Os números do primeiro quadrimestre do ano apresentado pelo secretário de Estado da Saúde, Carlos Eduardo Pereira, com baixíssimos investimentos na área não convenceram os deputados. A Comissão de Saúde cobrou a execução pelo menos do mínimo do orçamento em saúde. Uma outra preocupação levantada durante a reunião da última quarta-feira (19/6) que faz parte da iniciativa do Assembleia Fiscaliza, foi a abertura para iniciativas privadas assumirem hospitais em Minas Gerais.
O secretário disse que estuda o que fará com as unidades hospitalares que estão com obras paralisadas. Segundo ele, até agosto o governo decidirá se as gestões podem ser compartilhadas com consórcios municipais ou repassados à inciativa privada. Na Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), a preocupação é em relação à proposta de Organização Social (OS). Dizendo não estar convencido de nada, o secretário afirmou que a ideia veio da Seplag e faz parte de um estudo em aberto desde 2018.
A deputada Beatriz Cerqueira criticou veementemente a proposta de OS. “É trazer o que deu errado em outros estados para testar em Minas Gerais. Sabemos que os custos aumentam muito com o passar dos anos.”
Sobre o exercício de 2019, o secretário apresentou a baixa execução de programas como vigilância epidemiológica (2,51%), vigilância sanitária (5%) e assistência farmacêutica (0%). Os deputados exigiram melhores resultados para o segundo quadrimestre do ano. O secretário afirmou que a SES-MG tem um déficit de R$6 bilhões no início da gestão e que o momento é para “preparar a política para quando o dinheiro chegar”. Para o secretário, a prioridade do governo está na alta complexidade e listou a questão relacionada ao medicamento, urgência e emergência como foco principal.
A galeria estava lotada de servidores da saúde que cobravam investimentos e questionavam as propostas de privatizações. Representantes de colônias de hansenianos também estiveram nas galerias durante a audiência.