Le mardi 25 juin 2024 à 18:40 -0300, Bíblia Livre a écrit :
> Faltou incluir como problema o "a vós" que pode soar como "a voz",
> "avós" (daí a ARA utilizar "vós outros").
Tem algum texto bem referenciado dizendo ser essa a razão? Sempre
atribuí isso à tendência hispanizante dos revisores originais da
Revista & atualizada (imitando o ‘vosotros’).
> > - Preservação da forma de tratamento "tu" para Deus, sendo que o
> > pronome pessoal é de uso mais familiar/corriqueiro em algumas
> > épocas e culturas.
Na verdade isso é universal na língua portuguesa. Aqui no Brasil
percebemos menos pela confusão que fazemos entre pronomes e suas
conjugações. Mas ainda é universal. Observem alguns exemplos:
1. Quando eu era chefe, os técnicos tratavam-se por ‘tu’ (tu vai? tu
quer?), mas jamais o faziam comigo, chamando-me de ‘senhor’ (os mais
velhos ou mais educados) ou ‘você’ (os mais joviais, por assim dizer).
2. Viramos para um filho ou outra criança e falamos, por exemplo
‘senta, menino!’, mas para uma anciã dizemos ’sente-se, senhora’.
> > O uso de "tu" como tratamento de respeito a Deus
> > é apenas no meio religioso (o dito "crentês).
Nem no meio religioso isso é majoritário. A maior parte dos
brasileiros ainda se considera romanista, e em vários textos
romanistas, principalmente litúrgicos, usa-se para Deus o vós
majestático.
> > - acréscimos de pronomes de tratamento "o senhor" para seres
> > humanos em traduções como a NAA, NVI, NVT, NTLH, que podem causar
> > confusão ao leitor, potencialmente induzindo-o a acreditar que o
> > texto se dirige a Deus (o Senhor).
Em tese pode-se minorar esse problema restaurando o nome de Deus (Javé
ou alguma outra forma de Yahweh).
> > Essa abordagem é muito semelhante à utilizada nas traduções
> > portuguesas Bíblia Para Todos e O Livro.
Obrigado por mencionar isso. Achei isso muito curioso e comparei-as,
cada uma tem uma abordagem um pouco diferente, por exemplo Gn ix:2:
BPT: ‘Todos os animais selvagens e as aves, tudo o que se move na
terra e os peixes do mar hão de tremer de medo diante de vós. Todos
eles ficam sujeitos ao vosso poder… ⁴Mas não devem comer a carne sem
lhe tirar primeiro o sangue, que é a base da vida.’
Livro: ‘Todas as criaturas da Terra, assim como os pássaros e os
peixes, terão medo de vocês”, disse-lhes Deus. “Porque coloquei-os sob
o vosso domínio… ⁴Mas nunca comam a carne com a sua vida, isto é, com
o sangue.’
Ambas conjugam o ‘vocês’, mas O livro mistura ‘vocês’ com ‘vosso’,
enquanto a Para todos usa ‘vós’ em vez de ‘vocês’ — mas, repito,
conjugando na terceira pessoa.
Não lembro de ter reparado nisso quando trabalhei em
Moçambique, minha impressão é de um uso mais consistente da terceira
pessoa, inclusive do plural. Mas poderia ter sido um cuidado extra
dos moçambicanos pela deferência que nos tinham, ou memória ruim
mesmo, já há quase vinte anos que estive por lá. Há alguma explicação
ou exemplos textuais de qual o uso corrente em Portugal? Mais por
curiosidade, não creio que seja sábio copiá-los — quando tentamos o
resultado foi a excrescência da Revista & atualizada.
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