Texto de um redator desiludido
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Texto de um redator desiludido
Desista.
Se não gostou do título, desista. Quem foi que disse que não se compra
um livro pela capa? Ou que não se lê um texto pelo título? Bom, se não
desistiu, ainda é tempo. Ou quem sabe mais pra frente. Desista. Vou
repetir muito essa palavra nesse texto. Meu intuito, no final das
contas, é fazer com que você desista.
Desista.
Então, você quer trabalhar com publicidade? Desista. Todos os anos,
milhares de pessoas como você tentam entrar no maravilhoso e glamuroso
mundo da publicidade. Eu disse milhares, percebeu? São pessoas que,
como você, odeiam números (não poderiam nunca ser engenheiros,
matemáticos, astrônomos, físicos nucleares, vendedores de título de
capitalização), desmaiam quando vêem sangue (fazer medicina,
veterinária, enfermagem ou virar açougueiro, nem pensar) odeiam
estudar demais (direito, administração, economia, e qualquer outra
profissão que exija um mínimo de esforço ou um teste para se formar
estão fora de questão) e querem ganhar dinheiro rapidamente sem
trabalhar demais. Desista. Como eu já disse, são milhares de folgados
como você. Talvez com um pouco de esforço, você se torne um caolho
numa terra de cegos, mas isso nunca fará de você um rei. Desista. Se
você escolheu publicidade como sua profissão, deve ser de uma família
relativamente estabilizada na vida e pode ser sustentado pelo papai
até os 30. E um dia quem sabe, até virar herdeiro. Mais fácil, não?
Desista.
Você acha que tem o dom, muito jeito pra coisa? Desista.
Bom, se você não se abalou com aqueles pseudo-insultos do primeiro
trecho do texto e continua a ler, parabéns. Há outros motivos para
desistir. Vamos falar das possibilidades por exemplo. O mercado
publicitário é um ovo. De codorna. Não pelos seus atributos viris, mas
sim pela dimensão. Se pensarmos que a maior agência do Brasil não
suporta mais de 300 funcionários (contando com os seguranças,
copeiras, ascensoristas, pessoal do administrativo e financeiro, mídia
e todas aquelas áreas que não servem pra nada), já podemos ter uma
idéia de como vagas são mais raras do que neurônios em cabeça de
cliente. Claro, existem muitas agências pequenas, mas nessas, quem
quer trabalhar? Todo mundo quer trabalhar na criação da Almap, ou da
DM9, ou de uma agência que valha a pena. Eu nunca ouvi alguém me dizer
que entrou na faculdade de publicidade por que sonhava em ser mídia da
J. Cocco. Enfim, as vagas são pouquíssimas e dificilmente você vai
conseguir chegar perto de qualquer coisa que possa parecer um sonho de
emprego. Talvez nem mesmo de um pesadelo. Desista. Na Volkswagen
trabalham mais de 20.000 pessoas, lá deve ter uma vaga pra você.
Você tem talento. Não é um folgado. É batalhador. Desista.
Vamos supor que você ainda não tenha desistido de ler este texto e até
consiga um estágio numa agência. Por méritos próprios, claro. Porque
se você conseguiu entrar porque é filho/parente/vizinho/amigo de
alguém da agência ou do cliente, desista. Isso pode até te colocar lá
dentro, mas só vai fazer com que você tenha uma vida lastimável.
Ninguém gosta de "peixe". Mesmo que você mereça ou seja competente,
sempre será visto como alguém que precisa de um pistolão pra conseguir
o que quer e nunca será respeitado. Se era assim que pensava em
entrar, desista. Voltando ao exemplo do pobre sofredor que, por
méritos próprios, conseguiu entrar numa agência interessante, até que
grande, com contas boas. Aproveite e faça amigos. Afinal, depois de um
ano como estagiário (esqueça, você não vai ser efetivado) é só o que
você vai conseguir por lá.
Emprego, dinheiro, promoção.desista. A realidade das grandes agências
é mundialmente complicada. Pro diretor de criação da BBDO de Kuala
Lumpur contratar um estagiário, mesmo que ele seja o ó do borogodó,
ele tem que pedir autorização para o Diretor de Criação da BBDO Ásia,
que vai pedir autorização para o Diretor Financeiro da BBDO Ásia, que
vai pedir autorização para o Diretor Mundial de Operações da BBDO, que
vai mandar um fax para o Diretor Financeiro da Omnicom que vai colocar
o fax em cima da mesa do Presidente Mundial da Omnicom, que, ao ler
aquele fax vai colocar junto com os outros todos pedidos de efetivação
ou contratação de gente numa pasta e depois vai mandar um e-mail para
todos os funcionários do grupo Omnicom, que controla a BBDO, a DDB e
outras tantas, dizendo que "estamos num momento de crise mundial e que
nenhum funcionário deve ser contratado sem a prévia autorização
pessoal dele e que o ideal seria que os quadros fossem reduzidos em
20%. E que os lucros crescessem pelo menos 15%." Sem comentários.
Desista.
Criar campanhas, defender marcas, promover cases de comunicação.
Desista.
Embora queira pular no meu pescoço por eu ser um derrotista, um
pessimista, um recalcado que nunca conseguiu trabalhar na criação da
Almap (onde você também não vai conseguir), você ainda continua a ler.
Acho bom, pois eu ainda tenho argumentos para fazer com que você não
perca tempo (como o que está perdendo agora lendo esse texto) e
desista. Vou deixar de dar minha humilde opinião para deixar que você
mesmo chegue às suas conclusões. Só peço que você se faça uma
pergunta: por que diabos você quer trabalhar com publicidade?
Dinheiro? Desista. Foi-se o tempo em que se ganhavam salários
fabulosos nesse mercado. O mais provável é que você talvez chegue na
casa dos R$ 1.500 mensais (sendo muitíssimo otimista) e por lá fique o
resto da vida. É mais provável ganhar dinheiro com aquelas propostas
que dizem "Ganhe dinheiro a partir de casa" do que com publicidade.
Fama? Sucesso? Desista. Pergunte para qualquer pessoa normal se ela
conhece algum publicitário. Talvez ela cite o Olivetto, ou o Nizan, no
máximo o Roberto Justus. Marcello Serpa? Nunca ouviu falar.
Publicitário só é famoso no meio. Não me parece que ser conhecido por
um número de pessoas que não encheriam o estádio do Capiberibense de
Mossoró seja o ideal de alguém que queira ser famoso. Realização
profissional? Essa é a mais engraçada. Desista correndo. Trabalhar com
publicidade é das coisas menos interessantes e relevantes que existem.
O que as pessoas fazem quando vêem TV e começam a passar os
comerciais? Trocam de canal. O que fazem na revista quando vêem um
anúncio? Viram a página. Outdoor vá lá, parado no trânsito a gente até
vê. Mas porque é obrigado, não porque quer. É um trabalho que só é
importante pra quem faz. Nem quem aprova e paga aquilo liga de verdade
pra isso. Os clientes (por si só, um dos maiores motivos pra se
desistir de pensar em trabalhar com publicidade) fazem de tudo para
que os anúncios sejam cada vez menos interessantes e relevantes. Isso
porque a vida deles gira em torno de um sabonete, de um cigarro, de um
carro. É, existem coisas menos interessantes pra se fazer do que
trabalhar em agência. Ser cliente é muito mais estúpido. Já pensou
poder contar pros seus netos que durante dez anos da sua vida você só
falou de sabonete?
Prêmios? Claro, aí tenho que dar o braço a torcer. Quem é que não quer
ganhar uma estátua dourada breguíssima com a cabeça de um leão que nem
pra segurar livros serve? Experimente dizer pra alguém que não conhece
publicidade que você já ganhou dez leões em Cannes. Provavelmente a
pessoa, depois de tentar entender porque diabos você está falando com
ela, vai dizer. "Coitado, dão muito trabalho? Manda pro zoológico.".
São prêmios inúteis, que são bem um reflexo da profissão. Já pensou se
um cientista ganhasse o prêmio Nobel com uma pesquisa que não deu
certo, mas que se desse, seria ótima? Uma pesquisa fantasma? Ou um
ator que ganhou o Oscar por um filme que não foi rodado, mas que se
fosse, seria fantástico? São prêmios e mais prêmios, todos pra tentar
fazer com que as pessoas que trabalham com isso achem que, afinal de
contas, não são tão inúteis. É a famosa terapia do auto-engano. Fazer
a diferença? Desista. Um médico faz a diferença. Salva vidas, cura se
for bom, mata se for mal. Um engenheiro, um arquiteto, ao construírem
uma casa, um edifício, seja lindo, seja horroroso, fique de pé ou
caia, fazem a diferença. São coisas palpáveis. Úteis. Necessárias. Uma
professora faz a diferença. Um gari. Um flanelinha. Uma puta. Todos
podem um dia dizer que o que fizeram, fez a diferença. Um
publicitário.nem com muito esforço. É a profissão mais inútil que
existe (depois de ser cliente, mas entramos no mesmo círculo de
inutilidades). Há 100 anos não existia a praga do marketing e ninguém
sentia falta. Se amanhã um vírus mortal que se espalha através de
layouts matar 99% da população de publicitários do mundo sabe o que
acontece? Nada. Ninguém vai sentir falta. O mundo vai até ficar mais
bonito e divertido sem aquela poluição visual toda e sem aquelas
coisas chatas entre os programas de TV e notícias de jornal.
Bom, você continua lendo. É, eu não imaginava outra coisa de alguém
que não tem nada melhor pra fazer da vida e vai tentar fazer carreira
em publicidade. Mas você deve estar se perguntando (ou não, mas sabe
como é, publicitário adora achar que pensa que sabe o que os outros
pensam): se eu acredito em tudo isso que eu escrevi, porque é que EU
não desisto? E quem foi que disse não? Eu desisti. Só que eu demorei
anos pra perceber aquilo que, espero, você tenha percebido só lendo
esse monte de besteiras que eu escrevi. Mas como você é muito esperto
e sabe que com você vai ser diferente, boa sorte. Eu vou aproveitar
minha vida. Espero que daqui a alguns anos você possa aproveitar a
sua.
Davi Amarante
Ex-Supervisor Criativo
Ex-Edson, FCB - Lisboa
Charles Pilger
"Se você acha educação cara, tente a ignorância." - Derek Bok, ex-reitor de Harvard
Antonio Jozzolino
O ideal é entrar no início do desenvolvimento e sair no máximo na estagnação. Quem quer ser vendedor de máquina de escrever hoje em dia?
--
Antonio Jozzolino
www.sgd.com.br
Irapuan Martinez
> O ideal é entrar no início do desenvolvimento e sair no máximo
> na estagnação. Quem quer ser vendedor de máquina de escrever
> hoje em dia?
Em 1998, 1999, o mercado de search engines estava estagnadinho de
verde e amarelo. Sites como o Aonde.com ou Cadê? eram tão importantes
quando um Yahoo!, Lycos ou Altavista.
Até que surgiu um tal de Google.
Sabe, ninguém hoje em dia vai vender máquinas de escrever. Até, claro,
alguém reinventar o mercado.
=x=x=
Texto genial, 100% real - palavra de um ex-publicitário. Hilário na
parte "vírus que se espalha por layouts". Poderia haver um que se
espalha pelo Dreamweaver.
Marcelo Linhares
>
> O ideal é entrar no início do desenvolvimento e sair no máximo na estagnação. Quem quer ser vendedor de máquina de escrever hoje em dia?
Sim, de fato, mas o que tenho visto é uma "invenção" de cursos
superiores que justificam novas profissões, por exemplo, "Engenheiro
de Informação", "Relações Internacionais", "Comunicação Assistiva",
"Cuidadores de Idosos", entre outros.... que na verdade, nunca houve e
nunca haverá demanda. A mercantilização do ensino superior gerou essa
falácia, e concordo com o portuga, o mercado de Publicidade e
Propaganda é bem inferior ao tanto de universitários que estão se
formando. O mercado de Relações Públicas então, nem se fala, não
conheço um RP com formação empregado, os que conheço não se formaram
em RP.
Em uma universidade conhecida aqui em BH, uma turma de formandos do
curso de "Relações Internacionais" entraram na justiça contra a
universidade, motivo? Nenhum formando conseguiu emprego na área... E
quando você vai ler os cadernos de vestibular, eles insistem em dizer
que o mercado está aquecido, que faltam profissionais para trabalhar
na área, etc... etc...
Não se assustem se daqui a pouco começarem os cursos superiores de:
"Desenvolvimento WEB com ênfase em Arquitetura da Informação" ou
coisas do tipo....
Antonio Jozzolino
É cruel e maquiavélico, mas é ganhar dinheiro com o desespero alheio, vendendo sonhos. Simplesmente não há lugar ao sol para todo mundo, não importa os cursos que você faça, ou, mais atualmente, o doutorado que você faça.
Ou você faz cursos em faculdades de primeira linha, ou não faz nada (estou exagerando aqui, ignorem), pois os empregos que importam mesmo só vão estar disponíveis para quem fez USP, Unicamp, etc.
Quem contrata pode se dar ao luxo de escolher.
PS: Quero deixar claro que sou favorável ao ensino tradicional, a cursar faculdade, fazer mestrado, doutorado, e tudo mais. Mas é importante ESCOLHER bem a instituição, senão é jogar dinheiro fora mesmo.
--
Antonio Jozzolino
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> -----Original Message-----
> From: ar...@googlegroups.com [mailto:ar...@googlegroups.com] On Behalf
> Of Marcelo Linhares
> Sent: Tuesday, March 18, 2008 7:33 PM
> To: ar...@googlegroups.com
Antonio Jozzolino
"Não gasta energia elétrica é anti-hacker"...
--
Antonio Jozzolino
www.sgd.com.br
> -----Original Message-----
> From: ar...@googlegroups.com [mailto:ar...@googlegroups.com] On Behalf
> Of Irapuan Martinez
> Sent: Tuesday, March 18, 2008 7:14 PM
> To: ar...@googlegroups.com
Antonio Jozzolino
Não acho que esteja estagnado, nem hoje, nem em 98, pois há muito a ser melhorado. O santo graal é a semântica, que não vai rolar tornando a web mais semântica, e sim com search engines com inteligência artificial. Então, ainda tá na curva de crescimento esse mercado.
--
Antonio Jozzolino
www.sgd.com.br
> -----Original Message-----
> From: ar...@googlegroups.com [mailto:ar...@googlegroups.com] On Behalf
> Of Irapuan Martinez
> Sent: Tuesday, March 18, 2008 7:14 PM
> To: ar...@googlegroups.com
Irapuan Martinez
> E hoje, como você acha que está? Estagnado? Google reinando absoluto?
> Mas a receita publicitária vem decrescendo...
Mas a empresa ganhou alguns garaminguados e de quebra, promoveu uma
revolução na web. O Google está para a web o que a Apple está para os
dispositivos eletrônicos.
> Não acho que esteja estagnado, nem hoje, nem em 98, pois há muito a ser
> melhorado.
http://scyllamazzillo.multiply.com/market/item/5
O problema é aonde saber que pode ser melhorado. Talvez o Google nem
saiba. Acredito que fazem um trabalho consistente, e que por extensão
dessa consistência, as soluções para problemas que não sabíamos que
teríamos, aparece para eles largarem na frente.
> O santo graal é a semântica, que não vai rolar tornando a web
> mais semântica, e sim com search engines com inteligência artificial. Então,
> ainda tá na curva de crescimento esse mercado.
Se alguém me pagasse uma Stella Artois toda vez que vi esta cantilena
"a web semântica é o futuro", eu já teria morrido de cirrose.
Todo fala isto, mas ninguém sabe dizer como. Microformats, uma
proto-semântica, depois do quê que caiu no radar, uns 4 anos, é que o
Yahoo! está adotando.
Saber que a martelada precisa ser dada, todo mundo sabe. Aonde é que são elas.
Leonardo Faria
> Se alguém me pagasse uma Stella Artois toda vez que vi esta cantilena
> "a web semântica é o futuro", eu já teria morrido de cirrose.
acrescente a sua lista pra cirrose SVG e aqueles iconezinhos hcard
--
Leonardo Faria
leonardofaria.net
Antonio Jozzolino
HTML é obrigatório. Mas o sucesso do IE, além do fato dele ter sido distribuído com o windows 95, vem do fato dele ser um browser mais tolerante, até com tags não fechadas, comparando com o Netscape da época. Ele corrige a falha do programador.
Portanto, esperar que todo mundo vá se comportar bonitinho e adotar os padrões que tornarão a web mais semântica e organizada é utopia, IMHO.
Mas, como você falou, uma melhoria pode estar na cara e ser mais simples do que supúnhamos. Como Page Rank do Google.
--
Antonio Jozzolino
www.sgd.com.br
> -----Original Message-----
> From: ar...@googlegroups.com [mailto:ar...@googlegroups.com] On Behalf
> Of Irapuan Martinez
> Sent: Tuesday, March 18, 2008 11:04 PM
> To: ar...@googlegroups.com
Irapuan Martinez
> Portanto, esperar que todo mundo vá se comportar bonitinho e adotar
> os padrões que tornarão a web mais semântica e organizada é utopia,
Há o excelente incentivo de se adequar o conteúdo para funcionar como
promete a semantic web. É XML. XML só serve para alguma coisa se
estiver padronizado.
(Me lembra da primeira vez que a Webinsider disponibilizou feed. O XML
era qualquer coisa, menos algo que lembrasse as convenções para feed.
Ficou alguns meses o link, até que o Jonas Galvez ficou com pena e
consertou para eles. Mas o que importa no web design - e eles são
mestre em perpetuar isto - é disponibilizar um recurso, sem exatamente
pensar pra quê)
O feed é um exemplo que há interesse em padronização.
Mas ele completou uma roda composto pelo tripé 1) Ter o recurso
disponível; 2) Haver agents/clients que o processem; 3) Obter alguma
vantagem dos dois primeiro.
Web semântica falta responder o item 2 para pelo menos, fazer um 3 com
algum sentido. Sim, já há web semântica pela internet a fora. O XHTML,
por exemplo. Feeds, cujo o nome em essência é RDF. Já demos a guinada.
Só não fomos picada a dentro pois falta alguém para desbravá-la.
(E há se fosse tão fácil e produtivo quanto abrir uma picada numa mata)
> Mas, como você falou, uma melhoria pode estar na cara e ser mais
> simples do que supúnhamos. Como Page Rank do Google.
Vamos observar o mercado. O Google já goza de um prestígio suficiente
para se fazer de Microsoft e lançar padrões - felizmente, nos que
atreveu, são iniciativas abertas: OpenSocial ou Android, por exemplo.
O catatal de APIs que ele disponibiliza.
Parece meio óbvio que, quando ele focar na web semântica, então a web
será semântica.
Mas porquê até hoje não é? Estão estudando a tecnologia? Não parece
ser coisa do Google, que lançou um uso maciço de XMLHTTPRequest para o
Gmail, antes disto não ser mais do que uma curiosidade que não possuia
beautiful degradation.
SVG, por exemplo. Se o Google lançasse as suas API geográficas
utilizando este formato, o SVG viraria padrão de mercado. Nunca lhe
apeteceu. Para a empresa mais importante da web e maior empresa de
mídia do Globo, isto nos faz pensar sobre o qual é o problema com o
SVG.
Nada disto se confirma, com web semântica e SVG. Google tem um
trabalho monstro com o Orkut, que não serve para absolutamente nada; a
não ser dar dor de cabeças com processos legais. Entretando, ela
continua investindo. Mas não nestes recursos de XML, semantic web e
SVG.
Por quê?
Irapuan Martinez
> Se alguém me pagasse uma Stella Artois toda vez que vi esta cantilena
> "a web semântica é o futuro", eu já teria morrido de cirrose.
Ninguém me contestou. Isto é um forte indício.
Quando eu comecei a papagaiar que era errado usar <table> para layout,
choveram pedras em mim. Das coisas mais carinhosas que me chamaram foi
de "xiita insano". Natural, o mercado estava seguro com seus
spacer.gif. Traziam-lhes conforto e segurança. Nada se deveria ameaçar
o que eles conhecia.
Mas falar mal da semantic web, não há defensores.
Julgo eu por um motivo: semantic web não será para amadores. É XML. Um
XML sem um parser é inutil como um arquivo TXT - até porque, não
guardam grandes diferenças.
Parser? Isto é conversa de programador. Ahã. E 99% dos web designers
pela internet a fora se acham bons demais para programar. Que é
errado, imoral e tem gorduras trans misturar as esferas estéticas com
algorítmicas.
Numa lista de web designers, semantic web não vai além do marketing.
O que não é de fato, nenhuma surpresa. Tim Berners-Lee inventou a web,
mas nunca havia previstos os web designers. Sua intenção era que
agents (softwares) que acessassem os recursos aos seus amos humanos. E
estes usuários robôs estão se lixando para o prêmio iBest.
É impossível que os web designers se adaptem? Não é. Por exemplo,
diversos blogs de designers tem feed. Claro que seu entendimento com o
processo que gera o feed é o mesmo de nosso presidente com os rumos
econômicos: Recebeu a coisa pronta, não trisca para não parar de
funcionar, não compreende o que o faz funcionar mas diz para todo
mundo que aquilo é responsabilidade dele.
Se eu ainda fosse web designer - ao invés de um mero invejoso
mesquinho - cuidava para trocar o termo "design" para "developer".
Charles Pilger
> 2008/3/18 Antonio Jozzolino <antonio....@gmail.com>:
> > Não acho que esteja estagnado, nem hoje, nem em 98, pois há muito a ser
> > melhorado.
>
> http://scyllamazzillo.multiply.com/market/item/5
>
> O problema é aonde saber que pode ser melhorado. Talvez o Google nem
> saiba. Acredito que fazem um trabalho consistente, e que por extensão
> dessa consistência, as soluções para problemas que não sabíamos que
> teríamos, aparece para eles largarem na frente.
Quer saber onde pode ser melhorado? É simples, bem simples:
Basta fazer uma ferramenta de busca que devolve conteúdo relevante,
que não sofra com as práticas de SEO.
Pronto. Existe a necessidade, logo há a oportunidade.
[]'s
Charles Pilger
Msn: crpi...@hotmail.com
Site: http://www.charles.pilger.com.br
Irapuan Martinez
> Quer saber onde pode ser melhorado? É simples, bem simples:
> Basta fazer uma ferramenta de busca que devolve conteúdo relevante,
> que não sofra com as práticas de SEO.
> Pronto. Existe a necessidade, logo há a oportunidade.
Falta a implementação.
O que foi o pulo do gato chamado "Page Ranking", do Google.
Charles Pilger
> 2008/3/19 Charles Pilger <charles...@gmail.com>:
>
> > Quer saber onde pode ser melhorado? É simples, bem simples:
> > Basta fazer uma ferramenta de busca que devolve conteúdo relevante,
> > que não sofra com as práticas de SEO.
> > Pronto. Existe a necessidade, logo há a oportunidade.
>
> Falta a implementação.
Sim, essa é a aplicação da oportunidade.
> O que foi o pulo do gato chamado "Page Ranking", do Google.
Que o SEO matou.
Ou você acha algo útil no Google antes do 5º link retornado?
Khristofferson Silveira
Que o SEO matou.
Ou você acha algo útil no Google antes do 5º link retornado?
Cachorro correndo atrás do rabo.
O Google vive atualizando o algorítimo de busca pra otimizar os resultados, e o SEO desotimizando o resultado do buscador. Sim, por que o "O" de SEO só é ótimo para o site beneficiado.
A web está com tanta informação hoje, que padronizar tudo isso é quase impossível. A grande sacada dela é qualquer um poder criar conteúdo e disponibilizar pros outros. Daí a termos um padrão ou qualidade, é outra história.
Se Maomé não vai à montanha, o Buscador vai até os resultados e traz a melhor pra ele, baseado em critérios que definam isso (redes neurais, inteligência artificial?) e que não sejam tão influenciáveis com técnicas com SEO.
Enfim... Se um buscador quiser se destacar, precisa ir além do que existe hoje e botar ordem na bagunça por conta própria.
--
Khristofferson Silveira
http://ksilveira.blogspot.com
Irapuan Martinez
> > O que foi o pulo do gato chamado "Page Ranking", do Google.
>
> Que o SEO matou.
Eu diria que a luta anda sendo ganha pelo PR. Os SEOzistas sabem que
de tempos em tempos, o algoritmo do PR passa por modificações. Eles
inclusive nomeiam estas modificações com nomes de furações, tamanho o
estrago que causam.
Mas também depende do perfil de busca. Se buscar por conceitos,
eventos ou pessoa, first result é Wikipedia na cabeça. Não me ocorre
buscar por produtos e serviços, o que deve contaminar bastante o
resultado pelas táticas de SEO.
Não sei se inconscientemente, eu já filtro quando busco produtos,
adicionando keywords e refinando o resultado. Para suporte técnico,
por exemplo, é batata.
> Ou você acha algo útil no Google antes do 5º link retornado?
E precisa ir além do 5º?
Marcelo Linhares
>
> E precisa ir além do 5º?
Então tá danado! pq se não podemos passar do 5º link, e se até o 5º
link não temos sucesso na busca.... caos? hehehehehe
--
Marcelo Linhares
Pessoal -> marcelolinhares.com
Agência Detalhes -> http://www.agenciadetalhes.com.br
Procurando vagas em TI ?
http://www.vagasem.info
Irapuan Martinez
> Então tá danado! pq se não podemos passar do 5º link, e se até o 5º
> link não temos sucesso na busca.... caos? hehehehehe
Refina a busca.
Perroud
Nem sempre o Google acerta no PageRank. O foco do Google pode não ser o meu foco. Logo, não há refinamento que ajude. Tenho percebido estes pormenores de 2005 pra cá e cada vez mais temos que entender como o sistema de busca do Google funciona e não o contrário. O pior mesmo é que o Google muda certas coisas aqui e ali... apara umas arestas (algoritmo?) e acaba por complicar um pouco mais.
Algo precisa mudar. No sistema do Google, claro. Senão teremos de fazer um curso superior para Web Surfer com ênfase em Keywords.
-- Perroud
Joel Souza
Irapuan Martinez
Mas são apenas enxerto dos textos. Dizem que foi pescado num "um excelente site totalmente voltado para a publicidade". Curiosa a redação, não lembro nunca ter visto numa mesma frase "excelente" e "publicidade" que valesse a pena levar a sério.
Joel Souza
Mas são apenas enxerto dos textos. Dizem que foi pescado num "um excelente site totalmente voltado para a publicidade". Curiosa a redação, não lembro nunca ter visto numa mesma frase "excelente" e "publicidade" que valesse a pena levar a sério.
Se a web fosse impressa, sites voltados para a publicidade é que deveriam ser usadas no banheiro, se querem minha opinião. Me enfada o deslumbramento deste Brainstorm9 ("9"???) e eventualmente, só o abro quando algum amigo quer me irritar e manda o link de lá. Mas lá tem o enxerto do texto e os links para o texto integral, no "excelente site totalmente voltado a publicidade".
Quando alguém sugerir que publicitário tem visão "360º", "ampla" ou ainda, minha favorita", "holística" da internet, mostre este meu email. Gentinha que fazia sniffer para obrigar usuário a usar o Internet Explorer, a ponto que isto é o que ficou de registro depois que todos seus participantes morreram, não entenderam lhufas do que é internet.
Joel Souza
Irapuan Martinez
O podcast deles são excelentes. De verdade. Os temas vão de de John Coltrane, Tarantino, Anos 90, Publicidade Nazista, etc.. http://www.brainstorm9.com.br/braincast9/
Frequentemente encaminho alguns e-mails teus para a lista da agência onde trabalho :-)
Joel Souza
Uma vez resolvi adotar podcast. Como não funcionou dividir atenção entre ele e o trabalho, comecei a ouvir correndo na esteira.Vi que não dava dando certo quando comecei a ganhar peso.
