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Car@ Movimento de Religiosidade,
Ao fim de um longo dia de aulas, Cleides
Antônio Amorim foi com amigos a um barzinho
perto da Universidade. Seria a última noite de
sua vida. Não estava ali há muito tempo quando
um outro homem se aproximou gritando “só tem
viado nessa mesa!” – e logo depois, mataou
Cleides a facadas na frente de seus amigos.
Cleides, um professor da Universidade Federal
do Tocantins, é uma das doze pessoas que já
foram assassinadas nessas primeiras semanas de
2012, simplesmente por serem lésbicas, gays,
bissexuais, travestis ou transexuais. Trata-se
de uma epidemia de violência que está se
alastrando - e mesmo assim o governo
brasileiro se recusa a falar sobre o assunto e
lidar com esta crise urgente de legislação e
de ordem pública.
Professores universitários colegas de Cleides
escreveram uma carta poderosa ao governo,
dizendo: Chegamos ao nosso limite.
Estes professores pretendem se encontrar com o
Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo - e
exigir que ele tome uma ação imediata e pública
contra toda essa violência. Você
levaria um minuto assinando a carta e
compartilhando-a? A carta será entregue a
Ministro - exigindo que ele investigue estes
crimes imediatamente.
Nosso país é um lugar perigoso para a vida de
brasileiras e brasileiros como Cleides. O país
que em breve receberá a Copa do Mundo de Futebol
e as Olimpíadas, já tem a medalha de ouro no
ranking mundial de assassinatos de pessoas LGBT
por ano. Em 2010, o último ano para o
qual o movimento social tem estatísticas
fechadas (o governo federal não mantém esse
registro) foram mais de 250 LGBTs
assassinados/as por serem quem são.
Sabemos que o ministro Cardozo acredita no
direito igualitário de LGBTs à vida e à justiça.
Ele mesmo disse em novembro passado que “a
discriminação e a homofobia são inaceitáveis em
pleno século 21”. Ele também defendeu o
ambicioso “kit” do projeto Escola sem Homofobia
– que seria distribuído a professores e
professoras da rede pública de ensino, e cuja
distribuição foi impedida por meio da pressão
dos setores conservadores no Congresso.
O fato de o debate sobre a lei que criminaliza
a homofobia ter terminado num impasse no ano
passado no Congresso, não pode ser usado como
desculpa. O governo federal ainda deve fazer
tudo o que está no seu poder para assegurar que
os direitos de brasileiros e brasileiras LGBT –
incluindo o direito fundamental à vida – sejam
protegidos. A ineficiência do governo
pode significar a sentença de morte para
centenas de brasileiros e brasileiras que
terão suas vidas ceifadas em 2012 por serem
quem são – a menos que medidas urgentes sejam
tomadas IMEDIATAMENTE.
Assine a carta dos professores e ajude
a lembrar o ministro Cardozo a manter sua
palavra, priorizando uma resposta federal à
crise de violência homofóbica que está
afetando a vida de brasileiros e brasileiras –
a começar por uma robusta investigação, com a
punição do homofóbico covarde que matou
Cleides a sangue frio:
www.allout.org/pt/chegamosaolimite
Este é apenas o começo. Em 2012 All Out vai
trabalhar com ativistas pelos direitos humanos,
pelos direitos das mulheres e ativistas LGBT em
todo o Brasil, chamando a atenção para estes
crimes e desafiando as atitudes que podem vir a
causá-los. Juntas e juntos vamos All Out – com
toda força.
Em memória de Cleides Antonio Amorim e das
vítimas da homofobia em 2012: Chegamos ao
LIMITE.
Obrigad@, como sempre, por apoiar a All Out.
Tudo de bom,
Flavia Antunes e o resto da equipe da All out
(Andre, Emmy, Erika, Guillaume, Jeremy, Joseph,
Tile e Wesley)
FONTES:
Professor da UFT é assassinado com facada em
Tocantinópolis: segundo PM homofobia motivou
crime
www.surgiu.com.br/noticia/23847/professor-da-uft-e-assassinado-com-facada-em-tocantinopolis-segundo-pm-homofobia-motivou-crime.html
ONU está preocupada com assassinatos de LGBT no
Brasil, diz alta comissária
www.mixbrasil.uol.com.br/pride/intolerancia/onu-esta-preocupada-com-assassinatos-de-lgbt-no-brasil-diz-alta-comissaria.html#rmcl
ATÉ QUANDO? A cada 36 horas um homossexual é
assassinado em crimes relacionados à homofobia
no Brasil www.revistatrip.uol.com.br/revista/204/reportagens/ate-quando.html
GGB deixará de fazer estatística de gays
assassinados no país
www.atarde.com.br/noticia.jsf?id=5792793
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