AGRO

1 view
Skip to first unread message

José Periandro Marques

unread,
Jul 7, 2023, 6:42:03 AM7/7/23
to anailop...@hotmail.com, Ana Virgínia Marques Oliveira Farias, jose nilton fernandes <josenfernandes2006@hotmail.com>, JOAO DA SILVA COSTA COSTA <joaoscaa13@yahoo.com.br>, Antonio Pereira <pereirasilva46@gmail.com> projetoshilbert@hotmail.com, LJor Medeiros <luizjorgemedeiros@hotmail.com>, SGAMA@bnb.gov.br <stelia@bnb.gov.br>, Júnior Sousa junior <sjpublicidade@uol.com.br> bancariosce@bancariosce.org.br, alcantar...@gmail.com, Ana Barroso, Nicolau Bispo dos Santos Santos, Pedro Ramos Botelho, Cibele da Nobrega Santiago, Crísley Estrela, Amaury Feitosa, martinho costa, cab...@googlegroups.com, chbtu...@googlegroups.com, Fernanda Mara, Leila Porto, Martinho MrN, Telma Arantes, wehman...@yahoo.com.br, eunicem...@hotmail.com, ene...@ufc.br

AGRO

Consta realidade no campo, que se vem repetindo e sendo explorada por gerações, e tal situação nada mais é do que a confirmação de uma política de dominação, que se estende desde quando o fidalgo português, vindo da metrópole lusitana de além-mar, banhada pelo Oceano Atlântico, aqui pôs seus pesados pés.

O patronato, com mentalidade escravocrata que há séculos perdura, faz uso de rigor totalitário e medidas próprias que quase sempre são cumpridas, mesmo que a ferro e brasa. Ele se evidencia por imensa ganância e poder político, e nada o detém quando se propõe atingir objetivos. Os métodos empregados no trato com os pequenos agricultores e pecuaristas, que sem chão para cultivo e criação, sofrem agruras de fome e miséria é de uma sordidez que aos céus espanta.

O baronato é extremamente duro com os concorrentes à posse de glebas, e estes, vezes sem conta, são escorraçados dos meios onde acampam e passam a ser nômades sem certeza de que um dia se verão sedentários.

Os conflitos no campo, que a imprensa monetizada divulga como sendo culpa exclusiva dos sem-terra, se considerado por outro aspecto, pode ser apreciado como sendo causados pelos latifundiários, que sem limites, tudo abocanham para si, sem se importarem com os famélicos, que se perdem em existências tristonhas e desestruturadas.   

O Agro, (com o consentimento da escrita, porque sua expressividade evidenciada neste texto, ainda que não de forma sobranceira), não é partido político com vistas a cuidar de leis, contudo se imiscui no Legislativo, formando bancadas ruralistas, e por sua força, intimida parlamentares que não comungam com seus princípios; é organização excessivamente poderosa e rica, a influenciar: a) a cultura, marcadamente no âmbito musical, com a propagação do ritmo sertanejo, que arrefece o interesse em gêneros melodiosos, além de servir como instrumento para alienação de populações e de propagação de boataria, que encontra campo fértil em pessoas sem senso crítico, pois que acreditam em coisas absurdas, ridículas e repudiam tudo o que se assemelhe a inclusão e solidariedade, e quem amoroso e fraterno passa a ser tachado de “comunista” por detratores e inconsequentes, que sequer imaginam o que afirmam, e com ódio expressivo e repulsa incontida execram adversários, que se tornam inimigos, além do que se observa que onde ele se estabelece firmemente, há predominância da direita, que insidiosa e raivosa, atemoriza e cumpre ameaças feitas com assassinatos; b) as mídias, com inserções seguidas de propagandas elogiosas aos anunciantes, que a elas propiciam polpudos rendimentos, e em contrapartida se fazem demasiadamente tolerantes, benevolentes, mansas e defensoras dos valores postos incessantemente, ainda que danosos ou estranhos os comportamentos de seus membros; c) revoluciona a economia, porquanto suas exportações atingem cifras astronômicas, sem que se divulgue se a nação é devidamente recompensada com justa arrecadação de impostos; d) remexe com as instituições governamentais, desequilibrando escolhas e a liberdade de agir, em razão de que induz e condiciona os atores políticos a se submeterem a seus gostos e tendências, com suas ações mais evidentes no centro-sul, onde o pasto e grandes extensões de terras são marcas do modelo empresarial peculiar; e) busca perpetuar hegemonia, centrada em interesse personalista, para isso usando à farta a pecúnia que lhe sobra, e quando desconfiado ante a possibilidade de sofrer prejuízo financeiro, ou simplesmente se sentir desconfortável com os rumos da política e da economia, formula planos para que se imponha regime ditatorial, o que comumente alcançado, terreno fértil onde atua impunemente e com maior desembaraço.

Os ruralistas, afeitos ao militarismo no que ele tem de mais hediondo e nefasto, se incomodados, e por não terem compromissos com a democracia, em represália, estimulam e financiam golpes inconstitucionais que afrontam a ordem estabelecida e ocasionam males irreversíveis à nacionalidade temerosa, acuada e desarmada. Ideologicamente alinhados à direita ou à extrema direita, por mais sejam beneficiados com programas de governos esquerdistas, não demonstram gratidão e reconhecimento, e se possível, atuam para “pulverização dos oponentes” pela eternidade.

Sendo bem sucedidos em termos patrimoniais, os sujeitos desta história, caipiras endinheirados, submetem a sociedade a seus impérios e caprichos, e isto se traduz em populações fracamente politizadas, a repercutirem as ideologias que eles repassam. Os proletários, por sua vez, não se apercebem manipulados, a ecoarem as ladainhas de que o “Agro” é bom, é pop, e quantas palavras feitas, repetidas à exaustão, até que se creia docemente que ele é supimpa, tudo o que a pátria precisa para ser feliz. Os roceiros, muitos deles substituídos por maquinaria renovada e aperfeiçoada, não se apercebem manipulados, e convictos que a ideologia imposta é o que há de melhor, tornam-se conservadores, que não conservam, por nada possuírem de bens patrimoniais nem títulos familiares honoríficos, preconceituosos, que sofrem preconceitos, e se acham mais gabaritados que os irmãos do Nordeste e Norte, e destilam incompreensões e absurdidades que os afundam em profundos desfiladeiros de ignorância. Em este compasso, o opressor domina mentes que se contentam com o que lhes é permitido, sem que, oprimidas, se enxerguem excluídas do mundo do glamour e de facilidades.

A respeito de se autodenominar “pop” o agro, cabe algumas considerações quanto à acepção.

Ser “pop” é ser popular, porque abreviatura é.

Para obter reconhecimento e sucesso, um artista, além da competência profissional, precisa ser simpático, carismático e convincente, com vistas conquistar fãs que o idolatrem, e no segmento agropecuarista exportador, nada consta de positivo capaz de recomendá-lo como sensível às demandas sociais. Com efeito, voltado para o comércio exterior, não valoriza o que se passa no interior de regiões e almas à revelia, não se permite mísero gesto de solidariedade para com aquele que passa fome, sede e fracasso, e desse modo, as sobras de suas imensas produções não são repassadas para quem necessitado de satisfazer o estômago humilhado. 

Os produtores de monoculturas exportadoras que são, extravasam seus cofres com divisas, e não se dão ao obséquio de reservar parte de suas glebas para o plantio de culturas que atendam o mercado nacional. E como serem estimados, se não atuam em benefício geral, valendo-se tão somente de cantantes associados para empolgar multidões, quando estas bem mais necessitadas de providências mais consentâneas com suas realidades?

O agronegócio, não se duvide quanto a isto, quer dominar ideologicamente o país, e isto deveras preocupante, porquanto ele intenta consentimento populacional no afã de explorar os rincões ainda virgens, e para isso não se peja em promover assoreamento de rios e destruição de florestas que sustentam diversos tipos de clima, e se a pretensão de transformar o país em fazenda incomensurável concretizar-se, consoante estudos climáticos avançados, isto se reverterá em sentença de morte do nosso planeta, com maior elevação da temperatura global e do volume das águas com o degelo das calotas polares, e para que se combata tamanho absurdo, faz-se preciso que dirigentes mundiais preocupados e ocupados com a sobrevivência humana não permitam que os sujeitos ecologicamente irresponsáveis destruam a existência por estupidez e visão estreita de futuro.

Em reforço ao parágrafo antecedente, no que concerne ao predomínio mental, tendo já condicionado e anestesiado cabeças pensantes das terras baixas a seus impérios, e com massiva publicidade nos meios de comunicação, o agronegócio agora tenciona avançar no Nordeste brasileiro, a fim de tornar nossa gente pasteurizada, com a disseminação do ritmo sertanejo de gosto duvidoso, agradável aos simpatizantes, que não reagem ao que lhes é ofertado, e que repercutem o que os donatários designam.

Dispõem os donos do agronegócio de vasto predomínio da riqueza nacional, e de há muito se valem de benesses governamentais para se locupletar, ao tempo que se imiscuem na política, conforme já citado, elegendo ou combatendo líderes que não se coadunam com seu modo de conceber ou interpretar as injunções socioeconômicas. Se verbas destinadas à expansão de negócios não condizentes com as expectativas dos senhores escravocratas e plutocratas, surgem campanhas difamatórias e desconstrução de líderes políticos e judiciais, disto resultando perda de popularidade e confiança nessas pessoas, e no caso dos parlamentares, com receio de fracassar ou perder precocemente mandato, quantos não se obrigam a ceder a chantagens de indivíduos inescrupulosos e reprocháveis?

Tiranos e armamentistas, apesar de se vestirem com as cores das matas, que derrubam de forma indiscriminada em troca de abundante pecúnia, ação danosa que ocasiona desastres ecológicos inenarráveis, e do ouro, que atrai suas cobiças, e que em parceria ou isoladamente se valem do garimpo para ficarem bem mais abastados, ainda que para isso aniquilem existências animalescas e indígenas, com o uso indiscriminado de mercúrio, os predadores nada têm de nacionalistas, internacionalistas são, ou mais precisamente, capitalistas, que não dispõem de sentimentos patrióticos, todavia de praticidade e sagacidade peculiares aos homens de negócios.

A ação deletéria do movimento agropecuário tendencioso e maléfico na política e no corpo social tem o aval de policiais e membros das forças armadas, da imprensa radicalizada, parte da classe média insatisfeita com seu status, e quase unanimidade da alta burguesia, conforme se verificou com o impedimento governamental de Dilma, a perseguição lavajatista a Lula, que redundou em prisão arbitrária por 580 dias, e o impediu de candidatar-se às eleições presidenciais de 2018, e mais recentemente, com a derrama de recursos governamentais para facilitar a reeleição do ex-presidente derrotado, compra de votos de trabalhadores em situação de vulnerabilidade, tentativa de golpe de estado pelo então mandatário-mor da nação, com o beneplácito das forças conservadoras, que tudo fizeram para que as cúpulas das instituições militares promovessem ruptura democrática, algo corroborado pelos estamentos subalternos, e as polícias civis, militares estaduais e federais, que agiram como cabos eleitorais temerários. Tamanho foi o empenho do establishment governamental para manter-se no topo, que não teve pejo de oferecer benefícios pecuniários não previstos a grupamentos sociais debilitados, em pleno período eleitoral, sem que o corpo jurídico tomasse providências adequadas, culminando no dia da eleição no segundo turno, com o fechamento parcial das estradas do Nordeste, onde o candidato petista tem maior votação, o que dificultou ou impediu que grande leva de eleitores de se deslocassem para os postos onde se confirmavam os procedimentos do indispensável dever cívico, e tal iniciativa quase modificou o resultado esperado, eis que segundo os prognósticos, constaria maior diferença em prol de Lula da Silva, o que efetivamente não ocorreu.

A loucura e o ódio implantados no seio da sociedade contra Luiz Inácio e seu partido por indivíduos e estamentos sociais tiveram na direita irada e explosiva excelente acolhida, culminando com atos de sabotagem e tentativas de golpe pós-eleição, antes idealizados e incentivados durante a governança, e que só não se concretizaram porque as cúpulas das forças armadas e os Estados Unidos não deram aval para que o crime de lesa-pátria fosse perpetrado, mas mesmo assim não faltaram iniciativas, e hoje o país respira ares mais saudáveis, e os criminosos, que sempre que incomodados promovem batalhas antinacionalistas, meninos mimados que não admitem contrariedades, com o malogro da intentona, muitos deles vêm sendo processados ou se encontram atrás das grades, experimentando o veneno que queriam inoculado em quem diverge de suas ideias, entre os quais no topo os “comunistas” e os “petralhas”, sendo que além das prisões que lhes seriam reservadas, constariam perseguições, humilhações, torturas e mortes assombrosas, porque os entusiastas e autores do pretendido golpe, detentores de más índoles, dispostos a cometer quanta iniquidade, a fim de impedir a ascensão social das classes oprimidas por injusta e secular prática de dominação.    

Grupos militares, paramilitares, policialescos, ruralistas, econômicos e políticos não possuem credenciais para promover instabilidade social, e os delinquentes que assim agem, e abusam de suas possibilidades, e se consideram ungidos pela Autoridade máxima para dominar o mundo, refreiem seus instintos, respeitem regras estabelecidas e se obriguem a conviver de forma decente e pacífica com os contrários, que não seguem suas linhas de raciocínio. De bandido e fora-da-lei o orbe se encontra ressentido, e suas presenças nefastas, por incompatíveis com salutar convivência, são dispensáveis.

O Agro direcionalmente  funciona em lugares populosos e desenvolvidos economicamente, e sua produção provém de regiões pouco habitadas, sendo que em algumas delas verificam-se conflitos e estados de insegurança, e muito do que sucede passa despercebido aos olhares atentos das cidades, porque não se fazem presentes em tais localidades, contudo, e de alguma forma, quando fatos extraordinários são apresentados, as notícias chegam aos ouvidos da imprensa, que os repercutem para a coletividade.

O agronegócio mantém forte sentimento de posse de terras, e para preservar seu patrimônio intacto, se vale de segurança particular fortemente armada, com o fito de combater possíveis invasores e evitar pilhagens, e quando se afirmam acontecimentos desagradáveis, a repressão, traduzida em violência e mortandade.

Se os senhores de terras já impuseram seu modo de ser e proceder e conseguiram agregar para seus ideários sujeitos adestrados, que estes leiam, se esclareçam, compreendam o que faz sentido, e se conscientizem de que são usados para satisfazer a sede de poder do explorador, que os renegam e detestam, e nos locais onde as ações danosas dos dominadores (ainda) não se fazem demais vigorosas, que sejam impedidos de conspurcar o linguajar, a cultura e a educação de outrem, que possui melhor senso de realidade, fraternidade, cordialidade e solidariedade, desconhecidas por gentes brutalizadas.  

Em sociedade harmonizada, instruída e evoluída não mais se verificará prevalência de escravagistas relativamente a escravizados e nababos a mendigos, e leis aplicadas de maneiras diferenciadas para pobres e ricos, porque a humanidade não suportará nem admitirá incongruências e injustiças, e esta a luta atualmente empreendida por parcela significativa dos seres inteligentes que buscam alcançar resultados satisfatórios ou pelo menos iniciar o plantio da sementeira da dignidade e da justiça social, que geram frutos opimos, ainda que tais missionários sofram malquerença, perseguição e calúnia dos mantenedores do status quo, que lhes possibilitam usufruir existências faustosas sem um pingo de remorso no que se refere às condições indignas por quais passam irmãos seus igualmente filhos da Autoridade máxima.  

José Periandro Marques

Reply all
Reply to author
Forward
0 new messages