Poxa, será que só eu que conseguir frequentar os AA´s da computação e
consegui me livrar desse mal maldito, indo para uma vida normal e
tranquila longe desse mundo de bits e bytes????
Conseguindo dormir sem sonhar com um bug, não precisando mais acordar
de madrugada para anotar a falha de compilação ou os elses errados da
vida. Expulsar os demonios envoltos em livros e apostilas querendo me
prender nesse mundo cybernetico e fugir da desolação de um monitor
frio e um teclado umido de minha saliva e de minha testa já tatuada em
QWER de vários dias cochilados????
Mas hoje em dia computador não é mais isso. Os milhões de pessoas que têm computador hoje não fazem a menor idéia do que seria um "else errado" ou "falha de compilação", associam "bug" a algo inescrutável e esotérico que faz o Internet Exploder apresentar uma caixinha de erro, não lêem nem os livretinhos que vêm com o computador - muito menos "livros e apostilas" e não acham seus imensos monitores LCD "frios".
Em outras palavras, o mundo da computação sofreu um emburrecimento, quase uma mongolização. Tudo em função da idéia de transformar o computador em um eletrodoméstico (e de quebra lotá-lo de DRM). O "pacato cidadão" da computação sempre aceitou isso numa boa, virando massa de manobra e cordeirinho dos grandes lordes da indústria.
Por outro lado, e especialmente
não por causa disso, o computador perdeu também seu estigma de calculadora avançada em um CPD frio. Virou uma "máquina de prazer", hoje ouvimos música nele e assistimos àquele filmão com a namorada, usamos pra fazer e manter amizades e contatos, compramos coisas pela internet, nos atualizamos com as notícias, usamos skype ou outro tipo de VoIP pra economizar no telefone, falamos da nossa vida no twitter pra qualquer xereta interessado, criamos todos os nossos documentos de trabalho, lazer ou estudo nele... Não é uma dependência ruim, tanto pela multiplicidade de formas com que se o usa quanto pelos benefícios que esse uso (mesmo dependente) acarreta.
[]s,
Patola
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de nada vale
erguer mãos e olhos
para um céu tão longe,
para um deus tão longe
ou, quem sabe? para um céu vazio.
(Carlos Drummond de Andrade, "Coisa Miserável")