NÓS POBRES

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Rosam Cardoso

nepřečteno,
28. 2. 2016 4:44:1228.02.16
komu: barbara...@gmail.com

NÓS POBRES

 

Nós pobres não precisamos de assistencialismo e nem de campanhas.

Nós pobres não precisamos que nos deem

educação, saúde, habitação e transporte.

 

Precisamos que o olhar mude,

a atitude mude.

Deixem de ser bem feitores

e se permitam irmãos.

 

Existem os animais, os pobres, a burguesia e a elite.

Enquanto for essa a divisão no mundo, 

não haverá paz 

e as guerras estarão cada vez mais presentes.

 

Nós pobres queremos ser humanos

e não uma classe que serve à exploração de outra classe.

Queremos deitar na mesma cama,

comer na mesma mesa,

sem que haja aquela sensação de desigualdade,

de inferior-superior.

Que os lugares não estejam predeterminados por hierarquias

e que se possa abraçar sem cargos ou etiquetas.

 

Nós pobres,

não precisamos de burgueses vindos da faculdade,

cheios de livros na cabeça,

querendo nos ensinar a ler e a escrever,

a mexer no computador, a ter educação

e a organizar nossas desordens.

 

Nós pobres queremos ter espaço para inventar tudo isso,

não queremos receber caridade dos filhos do capital,

nem dos misericordiosos das religiões.

Muitos, até, fazem o seu nome com a miséria alheia

prestando trabalhos assistenciais.

Nós pobres não queremos que ninguém se sacrifique por nós.

Se quiser nos ajudar, deponha quem nos faz pobre,

ajude-nos a lutar pelo partilhar das riquezas.

Não fiquem tapando o buraco de nossas faltas

ou orando por nossos sofrimentos.

 

Os capitalistas exploram um lugar,

as pessoas que habitam nele,

depois enviam um monte de especialistas,

formados nas letras, para prestar serviço de assistência,

cuidar das feridas e apagar os incêndios.

Tornar o lugar um pouquinho melhor

para melhor ser explorado.

As empresas e organizações adoram pagar por isso.

Dizem, até, que fazem um trabalho humanitário,

melhor, para ser atual e estar na moda, de sustentabilidade.

 

Não,

nós pobres estamos cansados disso.

Essa mediocridade burguesa,

que faz tudo para manter o status quo 

e o seu modo de vida,

não quer transformar nada.

Só quer melhorar essa realidade que vivemos,

mas cada qual no seu devido lugar,

determinado pelas hierarquias dos bens.

 

Nós pobres não queremos melhorar essa realidade.

Nós pobres queremos que os ricos desçam

e os pobres subam

para se encontrarem no meio e viverem em paz,

aí, ninguém vai precisar de assistência ou caridade.

 

Uma civilização que explora a própria espécie como escrava, 

não é digna de continuar.

 

Nós pobre andamos por todas as civilizações existentes

desde o começo dos tempos,

não houve exceção,

sempre estivemos lá

e nenhuma sobreviveu.

Seja com faraós, reis, ditadores, democratas, nós sempre estivemos lá.

A elite mudou de cara, 

mas nós pobres sempre fomos os mesmos.

 

É simples entender,

enquanto os humanos estiverem divididos

não sobreviverão.

 

A ganância da elite e da burguesia cria a pobreza,

a ignorância da pobreza permite a ganância

e assim, cada qual caminha para o abismo que cria.

Nós pobres sempre andamos na beira do abismo.

É um lugar que nós conhecemos bem

e que mais cedo ou mais tarde 

acaba arrastando a todos.

Afinal, a miséria fora existe,

porque existe a miséria dentro

e uma acaba atraindo a outra.

 

Seja lá aonde estiver a sua miséria

ela sempre o atrasará

e atrasará a todos ao seu redor.

Por isso, nós pobres, 

não queremos nenhuma assistência

- restos da miséria interna de alguém.

Nós pobres, queremos tirar o “pobre”

e deixar só o nós.

 

Rosam

 

 

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