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A
falta de informação é nosso maior problema
Será que haverá alguém interessado em dar-nos respostas?
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Maciel
Gomes
Desta vez vou falar do que penso que
são os dois maiores problemas do folclore português na Venezuela. Diria que, em
primeiro lugar, falta muita informação, e outro dos grandes problemas são os
trajes originais.
Nunca falta quem critique este ou aquele grupo, por
isto ou por aquilo, mas quem pode ajudar-nos pergunto eu? Creio que as ajudas
são poucas, ou se as há, estão fora do conhecimento de muitos de nós. Vemos como
em certos casos se fala negativamente dos nossos grupos folclóricos, tanto aqui
como em Portugal, e até nos países estrangeiros onde há outros grupos
folclóricos.
Será que haverá alguém interessado em dar-nos essas
respostas ou dizer-nos o que está mal ou bem, sem primeiro criticarem, sem
primeiro sabermos quais são as maiores necessidades dos grupos
folclóricos?
A verdade é que há crise não só na Venezuela mas em todo o
mundo. A excepção de alguns grupos. Porque é que não falam disso e só nós na
Venezuela é que somos falados em todos lados? Uma coisa tenho a certeza, temos
grupos aqui ao nível de qualquer outro onde quer que seja. Já sabemos que há
falhas, mas se fosse a falar de outros países, ou até em Portugal, com certeza
teria que gastar muita tinta e papel.
O que gostaria de ver era os
dirigentes do folclore de Portugal se deslocarem à Venezuela para nos dizer o
que está mal mas, pelos vistos, para isso faz falta algum interesse e
dinheiro.
Nos órgãos responsáveis pelo folclore português, quando
precisas de saber alguma coisa ou informação, nunca têm tempo para nós. Se assim
fora já teriam feito algo a respeito.
Graças ao clube de jovens
folcloristas da Venezuela e o grupo folclórico 'Os Lusíadas', foi possível
trazer de Portugal algumas personalidades de alto saber folclórico para debater
todos os temas ligados ao folclore português, no passado 4 de Julho, para o
primeiro congresso. Este tipo de iniciativa só nós a podemos fazer com a
colaboração dos nossos patrocinadores, porque de lá não vem nenhum apoio. Quero
agradecer também à direcção do Centro Português, de Caracas, por ter cedido a
seu Salão Nobre para este encontro cultural.
Agora com respeito aos
trajes, que é a outra grande necessidade dos grupos aqui em Venezuela, só Deus
sabe o esforço que faz um grupo para poder ter um traje original o que é muito
difícil. Alguns optam por trazer as telas de Portugal para confeccionar os
trajos aqui, mas penso que não é a melhor solução, pois há trajes que nunca
poderão ser feitos cá, mas como conseguir comprar esses trajes lá em Portugal
para vestir a aproximadamente trinta e cinco elementos. Para isso faz falta uma
grande quantidade de euros.
Quero dar os parabéns a todos os que fizeram
possível este debate folclórico. Que bom é saber que ainda se pode contar com
alguém que se interessa por tratar de levar dia a dia a nosso folclore português
bem representado além fronteiras.