[Cá Por Causas] Inaceitáveis perdas de água dos transvases

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Paulo Constantino

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Aug 21, 2009, 8:55:27 PM8/21/09
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Acabei de ler uma notícia que me alarmou sobre o rendimento/perdas do transvase do Aqueduto Tejo-Segura realizado em Julho de 2009 para o Parque Nacional de Las Tablas de Daimiel.
Este artigo afirma que apenas 5% água enviada a partir do transvase Tejo-Segura (20 hectómetros cúbicos) foi recebida em Julho no Parque Nacional de Las Tablas de Daimiel (Ciudad Real), representando assim desperdícios inaceitáveis na ordem de 76% das precipitações de água da cabeceira do Tejo, com base nas quais elaboram os cálculos de excedentes de água com que justificam os transvases.
Estas perdas de água ocorrem por motivos de evaporação e infiltração ao longo de um percurso de 60 dias que a água demora para chegar ao destino por um percurso de 125 km. Imaginem que vão ao supermercado buscar um garrafão de 5 litros e que chegam a casa apenas com 1 xícara de chá (5 l x 5% = 0,25 l = 3 dl = 25 cl), iam continuar a comprar água que venha em garrafões cujos furos percam toda esta água?
O Governo espanhol enche o garrafão na cabeceira do Tejo para beber uma xicara de chá em Murcia a ver o mar, enquanto mata o Tejo e os seus ecossistemas e depaupera as economias locais a montante.
O Governo espanhol deve rever os critérios de cálculo dos transvases, sem alteração há 40 anos, visto que o sistema de transferência entre as cabeceiras do Tejo e a bacia do Segura previsto no Convénio Luso-Espanhol de 1968 determina um volume anual a ser transvazado de 1.000 hm3, cerca de 3 vezes superior aos transvases realizados no ano hidrológico 2005/06, em que as barragens de Entrepeñas e Buendía moveram para o rio Segura um caudal de 253 hm³, superior ao vertido pelo próprio Tejo (247,7 hm³).
Por outro lado, temos de dizer ao Governo Português que "Os volumes acordados na convenção da albufeira "SÃO EXCESSIVOS". Se considerarmos que o rendimento normal do transvase seja de 15% podemos afirmar que nesse ano terão sido desperdiçados 215 hm³ (253 x 85%) que correspondem a perdas de evaporação e infiltração de dimensões inaceitáveis numa estratégia de utilização eficiente da água.


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Publicada por Paulo Constantino em Cá Por Causas a 8/21/2009 10:15:00 PM

Paulo Constantino

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Aug 23, 2009, 9:02:24 PM8/23/09
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Acabei de ler uma notícia que me alarmou sobre o rendimento/perdas do transvase do Aqueduto Tejo-Segura realizado em Julho de 2009 para o Parque Nacional de Las Tablas de Daimiel.
Este artigo afirma que apenas 5% água enviada a partir do transvase Tejo-Segura (20 hectómetros cúbicos) foi recebida em Julho no Parque Nacional de Las Tablas de Daimiel (Ciudad Real).
Pressupondo uma taxa de rendimento semelhante nos restantes transvases isso representariam desperdícios inaceitáveis de 76% da totalidade das precipitações de água da cabeceira do Tejo, visto que 80% destas são transvazadas (76% = 80% x (100% - 5%)).
Estas perdas de água ocorrem por motivos de evaporação e infiltração ao longo de um percurso de 60 dias que a água demora para chegar ao destino por um percurso de 125 km.
Imaginem que vão ao supermercado buscar um garrafão de 5 litros e que chegam a casa apenas com 1 copo de águal mal cheio (5 l x 5% = 0,25 l = 3 dl = 25 cl), iam continuar a comprar água que venha em garrafões cujos furos percam toda esta água?
O Governo espanhol enche o garrafão na cabeceira do Tejo para beber um pequeno copo de água em Murcia a ver o mar, enquanto mata o Tejo e os seus ecossistemas e depaupera as economias locais a montante.
E será que os agricultores de Murcia estariam dispostos a pagar 20 litros de água por cada litro de água utilizada, responsabilizando-se pelo custo da água desperdiçada? E se acrescermos ainda o custo de amortização das infraestruturas que asseguram o transvase, as barragens e aquedutos?
O Governo espanhol deve rever os critérios de cálculo dos transvases, sem alteração há 40 anos, visto que o sistema de transferência entre as cabeceiras do Tejo e a bacia do Segura previsto no Convénio Luso-Espanhol de 1968 determina um volume anual a ser transvazado de 1.000 hm3, cerca de 3 vezes superior aos transvases realizados no ano hidrológico 2005/06, em que as barragens de Entrepeñas e Buendía moveram para o rio Segura um caudal de 253 hm³, superior ao vertido pelo próprio Tejo (247,7 hm³).
Por outro lado, temos de dizer ao Governo Português que os transvases acordados na convenção da albufeira são "LEGAIS" mas "EXCESSIVOS", porque apesar de estarem abaixo do limiar máximo votam o Tejo à escassez de água que tem apresentado nos últimos anos.
Não seria justo que para além do limite máximo de quantidades absolutas transvazadas existisse ainda uma proporção relativa mínima da precipitação da cabeceira do Tejo que seja obrigatório deixar afluir pelo curso natural do rio?
As instituições europeias promovem campanhas para uma utilização eficiente da água junto dos cidadãos mas mantêm-se passivas enquanto o Governo Espanhol ignora a Directiva Quadro da Água e desperdiça inaceitáveis quantidades de água em transvases ao longo de centenas de quilómetros cujas perdas por evaporação e infiltração atingem 95%.
A título de exemplo, no ano de 2005/2006 poderão ter sido desperdiçados 240,35 hm³ (253 hm³ x 95%) de água do Tejo, que seriam suficientes para suprir a quase totalidade das necessidades de consumo anual de água na região do Algarve no mesmo período, estimado em 262 hm³, in "Evolução do uso da água e gestão de recursos hídricos no Algarve na segunda metade do Século XX" de José Paulo Monteiro, Junho de 2006".
Alguém acha isto normal?

Paulo Constantino

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Aug 23, 2009, 9:04:10 PM8/23/09
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Acabei de ler uma notícia que me alarmou sobre o rendimento/perdas do transvase do Aqueduto Tejo-Segura realizado em Julho de 2009 para o Parque Nacional de Las Tablas de Daimiel.
Este artigo afirma que apenas 5% água enviada a partir do transvase Tejo-Segura (20 hectómetros cúbicos) foi recebida em Julho no Parque Nacional de Las Tablas de Daimiel (Ciudad Real).
Pressupondo uma taxa de rendimento semelhante nos restantes transvases isso representaria desperdícios inaceitáveis de 76% da totalidade das precipitações de água da cabeceira do Tejo, visto que 80% destas são transvazadas (76% = 80% x (100% - 5%)).

Estas perdas de água ocorrem por motivos de evaporação e infiltração ao longo de um percurso de 60 dias que a água demora para chegar ao destino por um percurso de 125 km.
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