COISAS DA POLÍTICA

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José Periandro Marques

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Nov 2, 2025, 10:45:30 AMNov 2
to alcantar...@gmail.com, anailop...@hotmail.com, jose nilton fernandes <josenfernandes2006@hotmail.com>, JOAO DA SILVA COSTA COSTA <joaoscaa13@yahoo.com.br>, Antonio Pereira <pereirasilva46@gmail.com> projetoshilbert@hotmail.com, LJor Medeiros <luizjorgemedeiros@hotmail.com>, SGAMA@bnb.gov.br <stelia@bnb.gov.br>, Júnior Sousa junior <sjpublicidade@uol.com.br> bancariosce@bancariosce.org.br, cab...@googlegroups.com, Ana Virgínia Marques Oliveira Farias, Amaury Feitosa, Nicolau Bispo dos Santos Santos, Pedro Ramos Botelho, chbtu...@googlegroups.com, Cibele da Nobrega Santiago, Crísley Estrela, Leila Porto

TERCEIRA VIA


Muito antes da chegada dos portugueses à costa da Bahia, os europeus impunham belicismo e terrorismo onde passavam. Sua dominação, sob opressão, tortura e matança desenfreada, e os povos rendidos, tratados como incapazes, indignos, aquém da condição humana. Em a terra brasilis recém-conquistada prevaleceram os pioneiros, e seus descendentes moldaram e costuraram aos entrelaçamentos do tecido social por longuíssimos anos, até que, por meio de pleito eleitoral lídimo, um metalúrgico desprezado e desprestigiado como tantos outros brasileiros são, valendo-se de natural carisma, ousou quebrar o paradigma que se eternizava, e tal feito, algo impensável, ação audaciosa, insuportável e condenável, que demais atingiu e afligiu os donos do capital e seus comparsas.


2003, princípio de um novo milênio, e lá estava um retirante do agreste pernambucano, teimoso, competente, o metalúrgico citado no parágrafo antecedente, no exercício da Presidência da República Federativa do Brasil. Para que tal sucedesse, todo um contexto a ser descrito com vistas compreender-se a formidável reviravolta operada na vida de alguém, que pelas circunstâncias, fadado a morte prematura ou a insucesso pleno e garantido.


Em 1945, meses antes do nascimento, o pai de Lula, Sr. Aristides Inácio da Silva, resolveu tentar a sorte em São Paulo, deixando a família para trás a sofrer agruras decorrentes de insegurança alimentar, precárias situações de higiene e saúde e das condições ambientais vigentes. Encontramo-nos em 1950, e o Sr. Aristides Inácio, em breve estadia, visita a família, o que oportunizou ao menino conhecê-lo quando já contava cinco anos de idade. No retorno, Aristides levou consigo o primogênito Jaime. Em 1952, seu filho que sabia ler, e escrevia cartas para a mãe, eis que o genitor não alfabetizado, em uma delas a aconselhou vender tudo o que possuía e com a família se deslocar para a capital daquele estado; completados sete anos, a criança famélica, que viria abalar estruturas seculares, guiado por D. Lindu e acompanhada de seis irmãos, dos doze gerados, haja vista que quatro deles perdidos em tenra infância para a devastadora, cruel e genocida miséria, que mais do que fatalidade, descaso político inominável. Viajaram os emigrantes em caminhão pau de arara saído do povoado de Caetés, atual município pernambucano, então pertencente a Garanhuns, para São Paulo, atendendo ao fictício chamado do marido, que consoante predito, por Jaime Inácio da Silva solicitado.


Retornamos à saga que culminou com a chegada de Lula à Presidência da República.


Não existe mínima possibilidade de a classe dominante aceitar excluído, seja pobre, negro, analfabeto, mulher, morador de rua, de periferia, ou outro escanteado qualquer. Transpor o umbral que afasta esperança de cruel realidade vivenciada, algo impensável. Ela não admite possibilidade de ocorrência de crescimento econômico de camadas sociais inferiores, que devem reconhecer e aceitar subalternidade.


Um capiau, vindo da escória, intentar administrar país quão povoado, extenso e promissor qual o nosso, ousadia inominável, assim pensam os arrogantes, gananciosos e intransigentes demagogos numulários, que nada tendo de positivo a apresentar, sobrepujam pela força do dinheiro, ainda que “lavado” e sujo com certeza. Para estes, inimaginável, insuportável e imperdoável a pátria ser comandada por alguém por eles desqualificado, e quantas imprecações foram lançadas e todo infortúnio desejado ao candidato das massas populares que concorreu algumas vezes ao cargo mais cobiçado da nação, e objeções e principalmente repressão moral se pronunciaram impiedosas e implacáveis.


Quem obcecado por acúmulo de fortuna perde senso de decência e não se inibe de avançar temerariamente, porque “os fins justificam os meios”. O que no início cauteloso, se bem-sucedido, qual vício vai se aprofundando até que o fulano não mais tenha como escapulir daquilo que projetou para si. Como parar quando ações permissivas e indignas imensamente o beneficiam?! Se depositário de um bem que lhe é confiado, ambicioso por excelência, sem hombridade e indiferente às suas responsabilidades, em cumplicidade com pares que comungam de mesmos ideais inconfessáveis, não se peja de incorporar patrimônio alheio e locupletar-se.


Agora, breve relato a respeito de como se desenvolve a história recente de nosso país…


Desde 1989, quando se deram eleições diretas para cargos eletivos, a esquerda, capitaneada pelo Partido dos Trabalhadores, PT, engalfinha-se com a direita pela hegemonia política, que revela inigualável obstinação por inebriante poder que se reproduz em dominação e polpudos ganhos financeiros, tradição que se manifesta desde o alvorecer do domínio português em solo tupiniquim. Nosso território, lamentavelmente, já presenciou graves, deploráveis e vergonhosos acontecimentos, e serve de palco e arena para que distúrbios, dissensões e embates cruentos ocorram amiudamente. O estamento patrimonialista sempre se opõe à classe produtiva, que normalmente apresenta comportamento previsível e compatível com ética exigida. No referido ano, no ardor de campanhas memoráveis e renhidas, em que presentes figuras notáveis quais Ulisses Guimarães e Leonel Brizola, escolhidos para a grande final, Collor de Mello, representante da aristocracia rural e política das Alagoas, e Luiz Inácio Lula da Silva, “com a força do povo”. Autointitulando-se “caçador de marajás”, o candidato oriundo da burguesia jamais se indisporia com seus pares, e como sabemos que discursos vazios escondem almas pervertidas, fez Collor campanha infamante, sórdida e agressiva contra seu adversário, para isso esnobando pseudossuperioridade intelectual, em razão de possuir curso universitário, enquanto o concorrente apenas com o primário completado; seja dito, no entanto, que capacidade intelectiva difere de conhecimento, que pode ser adquirido através de livros, vivências diárias, estágios e viagens turísticas, científicas ou em décadas de repetitivo aprendizado sistemático; no quesito inteligência, entretanto, indiscutível a supremacia do senhor proveniente das terras semiáridas. Foram ditas e repetidas quantas baixezas no transcurso da campanha eleitoral, e a propósito, lembro-me de um ex-militar, que certa feita arrotou frase por mim nunca esquecida, e que bem retrata hipocrisia e até mesmo safadeza dos que se se veem distintos por não se enxergarem quais são: “o feio na política é perder”. Como alguém tão cínico, ao ponto de considerar belo o erro e justificar cometimento de crimes?!


Moralistas” sem moral utilizam métodos condenáveis indiscriminada e exaustivamente, tais como o promovido pela Rede Globo que, no último debate do segundo turno de 1989, editou os melhores momentos favoráveis ao alagoano e reproduziu os desfavoráveis ao pernambucano. No domingo do sufrágio, a Polícia Federal, que deveria ser republicana e demonstrar honorabilidade, aproveitando o fato de que um grupo armado raptara conhecido empresário, e tendo seus membros sido capturados, neles colocaram camisetas do PT, como se fora tal corporação incentivara ou cometera o atentado, algo sem sentido, todavia, aceito como verídico por criaturas acríticas, hostis à sigla trabalhista ou facilmente manipuláveis por aproveitadores, que em grande quantidade há. O que previsível, vencedor “o homem honrado”, que faria deste país modelo de virtude e governabilidade; depois de promover quantas estripulias, sofreu processo de cassação de mandato e, para não sair absolutamente desgastado e desmoralizado, renunciou ao elevado cargo que lhe fora confiado e com tão grande empenho conquistado, por ter ultrapassado os limites da decência. Sucedeu-o Itamar Augusto Cautiero Franco, baiano nascido em águas territoriais brasileiras a bordo de um navio que fazia a rota Rio de Janeiro – Salvador; foi registrado na primeira capital do Brasil, e tendo sua família se estabelecido em Juiz de fora, adotou Minas Gerais como terra natal. Concorreu ele no cargo de vice-presidente pelo Partido da Reconstrução Nacional – PRN, agremiação nanica criada sob medida para acolher o collorido, que se promovia como integrante de uma organização que não praticara vícios insanáveis, por que não dispusera de tempo para tal. Itamar, político discreto e comedido, valorizado porque representante de estado com expressiva densidade eleitoral, assumiu a presidência em 1992, permanecendo no cargo até o ano de 1994.


Naqueles idos o Brasil enfrentava terrível endividamento interno e externo, inflação invencível e poder aquisitivo rebaixado, mormente da classe média, vítima de herança maldita dos incompetentes governos ditatoriais malefícios, que o presidente anterior, o maranhense José Sarney não conseguira debelar. Para Ministro da Fazenda, Franco escolheu Fernando Henrique Cardoso, o FHC, carioca, que tal qual Tarcísio de Freitas, com carreira politica desenvolvida em São Paulo, que administrou a pasta de 1993 a 1994, ano em que renunciou ao cargo para concorrer à Presidência da República. Durante o período em que o homem sigla exerceu o ministério, foi criado e instituído o “Plano Real”, com intuito de eliminar políticas que impactavam a economia negativamente. Entre as ações empreendidas, a desvalorização do Cruzeiro, com vistas o triunfo da recente moeda criada, o Real. A respeito, dois mil, setecentos e cinquenta cruzeiros passaram a valer um real, e com isso, muita gente teve enormes ou menores prejuízos, a exemplo daqueles que, possuindo Cr$ 11,000,00 aplicados em poupança durante a noite, ao despertar na manhã seguinte, constatarem estupefatos que apenas R$ 4,00 em contas restaram.


Fernando Henrique, um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB, surgido de uma dissidência de “notáveis” do PMDB, Partido do Movimento Democrático Brasileiro, que durante o período ditatorial, MDB - Movimento Democrático Brasileiro, criado para servir de contraponto à Arena – Aliança Renovadora Nacional, agremiação situacionista; desgastado por diversos motivos, empresários e intelectuais “idealistas” com duvidosa pureza política cismaram que chegara hora de renovação de ares e, portanto, não mais deveriam figurar naquele que fora discreto grêmio oposicionista ao totalitarismo que infelicitou o país.


Fantasiosa a denominação “social democracia”, (conforme registrado, o que deve ser respeitado, ainda que na atualidade considerada correta a escrita social-democracia), pois que dada a uma entidade que se revelou a mais neoliberal, privatizante e antinacionalista de quantas surgidas em este espaço, além do que implacável perseguidora de trabalhadores, mormente funcionários públicos e de estatais, salvo aqueles incorporados ao judiciário, Banco Central, à Receita Federal e outros órgãos que, em função de suas ações fiscalizadoras, repressoras e controladoras, tratados com deferência especial.


Permaneceu no poder o insólito figurão, que se revelou completo e feroz agente neoliberal por oito infindáveis anos; presunçoso e vaidoso ao extremo, supunha-se insubstituível; em conluio com o Congresso Nacional, modificou cláusula pétrea, que restringia mandato presidencial para apenas quatro anos, sem direito a recondução; com o instituto da reeleição, confirmado pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997; o “nobre cavalheiro”, que deslumbrados incensavam como “Príncipe dos Sociólogos”, foi reconduzido democraticamente à Presidência. Em sua megalomania, supunha que seu staff econômico e político permaneceria em comando anos a fio, não contando com a possibilidade de que seu modelo governamental logo exauriria, e nas eleições de 2002, quando não mais poderia reivindicar a presidência, excepcional reviravolta aconteceria, e o astro popular, advindo do proletariado, venceria o prélio eleitoral e sagrar-se-ia o primeiro dirigente dissonante com o até então intocável argentarismo, daí findando o extenso ciclo, que iniciado em 1500, somente culminado em 2002, com duração de pouco mais de cinco séculos de absoluto atraso econômico e social, excetuando-se os períodos Getúlio Dorneles Vargas e Juscelino Kubitscheck de Oliveira, o JK. Empossado em 2003 e em decorrência do excelente desempenho obtido através de votação democrática ocorrida em 2006, Lula adquiriu o direito de permanecer por mais quatro anos na presidência, e em 2023, duas décadas depois de assumido o primeiro mandato, torna-se por terceira vez Presidente do Brasil. Todas as vezes em que exerceu funções governamentais, ele se tem empenhado vigorosamente em reduzir seculares injustiças sociais, o que toca o coração das criaturas mais simples, que sabendo ser gratas, expressam seu reconhecimento através de apoio sincero, que resulta em votos essenciais. Dado magnetismo pessoal e excelentes resultados socioeconômicos obtidos, fez Dilma Vana Rousseff sua sucessora, que também reeleita presidenta do Brasil.


Dilma, em 1964, completados 16 anos de idade, ingressou na resistência estudantil contra a ditadura instalada naquele mesmo ano, o primeiro do duro golpe que milicos impatrióticos impuseram à nação por mais de duas décadas. Filiou-se ela à Organização Revolucionária Marxista – Política Operária (Polop); transferiu-se em seguida para o Comando de Libertação Nacional (Colina); e por último, se associou à Vanguarda Revolucionária Palmares (VAR – Palmares); durante aquela trágica fase nunca participou de luta armada, e isto não evitou que fosse supliciada pelo Coronel do Exército Brasileiro, Brilhante Ustra, monstruoso, sanguinário, infame e abjeto carrasco e abominável militar, que a estupidez humana foi capaz de produzir; endeusado por Jair Bolsonaro, expulso do Exército por atuação deplorável, porque criaturas afins se aproximam e se valorizam, quando deputado federal, ao votar pelo impeachment de Dilma, declarou em alto e bom som que o fazia pela “memória de Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”, o nefasto e desqualificado torturador. Tão obcecado por totalitarismo, declarou ele que se eleito presidente, sua primeira providência seria implantar ditadura, e como se empenhou em consegui-la, motivado por ideologia absolutista e fascista. Dias tensos vivenciamos, com o “capitão do mato” delirante a sonhar com banho de sangue e “mortes triunfantes”. Depois de ter sido vencido e contido, esse admirador de Hitler, que com excepcional satisfação e intensidade desejava que milhares de pessoas sofressem martírios insuportáveis, em cárcere doméstico repensa, “repousa” e amarga crua desdita, que ele jamais supusera vivenciar.


O militarismo rancoroso, impiedoso e vingativo jamais tolerou o fato de que uma adolescente o tenha confrontado, e demais revoltado se tornou quando tempos depois foi ela contemplada com o cargo-mor da nação e, no atual estágio evolutivo, não a deixa sossegada enquanto encarnada. A caminhada dela cheia de percalços, notadamente durante o período de chumbo e das gestões governamentais, sendo que atualmente experiencia calmaria, posto que no comando do Banco do Brics, que teoricamente destinado a se tornar um dos mais relevantes quanto ao crescimento mundial.


No primeiro quadriênio ela tocou o barco com desenvoltura, certa tranquilidade e firme comando, logo atrapalhado por adversários que lhe impuseram muito sofrimento e dor; na segunda etapa, acentuou-se onda de horror, prepotência e rancor que acumulou lama crescente e avassaladora que a encobriu, e asfixiada permaneceu, até que foi retirada do lodaçal onde fora lançada como objeto imprestável a sofrer vicissitudes e indescritíveis hostilidades.


Estamos em 2013, ainda no primeiro mandato da presidenta, vésperas de auspiciosa ocorrência, a realização da Copa do Mundo de Futebol em nosso país no ano seguinte, evento que ocorrera única vez em 1950, quando nos consagramos vice-campeões mundiais. O que deveria ser bela, majestosa, festiva e magnífica oportunidade de inter-relação e congraçamento esportivo, manchada por intransigência explícita da direita nazista formada por corja invejosa, inconformada e nefasta, que iniciou movimento em São Paulo com pretexto de reivindicar tarifa zero para transportes públicos e redução de violência policial, assuntos estes logo transferidos para a esfera federal, o que tremendo engodo, eis que atribuição do uso e de regularização do transporte público de cidades são de responsabilidade municipal, enquanto as polícias civil e militar atreladas aos estados. O rebuliço se revelou vitorioso, porquanto atingiu em cheio o governo central, eis que canalhas extremistas da direita direcionaram seus discursos contra a presidenta em exercício, eles que sempre dão jeito de deturpar fatos, tendo o caso sucedido simultaneamente em centenas de cidades, com o fito de desacreditar e desmoralizar a governabilidade. Alcançado o intento, os sublevados pegaram suas mochilas e foram comer coxinha de frango ou galinha assada em parques, praças públicas ou à beira-mar. Os meliantes, possuídos de fúria sanguinária, urravam a plenos pulmões que não haveria Copa, e que o dinheiro empregado para modernização de estádios deveria ser aplicado em outras finalidades, e nisto, quanta incoerência, quanto fingimento a repentina preocupação com o bem-estar social, eles que não têm empatia nem solidariedade alguma aos enfermados de corpo e de alma. Críticas concernentes à modernização de estádios foram feitas sob alegação de que verbas poderiam ser utilizadas para outros fins: pura falsidade. Há décadas, macabros milicos, sem saber o que fazer com empréstimos externos adquiridos e que sobremaneira endividaram o país, danaram-se a desperdiçá-los na construção de praças futebolísticas, sem que censores dos recursos públicos ditassem uma só palavra de desagrado. Passava o tempo e ante a necessidade de formosear e adaptar as sedes escolhidas para bem receber turistas e representar o país, investimentos úteis foram feitos e permanecem como inapagáveis conquistas. Quanto à verba empregada com finalidade de remodelação de estádios defasados, não saída de cofres governamentais, e sim de empréstimos contraídos junto a bancos, o que prática corriqueira. O que a acrescentar senão que para certa gente, numerário circulante somente em prol de magnatas, e que insinceridade, marca registrada de políticos sem compromisso com vericidade?


Insuportável um partido popular, que transita entre centro-esquerda e centro-direita, não extremista, não comunista conforme inimigos ditam, ganhar quatro eleições seguidas, administrar ininterruptamente por quase quatorze anos, sem constar perspectiva de perda de poder em dado instante. Tal situação a exigir providências drásticas dos incomodados, visando parar ou sabotar o normal andamento das coisas.


Como todo ambiente corrosivo, no qual prevalecem repulsa, intriga, sedição e convulsão, assim sucedeu em estas plagas. Vana Rousseff se viu terrivelmente combatida nas mídias, em reuniões sociais e em praças esportivas, de forma desumana e desabrida, e no palácio, onde deveria estar protegida, por contrário, lá instalado campo minado por quem a ela deveria ser solidário, e entre tantos, o trapaceiro, que sem-cerimônia lhe usurpou o cargo, que nunca obteria por meios convencionais, o orgulhoso vice-presidente da Pauliceia, ruim de voto, contudo presidente do PMDB à época, que se indicou para com ela, teoricamente, desenvolver projetos de interesse público; tal persona não só aderiu ao golpe inconstitucional, como teve ativa e forte participação no desfecho, e em 31 de agosto de 2016, a primeira mulher, que galgara o posto mais cobiçado da nação, era definitiva e injustamente afastada do mandato que exercera com lisura e autenticidade, pouco depois de encerrada as olimpíadas ocorridas no mesmo mês, nas quais o governo brasileiro tanto se empenhara por realizá-las.


Desde 2013, seja registrado, os “patriotas” baderneiros, (por quem financiados?), que se envergonham de ser brasileiros, promoviam desordem; na agitação das massas e no vandalismo que degenera em caos bem mais fácil abalar estruturas e forçar ruptura social. Em esse rol incluídos os black blocks, que bem poderiam ser chamados de kids pretos, sem que se desvie em erro, braço do Exército usado para fins ilícitos, useiros e vezeiros na aplicação de violência moral e material, incluídos também arruaceiros profissionais, que investem em terror, depredação de lojas e batalham grandemente por destabilização institucional, e esta a finalidade dos conflitos gerados, porque assim fora programado per os adversários da “governança comunista”. Tanto esforço produzido, e que tremenda frustração: o serviço não fora completado.


O país se mantinha instável, a sementeira do mal crescia em surpreendente velocidade, e apesar dos vendavais que não cessavam, nossa guerreira estoicamente resistia. Três anos passaram, e os conspiradores não cessavam de fustigá-la. Era preciso arrancá-la do trono, porque somente nádegas gordurosas atreladas aos valores da burguesia e do patriciado merecedoras de nele assentar, segundo enviesada perspectiva hegemônica. “O que fazer”? indagavam-se os sediciosos e a principal proposta: “inventemos termo novo, usemos redes sociais e a imprensa convencional, façamos comoção, estardalhaço, digamos que a gestora, além de incompetente, cometeu crimes imperdoáveis, e fácil será defenestrá-la”, e assim foi feito. O que era e continua sendo comum, movimentação de contas governamentais, de repente ganhou conotação criminosa, e com o uso do termo “pedaladas”, tudo preparado para desfecho fatal. E a nobre senhora não resistiu, e o judiciário, que deveria dar parecer sobre o caso, porque pela presidência fora consultado, silenciou, não promoveu restauro da verdade, omissão imperdoável de quem detentor de fabulosos salários e com independência suficiente para bem cumprir seu dever constitucional. Contudo, dúvida sobressalta: para que beneficiar Partido de Trabalhadores, se a linhagem dos julgadores consentânea com castas bem mais poderosas e socialmente elevadas do que a da agremiação censurada? E por que dar vez a deserdados, se são párias!?


Apesar dos embaraços, as Olimpíadas realizaram-se no intervalo de 3 a 21 de agosto de 2016 sem que amainassem virulência e incivilidade, praticadas por quem sem fulgor e sem serenidade a insistir na derrubada da presidenta, que em corda bamba, despencou no dia 31 de agosto desse mesmo ano, e considerável coincidência os desfechos terem sucedido quase que simultaneamente. A acrescentar que o tsumani arrasador não só intentava a destruição de Rousseff, apontada como responsável pela ruína do país; havia também uma agremiação a ser extinta, igualmente o “execrável” nordestino por “homens de bem”, quão intolerantes, impacientes, irosos, vingativos e violentos e que se julgam bem melhores do que realmente são. No entanto, o sobrevivente do sol inclemente, do chão rachado por falta d’água, com barriga distendida como qualquer criança desnutrida costuma ser, não figurava na arena onde gladiadores quais feras desalmadas dispostos a matar sem cogitar morrer; todavia, a energia que emana fulgurante, triunfante e sempre empolgante a transmitir esperança de que a bela Pindorama, que pelos primeiros portugueses aclamada como “Terra de Santa Cruz” ou “Terra de Vera Cruz”, capaz de auferir progresso e alcançar notabilidade.


O tenebroso dragão da direita se encontrava à solta, e inacreditável e insuperável seu apetite, e se não fosse combatido com as armas da legalidade, destroçaria as estruturas sociais e democráticas, o que possibilitaria a continuidade de domínio de gente afrontosa e inumana, que se vale de expedientes escusos para enriquecer e fomentar o mal. A sanha persecutória não saciara e forte entrave precisava ser vencido. Com efeito, o espectro do “sapo barbudo”, (alusão feita por Leonel Brizola a Lula, relacionando seu semblante à sua insistência em concorrer à chefia da nação), apavorava e gerava pânico e calafrios. O inimigo secular dos povos famélicos e rendidos, a classe rica, se mostrava apavorado ante a possibilidade da situação fugir de seu controle, enquanto Lula da Silva circulava perigosamente à solta, e em decorrência do enorme prestígio conseguido, poderia novamente chefiar a nação e estragar os planos habilmente engendrados por elementos maldosos com intuito de extinguir qualquer possibilidade de que a sigla petista continuasse a rondar e pudesse retornar ao poder central ou no mínimo, esmaecer o antigo fulgor que iluminava dias otimistas, e para que os esforços despendidos não se revelassem inócuos, surgira ocasião propícia para que mudanças decisivas fossem efetivadas. Com efeito, em 2009, a empresa Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras foi alvo de uma CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, que ao final dos trabalhos não apontou irregularidades. Rumores contra a empresa nunca cessaram, e em 2014, em virtude de novas denúncias, instalou-se CPMI, Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, no sentido de apurar graves acusações. Em esse ciclo, o Ministério Público Federal – MPF do Paraná, acatou denúncias que a ele chegaram, tendo incontinenti acionado a Polícia Federal – PF, disso resultando a criação de Força Tarefa responsável pela Operação Lava Jato, que além dos órgãos citados, também envolveu a Procuradoria-Geral da República em Brasília e o Judiciário, especialmente o TRF 4 – Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado no Rio Grande do Sul, sob alegativa da existência de grave esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, com os trabalhos tendo sido iniciados em 17 de março de 2014 e vigorando até 1º de fevereiro de 2021, posto que em julho de 2020, o então Presidente Jair Messias Bolsonaro decretou seu fim, sob argumentação de que nada havendo que desabonasse sua “extraordinária gestão”, inexistia motivo para ser ela continuada. Seja ressaltado, por oportuno, que foram feitas rigorosas investigações contra diretores da empresa estatal, empresários, funcionários públicos, parlamentares e governantes, apoiadas pelos estamentos econômico, político, social e jurídico, e os depoimentos colhidos chegavam de imediato à imprensa, e opiniões imprecisas e distorcidas eram difundidas como se insofismáveis. Os escândalos se espalhavam com intensidade, e reputações enlameadas sem que houvesse compromisso sério com a veracidade dos fatos. A destruição do opositor, recompensa para endiabrados sem consideração, apreço e respeito pelo semelhante. Em realidade, a responsabilidade de apurar fatos, que todo veículo de comunicação sério deve ter, foi relegada, e tudo o que o pessoal de Curitiba repassava, sob a coordenação do juiz federal de primeira instância, Sérgio Fernando Moro, tido como definitivo e válido.


Não há como ignorar que qualquer esforço visando sanar vícios duradouros, bem-vindo; verificou-se, entretanto, que vários inquéritos, além de imprecisos e açodados, revelaram-se mal-intencionados, demonstrando estranha e confusa mistura entre estancamento de corrupção imparável, que fatalmente levariam acusados às barras dos tribunais e cárceres, e ganhos financeiros dos senhores responsáveis por levar avante o processo de renovação nacional. Em intermeio, promoveram-se festivais de canalhice e deboche contra os acusados, com sujeitos embevecidos, não porque nos tornaríamos moralizados e justos, contudo e principalmente pela excelente oportunidade de punição a rejeitados e intoleráveis adversários, enquanto assaltos aos cofres públicos não cessavam, porque quase impossível impedir que cleptomaníacos, sonegadores e organizações criminosas prosperem de forma ilícita, se de expedientes escusos vivem.


A ora, reportamo-nos a respeito de seletividade…


Tendo o acrônimo FHC aparecido na lista de possíveis denunciados, o “insuspeito” Sérgio Moro, peça-chave do extenso e controverso enredo, disse aos encarregados dos trabalhos que esquecessem o “cidadão honrado”, que um deles, porque se envolvido fosse como beneficiário do esquema, os rumos tomados poderiam ser modificados em razão de diversificação de foco. Para que a ira dos deuses, (ou de satanases), fosse satisfeita, que se cometessem as mais abjetas injustiças. Possivelmente raciocinavam eles: “quem deu vazão ou cabimento para que representante da ralé assumisse honrosa missão para a qual não considerado bem-vindo”?!


O impacto e as expectativas havidos com relação à Lava Jato, tamanhos, que a persona central foi enaltecida como expressão máxima de brasilidade, e quão grandioso seu endeusamento, que a sede onde se propagava o conluio, aclamada como “República de Curitiba”, algo como oásis de moralidade inserto em deserto de sensatez e honorabilidade. O líder incontestável e supostamente dotado de excelentes virtudes foi aclamado como o mais capacitado para elevar nosso país às alturas e torná-lo modelo de governabilidade para o mundo. Em razão da incrível dimensão adquirida e a enorme expectativa quanto aos feitos a serem obtidos, poderia ser comparado a um dos “Cavaleiros do Apocalipse”, feroz combatente de maus costumes, segador, que depois de expurgado o mal adviria reformulação de costumes, procedimentos, mentalidades e redenção da humanidade, agora avançada em todos os campos pensados, a florescer e colher benignidade e usufruir felicidade.


Superficial perfil do herói da “Região das Araucárias”...


Discreta indumentária preta, indicativo de sisudez, sobriedade e circunspeção, clássico estereótipo de filmes de western, protagonizado por sujeito calado e sério, que pela força das armas põe tudo em seu devido lugar. Aclamado por “indiscutível superioridade moral”, Moro ganhou o país; quem convidado para programas radiofônicos ou televisivos, e dele discordasse ou o censurasse, era repreendido e impedido de desenvolver raciocínio. Com forte discurso emocional, supunham, (os tolos), que o “vingador invencível” livraria o país dos terríveis males que o assolam desde o século XV. E o “homem honrado” encarnou com seriedade o papel que se propôs executar; aprovado por porção maior da sociedade, e guarnecido por forças econômicas, políticas e armadas contra empobrecidos e deserdados, cobrira-se de méritos e alcançara dimensão excepcional.


Seja esclarecido que, para angariar tanto prestígio, teve ele que abrir quantos caminhos, posto que impeditivo, segundo atribuições jurídicas, tornar-se o juiz natural da causa que lhe fora confiada, mas tanto fez, que atraiu para si a responsabilidade de inquirir Lula e todos os que de alguma maneira associados à Petrobras. Quanto ao petista, deveria ter sido julgado não pela 13ª Vara de Curitiba, onde Moro imperava, e sim na Justiça Federal sediada em Brasília, arranjo acatado pelo sistema judiciário, que nele enxergou imponente e ávido vindicativo, e o melhormente preparado para condenar e destruir o desafeto intragável; e apropriadamente cego, o sistema jurídico permitiu o triunfo da injustiça, como tantas vezes o fez, e nisso encontrou deleite, e inda mais, aproveitou o ensejo para passar óbvio recado, o de que os inconvenientes se comportem rigidamente, e se inocentes, e não tiverem como se defender de acusações falsas, em determinadas circunstâncias o ônus da prova, que legalmente cabe ao acusador, repassado para o acusado, que nem sempre possuidor de condições financeiras para contratar onerosos advogados; e no meio do rodamoinho formado, o petista foi alcançado pelo poderoso braço da lei, que usado para massacrá-lo.


Implacável campanha de desfazimento de boa imagem foi produzida contra o ex-operário que ousara reinar, enquanto a defensoria, fragilizada, porque seus argumentos nunca aceitos, vez que ele antecipadamente fora sentenciado. Em reuniões sociais, em grupos familiais e em outros locais, simpatizantes de Lula mantinham-se silentes, e quem com “nervos de aço” para enfrentar criaturas “probas e infalíveis”, além do mais irascíveis, enfurecidas e apopléticas, com ganas de matar, caso preciso, em nome de “Deus, da Pátria e da Família”, porque quem inclinado a cometer crimes arranja quaisquer pretexto para consumá-los, sem atinar que morrer pelo ideal de ser bom, (e que não seja preciso tamanho sacrifício), e de praticar benignidade, qual o Cristo exemplificou, ideal bíblico a ser seguido.


Há figuras petulantes e arrogantes que consideram a maior parte dos concidadãos abnóxios, peças descartáveis cuja valia, a de servir com gentileza e bom ânimo o patronato. Amantes da cultura e do modo de ser americano e de outros povos ditos avançados, se autodeclaram “patriotas” por se enxergarem os autênticos donos da “pátria”; possuídos por complexo de inferioridade, envergonham-se dos conterrâneos, de aqui terem nascido, quando muitos descendentes de europeus e asiáticos pobres, arruinados ou escravocratas, que de alguma forma venceram, principalmente com incentivo governamental, e que nada fazem em benefício de quem realmente precisado de apoio e estímulo para crescer, mui ao contrário, com o sucesso obtido, mal-agradecidos, rebaixam conterrâneos e os acusam de serem incompetentes, preguiçosos ou malandros, quando a gana de lutar, sobressair e vencer relevante em essas criaturas consideradas simples e sobretudo dignas. Quanto mais antigos os clãs e as tribos que evoluíram, bem mais encontrados vestígios de sangue, lares conspurcados e atos lastimáveis, que desornam a condição humana. Individualidades atrasadas desejam que os considerados inferiores ou fracassados enovelem-se e se recolham humilhados e não reajam a maus-tratos; impiedosos e despóticos, em mor porção com capacidade cognitiva limitada, jamais se tornarão notáveis, porque lhes faltam discernimento e capacidade de enxergar e interpretar o que passa, posto que faltos de entendimento.


O que realmente pretendiam Sérgio, sua trupe e os supremacistas? Impossibilitar que o bravo nordestino concorresse ao pleito de 2018, também que ele fosse definitivamente afastado da vida pública e de convívio social, e com isso seria facilitada a ascensão ao poder de alguém das estranhas do capitalismo, o que de fato sucedeu e, adiante, cogitava-se completa extinção do Partido dos Trabalhadores ou pelo menos torná-lo quão insignificante, ao ponto de não mais obter conquistas memoráveis. Perpétua dominação de senhores corruptores e corrompíveis, sem que satisfações ao público sejam dadas, é o que pretendem nababos, que em horas prolongadas a contar moedas sonantes quais cânticos angelicais, e atuar como implacáveis tiranos, e quando propensos a repouso e recolhimento, vivenciar com harmonia e intensamente o “dolce far niente”, sem culpas e sem traumas, com genuína alegria e intensidade e jamais serem contestados. Qual modelo de dominação mais desejável para um exclusivista que predomínio integral?


Sérgio, que frequentemente viajava para os Estados Unidos e participava de encontros reservados com o pessoal do FBI, atingiu suas expectativas. Na sentença referente a Lula, nada encontrando de desabonador contra tal pessoa, o condenou por cometimento de “fatos indeterminados”, modalidade de crime sem amparo legal e criada exclusivamente para condenar quem não deveria figurar em liberdade. O poder quando exercido por quem incomplacente e delinquente, bomba atômica que destrói o tecido social. A decisão lavrada contra o ex-líder sindical, duríssima, levaria anos para ser cumprida, e o TRF 4, insatisfeito com o que estabelecido, aumentou a pena, como se tivesse o verdugo sido compassivo, o que obrigou o colegiado por em ordem o que dispersado. Quanto a isso, como se prestam julgadores a cometer quanta irregularidade e iniquidade e deturpar o voto sagrado de proteger e praticar justiça. Por óbvio, Lula foi impedido de concorrer ao cargo de Presidente da República, por não ter sido possível contrapor o enorme rumor e o horror que se multiplicavam; de certo modo intimidado ou no papel de discreto apoiador ao que passava, o judiciário embarcou em canoa dourada, contudo vazada, que não tendo condições de prosseguir, encalhou em um mar de sujeira insuportável. As forças legais e democráticas inferiorizadas e atemorizadas não foram capazes de enfrentar a pútrida onda avassaladora, que supostamente atuava no combate à e pelo fim da corrupção, como se tal façanha possível, quando parcela considerável da humanidade deste princípio de milênio envolvida em excludente materialismo, incapaz de dominar-se ante a cobiça, e que para atingir seus intentos não se peja de perder a alma, o que compreendemos durante certo período, até que, em outra etapa, moralizados e redimidos possam os seres humanos conviver benignamente, sem que conste abismo a separar o senhor do escravo ou o herdeiro do deserdado, porque todos gozarão situações econômicas, morais, sociais e intelectuais símiles.


O modus operandi da Lava Jato, com intimidação, pressão psicológica, inclusive ameaças de violação sexual e de prisão, confisco de patrimônio e promessa de redução de pena e devolução de parte dos recursos confiscados, se o delator acusasse diretamente o “nine”, consoante tratado sem mínimo respeito e empatia o inimigo declarado, amostra do que ocorre a todo instante àqueles que sofrem baques ou vivenciam dramas ocasionados por deficiências congênitas ou adquiridas que lhes paralisam movimentos ou tolhem suas capacidades cognitivas; no caso do presidente, a zombaria por ter perdido o dedo mínimo da mão esquerda em oficina de trabalho, demonstra a fragilidade moral de criaturas ruins; a relação entre inquisidores e inquiridos, desde sempre, expõe lobos esfaimados a rugir forte, ao passo que cordeirinhos trementes, a se esconderem para não ser vorazmente tragados. Quando outrem em interrogatório, a pergunta de praxe: “o que você tem a dizer a respeito de Lula”? E aos que declaravam nada saber de desabonador, repetiam-se graves ameaças, e se as delações consideradas minimamente embasadas, acenavam os espertos inquisitivos com a possibilidade de que as penas dos denunciantes poderiam ser abrandadas, além de promessa velada ou declarada que outros benefícios poderiam ser acrescentados ao caso.


Passou o estadista 580 dias em uma cela na Polícia Federal em Curitiba, longe do afago da população e do aconchego familial, tendo como principal incentivo para vencer solidão insuportável, o canto metódico de seus seguidores, em que sobressaíam as frases: “bom dia, presidente Lula”; “boa tarde, Presidente Lula”; “boa noite, Presidente Lula”, e a companhia gratificante de amigos e advogados que o visitavam, e de livros que o inspiram e o norteiam no sentido de melhor compreender os meandros da política e se tornar bem mais lúcido e humanitário.


Relembramos outros fatos…


Antes de ser encarcerado, teve Lula da Silva o dissabor de perder a amada esposa Marisa Letícia em 3 de fevereiro de 2017, e em 7 de abril de 2018 foi posto fora de circulação. Durante a fase degradante ele sofreu a enorme perda do grande amigo Sigmarina, foi impedido de comparecer ao velório do irmão Vavá, porque a PF de Curitiba, a juíza da custódia de recursos, Carolina Lebbos, e o TRF – 4 deram pareceres contrários ao seu deslocamento, enquanto Dias Toffoli, por ele indicado para ser Ministro da AGU, e posteriormente do STF, não lhe autorizou comparecer às exéquias, permitindo-lhe, todavia, que se encontrasse com parentes em local reservado, o que não aceito, porque a despedida do mano querido lhe fora vetada, e isso o que para ele, naquele átimo, mais importava. Para culminar, seu netinho Arthur com apenas sete anos faleceu com infecção generalizada, tendo desta feita o avô comparecido ao velório, com tudo a transcorrer normalmente, o que pôs por terra os argumentos de que poderia haver sublevação promovida por correligionários durante sua permanência na necrópole.


Quem admite a possibilidade de que forças invisíveis atuem na ordenação do cosmos não se espanta com a ocorrência de determinados sucedidos, o que para muitos reputados como injustificáveis, inverossímeis, fortuitos, coincidências ou milagres, no entanto, em termos transcendentais, naturais, e o que aconteceu com relação a Lula…


Os minutos passavam céleres; a esperança murchava; e o céu, tomado por nuvens escuras, prenúncio de iminente catástrofe, quando em dado instante, um hacker de Araraquara, não simpático ao PT e fã de Sérgio Moro, bisbilhoteiro como todos eles são, buscando sondar com profundidade os “incalculáveis crimes” praticados por Luiz Inácio, enorme surpresa: descobriu que em realidade houvera complô judicial para imobilizar o petista ad aeternum das batalhas políticas, consoante diálogos travados entre os companheiros que escancaravam conteúdos golpistas relativamente às ações desenvolvidas. O que a trupe mambembe ansiava e planejara como apoteótico desfecho era que o herói improvável sumisse em uma quarta-feira de cinzas, desolado e esquecido, o que impossível de acontecer, porquanto vulto notável da história do Brasil, que será relembrado por séculos sem fim. Quem predestinado a cumprir um desiderato, não é relegado, não fica abandonado, e a bola a girar encontrou-o, e algo como uma voz soante a dizer-lhe: “levanta-te e vai servir teu povo com amor e entusiamo, porque ainda não cumprida nem finalizada tua missão”.


Chegara a estação de livramento do precioso pássaro engaiolado, porque escolhido para realizar voos fantásticos não poderia permanecer imobilizado, de comprovação da verdade, de contemplar “o sol da liberdade em raios fúlgidos ‘a brilhar’ no céu da pátria…”, e desembaraçado se apresentava o “guerreiro do povo brasileiro” para a multidão que o ama e o aplaude com amor tamanho e confiança sempre renovada em promissor devir. Era final de tarde de uma sexta-feira demais aguardada, oito de novembro de 2019, com a saída do presídio se dando por volta das 17h40. Chegara ao fim o calvário desnecessário.


Abrira-se excelente oportunidade para com responsabilidade e na companhia de compatrícios engajados em lutas lídimas no pleito seguinte o heroico combatente se credenciar levar avante o fadário da pátria combalida e direcioná-la para nobres objetivos, livrando-a de vândalos e sicários comandados por falso líder, que pregaram e incutiram na sociedade grave desconfiança com relação à lisura das urnas eletrônicas, que a vitória por eles obtida em 2018 não fora maior em decorrência de alta corrupção ocorrida, e como trambiqueiros tão incompetentes foram escolhidos para providenciar irreparável sujeira, se completado o serviço, o candidato deles derrotado quando, por lógica, deveria ter sido agraciado com os loiros da vitória!?


Achegava-se o ano de 2022, e os inimigos, por mais tentassem, não conseguiam aplicar nocivas e odiosas sanções, artimanhas e invectivas com tamanha toxicidade contra o espírito demais evoluído, capazes de abalar as estruturas jurídicas e políticas da nação. Fato: Lula, inocente, portanto apto a enfrentar urnas condignamente. Com fé nos correligionários, seguidores e eleitores, e confiante quanto às suas possibilidades, engalfinhou-se o “homem do povo” contra aquele que, em dia específico, confessara ser capitão de artilharia do Exército, com especialidade para matar, e como bem “cumpriu” sua tarefa, posto que durante o período da pandemia, mais de setecentos mil conterrâneos pereceram, quando se providências sanitárias cabíveis tivessem sido tomadas em prazo adequado, o número seria bem abaixo do que o drasticamente confirmado, valendo lembrar que, afora os Estados Unidos, que a direita tanto admira, o Brasil se sagrou o segundo colocado na terrível competição de vidas extintas. O caso é que, abertas as urnas e contados os votos, nos acréscimos do segundo tempo da porfia, na qual lances emocionantes e vibrantes sucederam, com golaço de pé canhoto, no alto do canto esquerdo e rente ao travessão, onde segundo antigos locutores futebolísticos, “as corujas dormem”, alcançava o humanista brasileiro retumbante e impressionante vitória e se tornava o trigésimo nono presidente da República.


Exclamam maléficos direitistas que o último pleito eleitoral não expressou o resultado verdadeiro, posto que eivado de falcatruas praticadas per os interessados no desfecho havido, e aceitas e compactuadas de bom grado por quem deveria zelar pela pureza do processo eletivo, o Tribunal Superior Eleitoral e a Suprema Corte de Justiça do país. Insistem os sediciosos em lançar calúnias, difamações e injúrias contra adversários, e que o atual presidente foi colocado no topo porque, de forma deliberada, instâncias jurisdicionais agiram de modo a glorificá-lo e seu competidor destroçar. A que ponto chegam delírio e negação da realidade, que revertem em mentiras apregoadas como se expressões lídimas de verdades inquestionáveis! Quanta irreflexão! Quanta barbaridade! Como alguém capaz de predicar quão perigoso e explosivo disparate, capaz de causar quanto estrondo e abalar consideravelmente as estruturas sociais?!


O que fartamente divulgado sem qualquer evidência, sem mínima comprovação, corrupção eleitoral, rematada tolice. Não atentam pessoas encerradas nas cavernas onde habitam que suas atitudes nocivas e o assédio moral produzidos acarretam imensos prejuízos psíquicos, emocionais e sociais e contribuem para o aparecimento de gente enfermada, que de ódio inflamada, disposta a combater em prol de afirmação de horror e do caos, enquanto outras figuras se aniquilam, porque não sabem ou não têm como reagir. Não reparam os furiosos “camaradas” que a engrenagem judicial simpática ao orbe ordenado sob rígido domínio e obediência plena e que em seu conservadorismo extremado delibera quantas vezes preciso contra a esquerda não reativa? Inconformados com a perda do poder, que lhes garante imponência e sensação de invulnerabilidade, homens comuns ou poderosos inda agora agem com excessiva truculência e odiosidade, reacionários que escandalizam e combatem feramente funcionários públicos que lhes podem algemar, sem medir consequências de seus atos, na vã suposição de que seus argumentos atraiam mentes turbadas, que multiplicadas, capazes de impor com selvageria e imensa crueldade, por tempo indeterminado, um modo de ser torpe indesejável.


Relembrando…


Ainda quando no comando da nação, o senhor que fora apagado deputado por quase três décadas, se propôs, em consonância com a equipe e as companhias que o cortejavam, planejar golpe de estado, que se bem-sucedido, o permitiria governar com mão de ferro até que vencessem seus dias infelizes, e quiçá a tirania se ampliaria através de seus filhos. No interregno, quantas ameaças e tentativas de quebra de normalidade surgidas, mas a inteligência suprema não consentiu que o povo vez mais fosse manobrado por mentes malignas e genocidas. Quanto ao fato, perder eleição faz parte da vida e do jogo político; perpetrar tentativa de abolição da democracia, no entanto, hediondo crime. Os sujeitos irresignados com os resultados conclusivos, seja repetido, elegeram o judiciário como o maior culpado pelo “vexaminoso” fracasso, e desde então calma e serenidade desapareceram de nossas casas, e intrigas e até assassinatos se reproduziram com intensidade. A fim de vencer as eleições por ele sim fraudadas, posto que bilhões de reais usados no convencimento de indecisos e eleitores vendáveis, Jair Messias Bolsonaro onerou em bilhões de reais os cofres públicos, impediu ou tentou impedir, através da Polícia Rodoviária Federal, PRF, que votantes em trânsito, mormente do Nordeste, chegassem a cabines de votação, além do que o empresariado e outros segmentos econômicos abastados e até mesmo pessoas comuns abriram cofres e carteiras gastas, e de lá retiraram, em profusão, cédulas e moedas destinadas a compra de votos, além de terem os patrões prometido gratificações e salários extras a seus funcionários, desde que aderissem à candidatura desesperada, algo tão acintoso, que causa perplexidade o TSE não ter tomado providências cabíveis para conter os abusos ou reduzir os impactos concernentes aos procedimentos indevidos, ficando o alerta no sentido de que nos próximos pleitos sejam inibidos ou interrompidos rompantes de gente que não consegue agir com hombridade e respeitar normas estatuídas, e isto com intuito de que eleições não sejam decididas com base em atitudes e comportamentos vis.


A cada ação, correspondente uma reação, e esta efetivamente ocorreu. Messias, (quão mal escolhido o nome), peitou a justiça com a braveza de quem se julga vencedor antecipado, propagou ter havido fraude na contagem de votos, incentivou seus asseclas que propugnassem por desconstrução da democracia, solicitou aos ministros militares que colocassem tropas com vistas ruptura constitucional, e confrontou a ordem política, jurídica e social, e seu empenho só não foi exitoso por detalhes e porque luminosas entidades não permitiram tal sucedesse. Confirmado o resultado, os partidários do Jair continuaram em “pé de guerra”, à espera de que as forças armadas e os Estados Unidos deflagrassem ruptura legal, o que felizmente não sucedeu. Venceu, com estreita margem de votos, o partido que clama por pacificação, moderação e conciliação; todavia, por mais que buscada união, os exaltados e imoderados oposicionistas continuam em permanente estado de guerra, e isto culminou em rebelião deflagrada em 8 de janeiro de 2023, motivo maior do aprisionamento em massa de iludidos e fanáticos rebelados, que supõem ser a terra plana e filósofo, Olavo de Carvalho.


A ascensão do fascismo ao poder em 2018 fez recrudescer animosidade e surgir figuras sinistras quais policiais, delegados, militares, religiosos e outros reprocháveis agentes armamentistas ou rentistas impacientes e impenitentes que, aos berros ou em tom um quanto contido, através de palavreado chulo e intimidatório, de balelas insustentáveis e opiniões infundadas revelam suas pavorosas e degradantes personalidades. A urbanidade, companhia inseparável de homens gentis, amena, serena e amiga do diálogo foi demais vilipendiada, e para se manter incólume, se tornou, se não arredia, bastante cuidadosa no trato com criaturas rudes ou desconhecidas. Para que enfrentar hostilidade, se em essência cultiva bondade e fino trato, enquanto o outro a lançar petardos e ameaçar de morte quem discordante de suas ideias mirabolantes?


Reflexo de loucura extremada expandida, polos políticos se engalfinham frente a frente em batalhas encarniçadas ou resguardam distância quando em confrontos ideológicos, em que a verdade some, e a poderosa mentira, desafiadora e intransigente, se engrandece, e muitas vezes vence o embate de ideias. O que se observa, o país pressionado entre civilização e barbárie; a violência atemoriza, aterroriza e se impõe através de grupos oficiais armados, milicianos, paramilitares ou agentes ligados ao tráfico de pessoas, de órgãos ou de drogas, porque para sujeitos desajustados e desregrados, a pecúnia, convincente, graciosa e poderosa deusa a ser honrada. Sem expectativas de se tornarem visíveis e considerados, de se livrarem de existências medíocres, e no afã de fugir de dias melancólicos e irrelevantes, certos sujeitos se deparam com promessas do crime organizado de que alcançarão prestígio e bem-estar econômico,`e por fraqueza moral, aderem ao chamado à delinquência que os escravizam e os afundam em práticas nocivas e condenáveis, que causam danos irreparáveis a si e à coletividade.


Combate efetivo a tentações golpistas, feito por meio do cumprimento de legalidade, respeito e valorização da democracia, que acolhe com afetividade bons e mal-intencionados. O regime democrático tudo suporta, exceto as falanges do mal, que atuam covarde e perigosamente com intuito de prevalecimento de regime discricionário, que insuportável e inaceitável, deve ser combatido com ampla e irrestrita intensidade. Em regime arbitrário a estrada se encontra preparada para acolher celerados que se alimentam de expedientes sórdidos e de trapaças. O roteiro a ser seguido, o que o bom senso e a dignidade indiquem, ou outro qualquer, conforme índole pessoal. Na última eleição para presidente, em que o país se mostrou dividido entre concepções antagônicas, ínfima parcela decidiu por manutenção da soberania popular, o que nos livrou da tirania, que se presume, ceifaria milhares de vidas e aprovaria a tortura como modelo expressivo de convencimento.


O lema “Terceira Via”, apropriado à plutocracia, inconformada com a perda do mando do campo, que a obriga seguir regras impostas por outrem, o que ela não suporta. Detentora de sólida estrutura patrimonial, e possuidora de vigorosos e poderosíssimos tentáculos, alcança longas distâncias, e quanto mais materialista e aferrada à pecúnia e sem integridade, sua diminuta corporação, capaz de cometer quantos desatinos com intuito de manter ou ampliar o status quo, que tudo querendo para si, nada oferece de útil em prol do povo sofrido. Ela se empenha na continuidade de existências bonançosas, navegar em águas tranquilas sem sofrer percalços, em constante equilíbrio e sem problemas ou aborrecimentos que empanem seu brilho solar. Visa usufruir delícias e sorver o último suspiro de prazer sem qualquer preocupação de cunho social. O melhor dos mundos, para ela, bem pouco, porque o universo, o que completa suas ambições incalculáveis. As imundices que expele e exala, os restos largados que à pobreza agita à cata de sobrevivência, e de forma ávida e humilhante, deliciam-na e a fazem se sentir bem mais poderosas, e do cimo de suas estupidezes cada componente brada a plenos pulmões: “sou rei!”, e remata: “eles merecem sofrer imensamente o que passam”!


O raciocínio de que “Terceira Via” é bom, lorota proferida por quem quer para si todas as praças, ruas, avenidas, vilelas e becos com ou sem saída. Em realidade, o que desejam os endinheirados, dispor do orçamento nacional e usufruir facilidades sempre acrescentadas, não lhes importando a maneira como adquiri-lo; o essencial, que os cofres públicos estejam sempre e convenientemente para eles disponíveis.


Em termos pragmáticos e definitivos, na política só existem duas estradas aprontadas, porque as demais inconclusas: a que seguida pela turma vencedora, e a outra, per a malsucedida, que, ultimamente, a do capitalismo à brasileira. Terceira Via é, pois, criação de quem não admite nem suporta paralisar em patamar inferior. Se a plutocracia há séculos no topo, por ora a “brava gente brasileira” sente o delicioso gostinho de se fazer representada e atendida por um dos seus, e se devidamente esclarecida, não permitirá que oponentes assumam o comando, nem possibilitará alternância de poder, porque não quer ser escravizada nem desmoralizada; intercalação, boa para quem em comando e péssima para quem o perde. O lema “governo do povo, com o povo e para o povo” só faz sentido se representa e se empenha no sentido de que todas as camadas sociais sejam contempladas, e quando direcionado aos interesses exclusivos da cúpula dirigente ou para o coletivo que a auxilia, exalta e sustenta, porque se beneficia do gerenciamento por ela exercido, fadado ao insucesso, porque seletivo, contribui para recrudescimento da pobreza.


A história demonstra que a elite é segregacionista e insensível à dor alheia, não tem condescendência nem altruísmo, combate com excessivo rigor, ferocidade e rancor os que a incomodam, age com desdém, trata com mesquinhez, lança desonrosos e depreciativos epítetos e amplifica fofocas e canalhices contra adversários, e tão vastos os delitos e quão pavorosos os crimes cometidos, que o céu cerra portas à sua presença e a geena a atrai como moscas que se engraçam por comidas estragadas. Para se manter no auge nada importa ao poder econômico os caminhos a serem percorridos, desde que seus integrantes permaneçam miliardários; o fundamental, ter absurdo domínio de tudo o que lhe atrai, sem comiseração, sem respeito, sem apreço, sem piedade para com os compatriotas, que abandonados, vivem por viver inúteis “vidas secas, difíceis e esquecidas. Na fase de escravidão oficializada, para justificar seu cancro moral, afirmavam os senhores que os negros eram bichos brutos sem alma, e assim sendo eles poderiam ser lanhados e chagados sem que os algozes fossem denunciados aos tribunais nem precisassem enfrentar o julgamento divino, e quantos elementos monstruosos cultuados como notáveis empreendedores, portadores de condutas ilibadas, dignos e fiéis representantes do Pai em este ambiente confuso e degradado, não mais que fariseus hipócritas que iludem incautos e constroem quantos templos de indignidade!


Tomemos tento a respeito do que passa; não nos deixemos envolver por quimeras ou cantos de sereia que nos arrastam a derrocadas. O que interessa ao Pedro Banqueiro não necessariamente proveitoso para Antônio Carpinteiro. Não sejamos vassalos ou submissos a vexaminosas vontades. Somos criação imortal e inteligente do Altíssimo; conscientizemo-nos acerca de nossas possibilidades, do que somos, pretendemos ser e podemos conquistar e realizar; busquemos bem mais do que o concretizado, e mantenhamo-nos firmes quanto a intrínseca integridade e a responsabilidade de ser; somos capazes de suportar barbáries e iniquidades sem desfigurar-nos, sem desintegrar-nos; dispomos de suficiente força de vontade para triunfar em um mundo que, qual triturador inimaginável, se dele não soubermos desviar, a pó nos reduzirá. Interesses diversos afastam ou aproximam desafetos ou afetos, e certamente para quem não observa limites para o que quer alcançar, déspotas são mais palatáveis que democratas.


Em estado democrático o povo é soberano, e se a maioria decidir que por cem ou mais anos determinada agremiação capacitada a bem gerir o futuro da nação, assim seja; contudo, sob coação, ameaça ou por utilização de brutalidade, devem tais iniciativas ser veementemente repelidas; inaceitável o estabelecimento de nova direção, que conquistada de maneira espúria ou por métodos escusos.

O que fundamental, o triunfo da ordem, e que todos tenham direito a existências condignas, contribuam honradamente para o sucesso coletivo, cumpram normas justas, promovam bem-estar geral e não mais constem dissonâncias, divergências ou antagonismos entre semelhantes, somente harmonia em um orbe renovado e regenerado.

José Periandro Marques

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