Notícias de Chiapas 19/08/2013

[Coruja Vermelha]

EZLN E POVOS ORIGINÁRIOS PROCURAM RELANÇAR O CONGRESSO NACIONAL
INDÍGENA. Elio Henríquez. La Jornada, 18/08/2013.


San Cristóbal de las Casas, Chiapas, 17 de agosto. Com a participação
do comando do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), de 233
delegados do Congresso Nacional Indígena (CNI), de autoridades
comunitárias, representantes de povos, organizações indígenas e
coletivos de pelo menos 19 estados do país, iniciou-se nesta cidade a
cátedra Tata Juan Chávez Alonso que durará dois dias.
No âmbito do ato, marcado pela primeira aparição pública do
subcomandante Moisés - reitor da Escolinha zapatista -, as
organizações indígenas e povos originários participantes “se reunirão
para propor, com uma convocação ainda mais ampla, o relançamento do
CNI no México”, segundo informou o EZLN.
Depois de declarar inaugurados os trabalhos no Centro Integral de
Capacitação Indígena (CIDECI) Las Casas, o comandante David afirmou:
“Juan é um grande irmão e companheiro porque entendeu e se uniu à
nossa luta desde que nos levantamos em armas em 1º de janeiro de 1994;
de inicio, muitos disseram estar conosco, em seguida se colocaram de
lado e nos abandonaram”.
Garantiu que o michoacano Chávez Alonso “nunca nos deu as costas, até
mesmo nos momentos difíceis; com outros companheiros, arriscou sua
vida por estar, caminhar e trabalhar conosco. É um grande exemplo para
todos os povos indígena do México e do mundo, pois sempre defendeu seu
território, sua cultura e toda a natureza”.
Durante a cerimônia inaugural, tomou a palavra María de La Fuente,
viúva do pintor Pablo O’Higgins, que doou mais de 30 desenhos e
litografias colocadas no auditório do CIDECI onde se realiza o
encontro. “Os zapatistas são conscientes e sabem por que querem lutar;
outros não sabem que têm direitos e menos ainda a forma de fazê-los
valor”, disse.
Em seguida, Moisés disse que “o significado que nos deixou aqui o
companheiro Pablo é que não deve reinar o dinheiro que quer o
neoliberalismo, mas devem reinar sim a arte e a nova cultura, como o
povo quer”.
Durante as exposições, nas quais comandantes e comandantas
permaneceram sentados diante do auditório junto a alguns convidados –
entre eles o ex-reitor da Universidade Nacional Autônoma do México,
Pablo González Casanova e a avó dos zapatistas, Maria Luisa Tomasini –
foi notória a presença de grupos do estado do México e de Michoacán.

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