Engessado com as regras, pior sem elas.
Com regras, ainda temos que lidar com empresas de fachada ofertando equipamento superfaturado. Imagina se vira mercado aberto. O cara com a caneta define as condições de compra e só empresas amigas ganham. Exatamente o que acontece hoje, mas pelo menos temos uma certa transparência em cima.
Mas temos uma leniência muito maior quando alguém é pego misturando o pessoal com o público.
E se a gente não tivesse isto? Bom, basicamente o poder do STF, hoje, deriva da quantidade de processos dormindo em seu escaninho de legisladores que foram pegos deste jeito. Quando os parlamentares decidem crescer em cima do STF, eles abanam estes processos e tudo volta como dantes no quartel de Abrantes.
Parece cínico, mas a democracia brasileira se equilibra no quanto os três poderes têm o rabo preso um com o outro. E mais uma polarização. Um dos lados quer puxar a sardinha para brasa do Congresso e o outro lado, para o STF. Até que, claro, a gente declare guerra com a Eurásia e os dois pólos mudem.
Torcer para que um deles se sobressaia é meio como torcer para alguém em "Aliens vs. Predador".
=x=
Dia desses, um dos ministros do efelentífimo falou para a Uber se retirar do país e que iria "provocar" os Correios (whatever that means) para criar um app de motoristas "sem a lógica do lucro" (sic).
Esse pessoal precisa se decidir. Num momento, querem que a Uber assine a carteira de todos motoristas. No app dos Correios, os motoras vão ter carteira assinada? Mas é uma instituição federal, só entra por concurso. Vai ter concurso para se registrar no app MeLevaBrás by Correios?
Daí tem também a pergunta se os novos motoristas concursados do Correios vão também contribuir com 25% do seu salário, até 2030, para saldar o rombo na previdência dos carteiros — É privada, mas governo indica a presidência e eles investiram pesado no parsa do governo, um certo Eike Batista. Eram tempos gloriosos, de Copa e Olímpiadas sendo bancados pelo Brasil e o governo decidiu apoiar uma certa política de "campeões nacionais".
Eike flopou, o fundo de previdência dos carteiros viu um rombo e nossos corajosos carteiros que se lasquem pagando pela conta que está inteiramente na mão do pai dos pobres.
Ao invés de se perguntar porque a Lyft não está concorrendo com a Uber no Brasil, a gente delira com os Correios — a entidade alvo de toda fantasia tecnológica dos burocratas. Vide o email que a Dilma quis que os Correios desenvolvesse para a gente não ser espionado pela NSA.