Bom dia Janos,
Apesar do próprio início ponderando sobre a dificuldade de resumir "esse tipo de livro", pessoalmente acho que o texto funcionou muito bem para explicar alguns pontos fundamentais das ideias de Daniel Quinn.
Sempre fui um grande fã desse autor, porém concordo contigo que às vezes somos levados à ideias equivocadas e/ou confusas, mas, inegavelmente, são ideias intrigantes e interessantes.
Posso estar falando bobagem, mas considero Quinn, definitivamente, um primitivista.Talvez o desejo do gorila de encontrar alguém para salvar o mundo seja uma baita falta de modéstia, mas Ismael e Meus Ismael tem uma narrativa e uma propriedade de escrita ótimas para trazer o leitor para o tema (particularmente acho História de B acho uma obra menor nesses aspectos), então ainda defendo que os livros são recomendações válidas, pois funcionam como uma "porta de entrada".
Já expus aqui e repito: você é a maior autoridade brasileira em Daniel Quinn! Todo leitor que se interessou por crítica à civilização depois de ler Ismael e foi buscar mais informações na internet, necessariamente, esbarrou no seu nome. Então a resposta mais prática para a pergunta Mais de duas décadas depois, qual é o lugar da obra de Daniel Quinn na vida de quem o leu? é que a a obra plantou a semente do pensamento crítico e a busca por aprofundamento no tema. Mesmo tendo muitas ressalvas, eu, definitivamente, recomendo a leitura de Ismael para o pessoal de 16 a 21 anos. Para o pessoal mais velho que demonstram curiosidade sobre crítica à civilização, recomendaria mais Jared Diamond.
P.S. Já faz muito tempo que li Antes da Civilização, mas lembro e concordo inteiramente com o distanciamento que o autor teve das ideias originais de Ismael. À época, lembro de ter ficado com uma impressão difícil de definir, o livro parecia meio que auto-ajuda empresarial...
Grande abraço,
Att.
Diego Dyan