex-proprietários querem reaver terrenos nas Antas.
No mesmo julgamento, que continua terça-feira,
vão ser ouvidos como testemunhas o actual presidente da Câmara do Porto, Rui
Rio, e os seus antecessores Nuno Cardoso e Fernando Gomes, bem como o empresário
Américo Amorim, a quem o FC Porto revendeu os terrenos no âmbito do Plano de
Pormenor das Antas (PPA).
A família Jaime Santos quer reaver (pelo preço que
vendeu) as parcelas da Quinta do Salgueiral, com uma área total de cerca de
5.500 metros quadrados, que vendeu em 1956 e 1968 ao FC Porto para instalações
desportivas anexas ao Estádio das Antas.
Em alternativa à reversão, a
família reclama uma indemnização de valor correspondente à diferença entre o
valor da venda e o montante por que poderia ter vendido os terrenos com a
mudança de uso do solo, de instalações desportivas para um empreendimento
imobiliário.
O advogado da família, Vieira Fonseca, disse sábado à agência
Lusa que o grupo espanhol Chamartín, também envolvido neste processo a partir do
momento em que comprou a Amorim Imobiliária, já iniciou escavações nos terrenos
em causa para aí construir um empreendimento de luxo, com 176 apartamentos.
«Se as obras avançarem muito, apresentaremos uma providência cautelar»,
disse o advogado.
Vieira Fonseca explicou que este é o primeiro processo que
chega a audiência pública de julgamento de entre as quatro acções que a família
Jaime Santos moveu na sequência da aprovação do PPA pela Câmara do Porto, em
2002, que permitiu ao FC Porto revender para empreendimentos imobiliários, por
valores «10 a 20 vezes superiores», terrenos que tinha comprado para instalações
desportivas.
Uma acção idêntica à que agora chega a tribunal refere-se à
venda ao clube em 1987 de outra parcela da Quinta do Salgueiral, já parcialmente
ocupada pela Alameda das Antas, o principal acesso ao Estádio do Dragão.
Numa terceira acção, os mesmos ex-proprietários reclamam a reversão do
terreno onde foi construído o Estádio das Antas, por lhes ter sido expropriado
para um fim de utilidade pública que deixou de existir após a aprovação do PPA.
As famílias Jaime Santos e Manuel Santos têm uma quarta acção em tribunal em
que pedem a impugnação do Plano de Pormenor das Antas, por terem sido excluídas
da repartição da capacidade construtiva prevista no PPA, quando são
proprietárias de duas moradias já expropriadas ao abrigo do mesmo plano.
Lusa / SOL