O BRASIL DAS REFORMAS UNIVERSITÁRIAS

[alex]

Atualmente a sociedade brasileira se tem deparado com mais um projeto
de reforma universitária, chamado de REUNI, nas universidades
federais, o que tem mobilizado os estudantes universitários do país
inteiro, porem como o tema aborda, os estudantes tem se deparado com a
falta de visibilidade das suas reivindicações políticas, onde só
conseguem alguma visibilidade em casos isolados, como no da
manifestação da USP, no ano passado, onde a grande imprensa em sua
maioria a marginalizou, ou na ordem do dia, a manifestação dos
estudantes da UnB, onde devemos ressaltar que tudo começou através de
uma reportagem - denuncia da rede globo, onde evoluiu até ao
afastamento do reitor Timothy Mulholland do seu cargo, e da sua
convocação no senado, para dar explicações sobre o caso. Na história
do ensino superior brasileiro, o REUNI, é o terceiro projeto de
reforma universitária do país, pois, antes do REUNI, tivemos o projeto
de reforma universitária do governo do presidente João Goulart
(1961-1964), que era parte de um conjunto de reformas denominadas
reformas de base, o objetivo da reforma universitária do governo
Goulart era adaptar o ensino superior do país as novas exigências
criadas pelo desenvolvimento e a industrialização da economia
nacional, era um projeto que consistia em popularizar o ensino
universitário no Brasil, fazendo com que as classes populares
alcançassem o ensino superior, para que ele ficasse mais democrático,
ou seja, acabar com o seu elitismo, para que houvesse um
esclarecimento ideológico, formação cientifica e tecnológica alem da
cultura popular, pois, assim a reforma universitária que,
democraticamente e nacionalizando a formação cientifica de nível
superior, perimira ao país formar as novas gerações de que precisa
para realizar-se como nação moderna, propulsora e independente. Porem
esse projeto foi ceifado pelo golpe de 1964. Na ditadura militar, foi
elaborado um novo projeto de reforma universitária, que começou a ser
implantada a partir de 1968, tinha por objetivo acabar com a expressão
política dos estudantes, apolítizando as universidades, através de um
projeto tecnicista onde as universidades brasileiras adotaram o modelo
universitário americano, onde faz com que prevaleça a competição e o
individualismo, não somente entre os estudantes, com também entre os
professores, ou seja, acabando com o espírito coletivo nas
universidades brasileiras. Alem da adoção do modelo universitário
americano, a reforma universitária da ditadura militar tinha por
objetivo elitizar novamente o ensino superior brasileiro através da
tecnização do ensino médio, onde retirou o anseio das classes
populares de estudar nas universidades, assim ela acabou por se
transformar num reduto da classe dominante e da classe media. Nos fins
dos anos de 1990, começou a ser elaborada a atual reforma
universitária, em que o governo Lula a denominou de REUNI, que esta
sendo implementada atualmente, que é nada mais do que a finalização da
reforma universitária da ditadura militar, só que com algumas
mudanças, como a tentativa de popularizar o acesso ao ensino superior
por parte das classes populares, através de iniciativas como o PROUNI,
o sistema de reserva de vagas para estudantes negros, indígenas e
oriundos da rede pública de ensino básico (fundamental e médio) nas
universidades federais, porem o seu real objetivo consiste na
tecnização do ensino superior, através da implementação de carreiras
nas universidades, que são praticamente cursos de ensino técnico, da
implementação do curso a distância, onde debilita sensivelmente o
contato do estudante com a universidade, prejudicando a sua vida
acadêmica, fortalece mais ainda o espírito individualista do estudante
(um dos grandes objetivos da reforma universitária da ditadura), o
REUNI dará ênfase as carreiras das áreas de exatas, técnicas e
biológicas em detrimento das áreas de humanas e artes, ou seja, o
objetivo do REUNI é formar técnicos e não formar também estudiosos dos
problemas sociais do Brasil e do Mundo, a REUNI também tem por
objetivo aumentar o numero de matricular nas universidades
brasileiras, assim como também diminuir sensivelmente a qualidade do
ensino universitário, pois grande parte desse aumento de matriculas
será através dos cursos superiores a distancia, também através da
absorção desses estudantes pelas universidades particulares, através
de programas como o PROUNI, aonde uma grande parte do ensino dessas
"universidades" particulares são de qualidade duvidosa, pois o que o
governo deixa de arrecadar em impostos financiando programas como o
PROUNI poderia ser investido na melhoria e na construção de mais
universidades públicas no Brasil. Ou seja, o desafio dos estudantes
das universidades brasileiras é imenso, devido à conjuntura atual que
começou a ser edificado desde os tempos dos anos de chumbo da ditadura
militar, aliando o grande ideário neoliberal. Se o projeto de reforma
universitária do governo do presidente Goulart fosse implantado, a
situação seria diferente, pois alem do projeto de reforma
universitária, das reformas de base, do ideário nacionalista, do
próprio Jango, os estudantes e a universidade foram ceifados pelo
golpe de 1964, em prol da edificação de um sem numero de tecnocratas e
aprendizes de tecnocratas que dominam as universidades e o país. Como
disse o mestre Darcy Ribeiro: "DEUS SALVE O BRASIL"!