A última audiência do processo antes
da leitura da sentença, a 11 de Julho, decorreu hoje à tarde no Tribunal de
Almada com a audição da última testemunha, um vizinho da família e a
apresentação das alegações finais.
O magistrado do MP, que representa a
família da criança, declarou estar «convicto» da culpa do
arguido, visto que este «não esclareceu certas provas encontradas e não
se mostrou arrependido».
«O tribunal está neste
momento em condições de proceder à condenação do indivíduo», rematou o
magistrado.
Assim, o MP defendeu a condenação do
arguido a cinco anos de prisão, pena que poderá ser suspensa, e a necessidade de
acompanhamento psicológico para o indivíduo.
Por outro lado, a advogada de defesa
do arguido alegou que não terá sido feita «prova suficiente do
sucedido» e que o seu cliente «não tem, até a data,
antecedentes criminais».
A mãe da alegada vítima manifestou-se
contra a pena exigida pelo MP, por considerar que cinco anos «é muito
pouco tempo, ainda por cima sendo uma pena que pode vir a ser
suspensa».
«A minha filha é que
está presa, enquanto ele anda por aí à solta», argumentou Anabela
Lopes, fazendo alusão ao facto da menor estar há um ano numa instituição de
apoio a crianças vítimas de violência.
A última testemunha ouvida no
processo, Luís Duarte, confirmou que a menina, que tem agora 11 anos, o terá
alertado para o facto de alguém «a andar a chatear», tendo
entregado ao vizinho o número de telefone do arguido.
Uma posição que a criança sempre
defendeu e que foi comprovada pelo MP que afirmou «valorizar o
depoimento da menor, que sempre disse a verdade».
O colectivo de juízes vai apresentar o
acórdão do processo a 11 de Julho, altura em que a alegada vítima deverá
regressar à casa familiar.
Lusa/SOL