Consumo e qualidade de vida - Elementar sobre a hepatite B

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May 18, 2007, 6:14:55 PM5/18/07
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Consumo e qualidade de vida       

Elementar sobre a hepatite B

 

 

Três profissionais de saúde, especialistas em hepatite vírica, conheceram um surpreendente bom acolhimento com o seu livro "120 Perguntas sobre a Hepatite C".

 

Resolveram agora fazer uma incursão sobre a hepatite, publicando uma obra com idêntica estrutura, ou seja, recorrendo a perguntas e respostas sobre a natureza do vírus, a sua transmissão, formas de diagnóstico, explicações sobre a cirrose como se convive com o vírus, como se trata esta hepatite e como é que ela pode ser evitada.

Auguramos para "120 Perguntas sobre Hepatite B", um formidável sucesso tal o rigor e a acessibilidade da comunicação, que devia ser apontada como exemplo do que é uma boa comunicação na educação para a saúde ("120 Perguntas sobre a Hepatite B", por José Velosa, Rui Tato Marinho e Miguel Carneiro de Moura, Quimera, 2007).

Primeiro, a importância do assunto. O vírus da hepatite B é um dos mais frequentes em todo o mundo, estimando-se mesmo que mais de dois mil milhões de pessoas já foram infectadas por ele em algum momento da sua vida. Calcula-se que existam aproximadamente de 350 e 400 milhões de pessoas em todo o mundo que são portadoras crônicas deste vírus. Em Portugal as estatísticas mais recentes indicam um número aproximado de portadores crônicos de 100 a 150 mil. Recorde-se que é também causa de cirrose hepática em cerca de 15 a 20 por cento dos doentes observados em meio hospitalar.

Segundo, a estrutura da obra que a torna atraente na apresentação e forma: apresenta os conceitos principais sobre hepatite B na perspectiva do diagnóstico, do tratamento e da prevenção, na forma de 120 perguntas que um hipotético doente pode levantar. O livro é principalmente dirigido aos doentes, aos seus familiares e a todos os que colaboram no seu tratamento ou vigilância. Como notícia otimista, os autores informam que nas próximas décadas é bem provável que o vírus possa ser efetivamente controlado e um dia não muito longínquo possa vir a ser erradicado.

Terceiro, a identidade do vírus. Não se sabe há quanto tempo ele existe como agente infeccioso humano, mas pelo menos está ativo há várias décadas. Este vírus não causa doença hepática diretamente, é um processo mediado pelo sistema imunológico. Pode até ser possível ser portador do vírus e não ter a doença. O vírus sobrevive no sangue, nos produtos derivados do sangue e nos fluidos orgânicos. Uma das questões mais agudas que se põe no tratamento é a resistência vírica, que tem a ver com a capacidade de um medicamento, reduzir ou inibir com a eficácia do vírus.

Quarto, a hepatite B é um dos casos mais graves de saúde pública, as suas vias de transmissão principais são a perinatal e a sexual, predominando no Ocidente a via sexual. As tatuagens e os piercings podem ser atividades de risco se as normas de higiene e segurança não forem cumpridas. A hepatite B tem cura em quase todos os casos, raramente é mortal, pode transmitir-se pelo uso da droga, não tem rigorosamente nada a ver com a SIDA (no entanto, ambas as infecções partilham formas comuns de transmissão e os grupos de risco são, em alguns aspectos, os mesmos). Mas mais do que grupos de risco o importante são os comportamentos de risco associados a relações sexuais desprotegidas e à toxicodependência.

Quinto, como se manifesta a hepatite B. Através, por exemplo, do cansaço, falta de apetite, febre, urina escura e icterícia. A distinção entre hepatite aguda e crônica só pode ser feita com recurso a outros exames específicos.

Sexto, a cirrose. Ela é o último estádio de uma série de doenças inflamatórias do fígado, entre as quais se encontra a hepatite B crônica. Qualquer doente com a infecção crônica do vírus da hepatite B pode progredir para cirrose, sendo o risco mais elevado para os doentes com infiltrado inflamatório no fígado.

Sétimo, a convivência com o vírus da hepatite. Na maioria dos casos, a hepatite B aguda tem cura. Não é de modo nenhum uma doença fatal ou com progressão inexorável para a cronicidade. Recorde-se que a hepatite B é uma doença insidiosa que raramente apresenta sintomas até fases muito avançadas da sua evolução. Uma alimentação saudável, uma ingestão prudentíssima de bebidas alcoólicas, a prática de exercício físico, a erradicação do tabaco, uma vida sexual com precauções são alguns dos cuidados a ter para melhorar a qualidade de vida. Compete ao médico estar atento à prescrição de medicamentos que possam causar a toxicidade hepática.

Oitavo, o tratamento. Num indivíduo adulto saudável, a infecção aguda cura-se espontaneamente em 99 por cento dos casos. O tratamento da infecção crônica, quando indicado, com medicamentos específicos, controla a doença, embora raramente elimine definitivamente o vírus. Este precioso livrinho, aliás, aborda exaustivamente os tratamentos existentes, as vantagens dos tratamentos disponíveis, os efeitos secundários e a duração dos tratamentos.

Nono, existe uma vacina muito segura e eficaz, que já salvou alguns milhares de vidas humanas. Ela existe em Portugal, para alguns grupos etários é obrigatória, é muito segura e evita o cancro do fígado associado ao vírus da hepatite B.

Livro valioso, organizado por quem sabe, um contributo indispensável para doentes, familiares e tratadores desta grave ameaça à saúde pública.

Leitura imprescindível.   

 

Beja Santos

 

 

http://www.noticiasdaamadora.com.pt/nad/artigo.php?aid=8759

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