Notícias de Chiapas 11/06/2013

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Coruja Vermelha

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Jun 11, 2013, 2:54:00 PM6/11/13
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SOLTURA DE PARAMILITARES DESATA ATAQUES EM CHENALHÓ.
Hermann Bellinghausen. La Jornada 11/06/2013.


No município tzotzil de Chenalhó, Chiapas, o retorno dos
paramilitares responsáveis pelo massacre de Acteal e libertados pela
Suprema Corte de Justiça da Nação parece estar por trás dos recentes
ataques contra a comunidade católica, sobretudo na colônia Puebla,
berço do grupo agressor.
“A soltura dos paramilitares enviou um sinal a esses grupos (nunca
desmantelados) ou a alguns dos que têm sido seus membros, de que podem
agir impunemente agredindo aqueles que não se dobram à sua vontade.
Este poderia ser o caso da colônia Puebla, de onde é originário um dos
paramilitares recém-libertados e originariamente apontado como o líder
do grupo que executou a matança de Acteal”, afirmou hoje o FRAYBA.
Dias atrás, o pároco Manuel Pérez Gómez e o conselho paroquial
divulgaram uma denúncia detalhada de fatos recentes que alarmaram a
população. Hoje, ratificaram os mesmos em San Cristóbal de las Casas.
Os católicos de San Pedro Chenalhó, através de suas autoridades e
representantes denunciaram a expropriação do terreno onde estão sua
capela e o material de construção, realizada pelas autoridades da
colônia, “diante do silêncio ou da cumplicidade” das autoridades
municipais, agrárias e de direitos humanos. Depois de procurá-las
repetidamente “para denunciar, antes as ameaças, e depois o
cumprimento das mesmas, os atos de expropriação continuam avançando”.
Os denunciantes alegam que, “sob a proteção da inação das
autoridades, na última ‘assembléia’ ejidal, o comissário Agustín Cruz
Gómez, principal instigador da agressão, disse que já tinham o acordo
das autoridades municipais, estaduais e agrárias. E até afirmou que o
governo do Estado, a Comissão Nacional de Direitos Humanos e o
Instituto Nacional de Antropologia e História ‘já disseram que esse
terreno é nosso e podemos começar a trabalhar’”.
A invasão, realizada por 140 pessoas com facões e motosserras começou
em 29 de abril e se agravou ao longo do mês de maio. Em junho, o grupo
invasor realizou várias agressões contra a minoria católica em Puebla.
“A expropriação da qual somos vítimas é arbitrária” e as
justificativas que esgrimem são “pretextos”, asseveram o pároco e o
conselho paroquial. Alegam que os atingidos mantêm uma atitude
pacífica “e têm procurado as autoridades que deveriam fazer algo para
defender seu direito: o prefeito, o juiz municipal, a Procuradoria de
Justiça Indígena, a Procuradoria Agrária (que tem evitado fixar uma
data para tratar do problema com as partes), as comissões nacional e
estadual de Direitos Humanos, tendo como único resultado que os
agressores continuam perpetrando tranqüilamente sua agressão”.
Os inconformes acrescentam: “parece que estão se repetindo os
trágicos acontecimentos de 1997 que culminaram com a matança de
Acteal. Um dos focos onde começaram foi justamente na colônia Puebla.
Agustín Cruz Gómez, comissário e pastor presbiteriano, é o mesmo que,
em 1997, já como pastor, encabeçou a agressão contra os membros de Las
Abejas, vários deles golpeados e quase todos desalojados. Agustín Cruz
é um dos tristemente famosos pastores que abençoaram as armas dos
paramilitares”.
A agressão coincide com a soltura dos acusados e sentenciados pelo
massacre de Acteal. “Se há algo demonstrado em Chiapas é que a
impunidade gera mais violência. Os fatos de Puebla ocorreram passados
poucos dias da soltura de Jacinto Arias Cruz, originário desta
comunidade e ex-prefeito, apontado a seu tempo pela PGR como o
principal promotor do grupo armado que executou o massacre. Na
assembléia de 29 de abril, o comissário Cruz Gómez anunciou que,
apesar de Jacinto não estar fisicamente presente ‘ele está conosco,
que é bom que já saiu e pediu uma salva de palmas pra ele’”.
Enquanto isso, disseram hoje os atingidos que “em outras regiões de
Chenalhó os paramilitares soltos estão molestando e têm ameaçado
pessoas que foram testemunhas e deram seu depoimento contra eles”.

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Acessos aos materiais divulgados através da lista e novas inscrições
podem ser feitos através do site:
http://groups.google.com.br/group/chiapas-palestina/
Aguardamos suas críticas e observações pelo e-mail nadiacoru...@gmail.com
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