opas

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Felipe Fonseca

unread,
Jun 10, 2008, 8:48:20 AM6/10/08
to barcam...@googlegroups.com
ei barcampeirxs... não escrevo muito por aqui, mas escrevi um post
sobre algumas coisas, e queria saber a opinião de vocês. é sobre
sustentabilidade da criatividade, na seqüência de uma conversa
longa que já tem uns anos...

http://efeefe.no-ip.org/blog/processos-criativos

agradeço as críticas, ignoro os elogios, daquele jeito ;)

--
FelipeFonseca
~motw qual a diferença entre fé e crença? ~
http://weblab.tk - casa boa
http://efeefe.no-ip.org - cara feia
http://mutirao.metareciclagem.org - velhas novas

Daniela Osvald Ramos

unread,
Jun 10, 2008, 10:51:18 AM6/10/08
to barcam...@googlegroups.com
Olá Felipe

Acho que há um grande medo ancestral de movimento ao desconhecido
nesse papo de "só pensam em trocar livremente seus programas'". Tá, e
daí? Não vejo muita saída nesse papinho de "retenção de feudos", que
no final é isso que o Lovink está defendendo. E como ganhar dinheiro?
Ninguém sabe, como se vai saber hoje, enfim, há várias especulações. A
Prisacom na Espanha não ganha dinheiro com conteúdo online mas com
serviços e produtos, no Jornalsmo por ex, as pessoas não pagam e nem
vão pagar por notícia. Mas pagam por um ringtone para o celular que
ninguém tem. Sei o que o assunto do post é outro, mas acho que dá para
fazer algumas conexões...

E isso de criatividade, criativiade é sobreviver com um salário mínimo
por mês, o resto é puro capitalismo.

Besos
Dani

2008/6/10 Felipe Fonseca <felipe...@gmail.com>:

Pedro De Conti

unread,
Jun 10, 2008, 12:57:40 PM6/10/08
to barcam...@googlegroups.com
Bom, vou tentar me focar no último parágrafo pra não ir muito longe rsrsrs...

"É claro que no Brasil, onde "criatividade" só dá dinheiro no mundo do jabá e na indústria da publicidade, onde nunca pareceu realmente viável viver da própria criatividade sem se vender para o mainstream e a galera já tá acostumada a viver de bicos aqui e ali, é mais fácil ignorar a questão de como se sustenta o mercado "independente".

Citando Luiz Alberto Mendes, 55, autor do livro Memórias de um sobrevivente:

Ontem desejei ser escritor. Isso não dá certo em nosso país. Se alguém se disser escritor, vou perguntar: "E vive de quê?". Passei cinco anos escrevendo, revisando e reescrevendo um livro. Lançado pela Cia. das Letras, foi finalista do Prêmio Jabuti de 2006. Esse é o concurso literário mais conceituado do país. No entanto, no trimestre passado o livro me rendeu somente R$ 5,30.



Na verdade, nem sei se consigo acreditar na existência de um "mercado independente" no Brasil. Existe o jabá, depois uma parte do mainstream que tem cara de independente, e um bando de gente que não ganha nada, e ponto.

Citando você:

 Falei do tecnobrega no Pará

E aí vem outra questão: será que a gente vai continuar com o complexo de Daslu e tentar copiar um modelo que já não funciona na Europa, ou vamos ir mais a fundo e assumir nossa natureza um pouco mais aberta e colaborativa pra propor modelos econômicos além da oposição "distribuir de graça" x "transformar em conteúdo e cobrar pela distribuição"?"

Bom, acho que essa é a grande questão, porque afinal de contas a gente teve de esperar que iniciativas como o copyleft ou creative commons fossem criadas lá fora para que fatos como esse NYT: "Gilberto Gil ouve o futuro, com alguns direitos reservados" se tornassem manchetes?

Será que não podemos tomar uma iniciativa que vá contra a maré? Por mais inovadoras e até mesmo revolucionárias que sejam as iniciativas do
copyleft ou creative commons, elas partem de onde sempre partiram as iniciativas... E na minha opinião a preocupação do Lovink assim como a da flexibilização dos direitos autorais é remendo novo em pano velho, eles tentam entender como se dará essa transição e como atenuá-la para que consigam manter os seus tentáculos ($$$) sobre o mundo... por mais orwelliano que isso possa parecer é o que eu tenho percebido.

Se o Linus tivesse se preocupado com o $$$ antes de enviar a famosa mensagem para a Usenet não teríamos o Linux...

Também não acho que a gente deva ir tocando em frente sem parar para se perguntar como
imaginaram como profissionais criativos poderão sobreviver
mas é que a resposta pode estar tão distante desse sistema que agora vivemos ($$$) que a gente ainda só consegue vislumbrar algumas formas...

Citando o Blog do Lúcio Ribeiro...

* SUECOS DO IT BETTER – Um grande material sobre "rock sueco" vai aparecer aqui num futuro próximo, mas vale destacar já uma iniciativa de sete gravadoras independentes suecas que está tirando o sono das, digamos, "grandes gravadoras". Encabeçadas pelo ótimo selo I Made This, as sete organizações indies fundaram o movimento The Swedish Model, com o lema "Your Fans Are Belong to Us", que corre o país discutindo novas formas de ganhar dinheiro com a indústria da música, porque do "velho jeito" já era. Totalmente a favor de as pessoas pegarem música de graça via Internet, o projeto indie-sueco parou de brigar contra o download faz tempo e lançou campanha européia que defende atitudes "subversivas" para os padrões de sempre, como "compre a camiseta da banda e ganhe o disco dela", "compre o ingresso do show e ganhe um disco de remixes". A música em si "quase" saiu do foco. A discussão é profunda. A gravadora I Made This, por exemplo, tem um departamento com especialistas em televisão e cinema, montado exclusivamente para tentar "vender" as músicas das bandas do selo para seriados, comerciais e filmes.

Isso são só alguns aspectos do Modelo Sueco...

o que me preocupa mais nessa conversa toda é que a gente percebe claramente que para a arte e a tecnologia da informação essa revolução é um fato (http://marcogomes.com/blog/2008/eu-faco-parte-da-revolucao/)... mas será que irá parar por aí? porque se a resposta for sim, realmente é melhor a gente começar a pensar em como iremos ganhar dinheiro... princpalmente em um país onde a cultura é um dos principais tesouros...

abs



2008/6/10 Daniela Osvald Ramos <dos...@gmail.com>:



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