Notícias de Chiapas 26/08/2013

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Coruja Vermelha

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Aug 26, 2013, 12:51:29 PM8/26/13
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OPERAÇÃO DE LIMPEZA RELIGIOSA EM CHENALHÓ VINCULADA A PARAMILITARES.
Hermann Bellinghausen. La Jornada, 25/08/2013.


San Cristóbal de las Casas, Chiapas, 24 de agosto. “Diante do risco
iminente em que se encontravam as famílias católicas do ejido Puebla,
município de Chenalhó, na madrugada desta sexta saíram desalojadas 14
famílias de cujos integrantes a maior parte é de mulheres e menores”
notificou ontem à noite O Centro de Direitos Humanos Frei Bartolomeu
de las Casas (FRAYBA) após a chegada dos indígenas a suas dependências
no bairro de Mexicanos.
Contudo, na tarde de hoje os desalojados (que somam mais de 80),
depois de passar a noite na escola Nova Primavera, e diante da
inoperância da mediação governamental, decidiram sair rumo a
Yabteclum, mais próximo de sua comunidade, ainda que não haja certeza
quanto ao seu retorno em segurança. Alguns estão doentes, de tal forma
que a emergência é também médica.
O “desalojamento forçado” desses tzotziles de várias organizações,
que têm em comum o fato de professar a religião católica e não
pertencer aos partidos políticos oficiais, é atribuído pelo FRAYBA “ao
clima de violência em que se encontra a região e pelas agressões,
ameaças e hostilidades” aí ocorridas nos últimos dias e semanas.
Atualmente, relata o órgão presidido pelo bispo de Saltillo, Raul
Vera, “no ejido Puebla se encontram em situação de risco as famílias
católicas (23 pessoas) de Manuel Cruz, Gustavo Santiz e Francisco
López, bem como famílias batistas e pentecostais, que ficaram no ejido
e estão sendo ameaçadas”.
O centro de direitos humanos “exige que se garanta o direito à
integridade pessoal” das famílias que permanecem na atribulada
comunidade. Também que se aplique “a norma internacional,
especificamente no que diz respeito aos princípios que regem os
desalojamentos internos, assinados e ratificados pelo Estado
mexicano”.
Esses indígenas se unem às cinco famílias do mesmo povoado que,
expulsas em julho, tentaram retornar esta semana, e a uma centena de
pessoas, jovens em sua maioria, agressivamente impedidos de sequer se
aproximar do ejido Puebla. A problemática tem origem em um conflito,
aparentemente religioso, criado pelas autoridades ejidais, todas
integrantes de igrejas evangélicas e presbiterianas.
Sob a aparência de uma disputa pelo terreno onde há quatro décadas se
assenta a capelinha católica, os oficialistas têm desatado uma
violenta operação de “limpeza religiosa”, melhor seria dizer política,
vinculada ao retorno dos paramilitares que participaram do massacre de
Acteal, foram sentenciados e têm sido polemicamente libertados nos
últimos anos e meses por decisão da Suprema Corte de Justiça da Nação.
Em Puebla, são igualmente agredidas as bases de apoio zapatistas, Las
Abejas, Povo Crente e até seguidores de outras igrejas cristãs.

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podem ser feitos através do site:
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